terça-feira, 24 de junho de 2014

UFSC DIVULGA NOTA OFICIAL SOBRE POSSÍVEL ADESÃO AO SISU

Em tom de repúdio à abordagem jornalística veiculada pelo grupo RBS, na qual especulava-se uma eventual adesão integral da UFSC ao SISU ainda neste ano, a instituição negou veementemente qualquer mudança imediata no seu processo seletivo. 
LEIA ABAIXO A NOTA DA UFSC NA ÍNTEGRA:

"A respeito da reportagem que mereceu a manchete “UFSC deflagra estudo para abolir vestibular”, a Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina esclarece que:
1.  A questão das formas de ingresso vem sendo discutida na UFSC há bastante tempo, pois envolve não apenas o Sisu, mas a política de ações afirmativas e outros encaminhamentos correlatos;
2.  A resolução do Vestibular 2015 já foi finalizada pela Câmara de Graduação, este mês, e apenas aguarda a manifestação do Conselho Universitário sobre a política de ações afirmativas da UFSC para que seja publicada. Na referida resolução não existe qualquer menção à adesão da instituição ao Sisu;
3.  A adesão ao Sisu, como foi explicado ao Diário Catarinense, não está prevista para o próximo vestibular. Sequer se pode garantir que haverá a adesão e em quais termos, pois isso depende de discussão em todos os órgãos colegiados da UFSC, em especial na Câmara de Graduação, que não se debruçou sobre o tema em 2014;
4.  Ao contrário do que foi publicado, o professor e pró-reitor de Graduação Julian Borba não fez ou está fazendo qualquer estudo específico sobre a adesão ao Sisu, até porque não cabe ao pró-reitor fazê-lo de forma individual, sem ouvir os diversos atores envolvidos. Esse tipo de assunto costuma ser discutido por comissões próprias, devidamente nomeadas, com transparência. Não existe, no momento, comissão designada para propor a adesão ao Sisu ou qualquer outra alteração nas formas de ingresso na UFSC para 2015;
5.  Refutamos de maneira veemente a informação de que “Conselheiros e membros da comissão de vestibular da UFSC reiteram a tese do ministro, mas preferem não se comprometer com a declaração pública, e nem podem, uma vez que, por regimento, os encontros são sigilosos”. Nenhuma comissão da UFSC realiza “encontros sigilosos”. Esse tipo de informação vai de encontro a tudo o que preconiza a Administração Pública, que deve se pautar pela transparência e pela publicidade de seus atos;
6.  Haveria uma reunião especial da Câmara de Graduação, no dia 26 de junho, com a coordenadora-geral de Projetos Especiais para a Graduação do Ministério da Educação, Lílian Nascimento, para repassar aos conselheiros mais informações sobre o estado atual e as perspectivas acerca do sistema. Essa reunião foi desmarcada a pedido do Ministério da Educação e transferida para o dia 16 de julho; ainda assim, não seria uma novidade, visto que, em 23 de maio de 2013, já foi realizado um encontro semelhante, na UFSC, com o então presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), professor Luiz Cláudio Costa, que debateu por quase quatro horas formas de ingresso, inclusão e políticas de ações afirmativas;
7.  Nenhuma proposta sobre a eventual adesão da UFSC ao Sisu será encaminhada ao Conselho Universitário sem discussão prévia na Câmara de Graduação e em outros fóruns apropriados.
Lamentamos que a reportagem do referido jornal tenha ignorado todas estas informações e preferido uma manchete que causa evidente insegurança para as milhares de pessoas que se preparam para ingressar nos cursos da UFSC em 2015. A todas elas, reafirmamos o nosso compromisso de não efetuar qualquer mudança antes de um amplo debate e após a aprovação em todos os órgãos colegiados responsáveis. Em nenhum deles, neste momento, o assunto está pautado.

Florianópolis, 24 de junho de 2014."

Confira os resultados do vestibular de inverno ACAFE 2014


Parabéns, bixarada! Esforço recompensado! Pra quem bateu na trave desta vez, assimilar esse aprendizado vai fazê-los mais fortes para o final do ano!

Clique aqui e confira os RESULTADOS ACAFE INVERNO 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

ENEM NA UFSC?

Segundo a jornalista Carolina Bahia, a UFSC poderá aderir ao SISU ainda em 2014. 

UFSC poderá aderir ao Enem ainda neste ano


A UFSC poderá aderir ao ENEM ainda neste ano. Ao comemorar o aumento no número de inscritos no exame no país, o ministro Henrique Paim (Educação) comentou que a adesão das universidades federais pelo Brasil colaboraram para o avanço do Exame Nacional do Ensino Médio. Em Santa Catarina, houve um aumento de 22% no total de inscritos. De acordo com o ministro, a universidade federal ainda estuda o processo de adesão, mas a expectativa do governo federal é que uma decisão positiva seja anunciada até o final deste ano. Se a UFSC aderir a tempo, a oferta de vagas poderá valer já para o exame de 2014.
Disponível em: http://wp.clicrbs.com.br/carolinabahia/2014/06/16/ufsc-podera-aderir-ao-enem-ainda-neste-ano/

terça-feira, 3 de junho de 2014

Resumo: O Fantástico na Ilha de Santa Catarina

 O FANTÁSTICO NA ILHA DE SANTA CATARINA

Autor: Franklin Cascaes (1908 – 1983)

Sobre o Autor
Natural de Itaguaçu, Franklin Joaquim Cascaes foi um autêntico depositário da Cultura Ilhoa, pois antes de dedicar sua vida à pesquisa das tradições açorianas, viveu-as em meio à comunidade, ouvindo durante toda a infância histórias de pescadores, assombrações, bruxas e boitatás. Aos 21 anos, sem instrução formal, foi descoberto o seu talento como escultor pelo professor paulista Cid da Rocha Amaral, de quem obteve o impulso para os estudos na antiga Escola Industrial, onde se tornaria professor.
Cascaes testemunhou com grande sensibilidade as transformações por que passou a Ilha de Santa Catarina a partir dos anos 40. Sua obra pode ser entendida como uma força de resistência da tradição, da memória e da paisagem natural, denunciando os males do “progresso” e da urbanização. As referências ao jogo político das elites são constantes em “O Fantástico na Ilha de Santa Catarina”, desnudando as promessas ilusórias feitas pelos poderosos e o descaso com os mais humildes.
O autor foi incansável em sua pesquisa, recolhendo histórias junto a pequenos agricultores e pescadores, reunindo mitos, lendas e imaginação em suas ilustrações, esculturas e anotações. Seu trabalho passou a ser divulgado em meados dos anos 1970 e hoje constitui um rico acervo: a "Coleção Professora Elizabeth Pavan Cascaes" (homenagem à esposa e maior colaboradora do trabalho do folclorista), sob a guarda da UFSC.

Estrutura da Obra
- São 24 narrativas bruxólicas, isto é, que têm as bruxas como tema.
- A maior parte das narrativas segue o seguinte formato: ´
a) Introdução no discurso do autor (linguagem padrão)
b) A narrativa em si, em que os personagens, através do discurso direto revelam o dialeto “manezês”.
c) Um epílogo em que o autor retoma a palavra, exaltando as belezas e mistérios da ilha, evidenciando uma relação afetiva do narrador com o espaço.
“Querida ilha de Nossa Senhora do Desterro, a madame estória popular, que veio nos camarotes culturais junto com os ilhéus açorianos e madeirenses que te colonizaram, são potências divinatórias do saber humano Quimérico.”
(Estado fadórico das mulheres bruxas)  

Linguagem
Sempre atento ao falar popular dos “manezinhos”, procurou transcrevê-lo em sua obra, adotando uma escrita fonética quando dá voz às personagens.
“- Primo Nicolau! Vossa mecê acardita memo de vredade naquelas istória que o nosso povo lá das ihias dos Açôri (i) contavo prá nóis como vredaderas?
- Ah!... Sim, acardito de vredade, sim, minha prima! E inté agora me veio uma delas, no bestunto da minha cabeça e que eu acho ela memo munto inzata. Como tu bem sabes e vancês todos que tão aqui me osvindo, aquelas ihia dos Açôri, de ondi os nosso avó, foram sempre munto infestada por muhié bruxa que roubam embarcação prá móde fazê viagem inté a Índia em quatro horas; que dão nóis nos rabo e crinas dos cavalo; chupo sangue de criancinha; intico com as pessoa grande e pratico mil malas-arte.”
(Congresso Bruxólico)
Como revela o excerto acima, além de reproduzir a sonoridade do dialeto popular ilhéu, o texto incorpora expressões coloquiais como “no bestunto da minha cabeça” (referindo-se, no caso, às capacidades mentais limitadas do falante), que costumam ser explicadas apenas num glossário incorporado ao final do livro.

Referências Históricas

Colonização açoriana:
 “Colonizada a partir de 1748, por colonos açorianos que habitavam aquelas ilhotas que vivem bem lá em riba da careca do oceano, açoitados diariamente pelas ondas bravias encarneiradas do mar e palas bocas infernais de vulcões seculares que vomitam fogo e gemem furor incontido sobre as pobres populações. É um povo mesclado, inteligente, audacioso, de espírito arguto e, sobretudo, essencialmente religioso e arreigado em crendices mitológicas.”
(Eleição bruxólica)

Índios
Observe que num dos diálogos de “Congresso Bruxólico”, há uma referência à presença anterior dos índios no território colonizado. O personagem Nicolau das Venturas aborda criticamente a exploração e a escravização dos “bugres”:
- Os bugre trabahiavo na lavoura?
- Trabahiavo, sim sinhôri, sô João, trabahiavo! Veja o sinhôri que eles prantavam mandioca, batata, mihio, cibola, fejão e muntas otras cosas. Fazio a cohieta e os home das otras bandas do mundo levavo tudo simbora prôs povo cumê. Inté pexe escalado com sáli preso, eles fazio pros home de fora.
- Sô Nicolau, eu osvi falá que os bugre ero uns bicho brabo, matavo os vivente que cahio no ôhio deles e cumio a carne muqueada com cinza.
- No mô fraco pensá, sô João, a móde que não era tanto ansim não, proque uns fazendero de São Paulo vinho aqui, agarravo eles tudo pra móde trabahiá nas fazendas deles quinem iscravo. Os coitado dos padre é quem pricuravo livrá eles da iscravidão, mas num consiguio. Munto ente do povo das ihia dos Açôri vim pra cá morá, munta água suja já tinha corrido pela aqui onde nóis temo. 

Urbanização, Industrialização e Política
As narrativas de “O Fantástico na Ilha de Santa Catarina” apresentam um tom nostálgico, denunciando as mudanças na paisagem.

[...] abandonaram-nos lá na única praia da Lagoa da Conceição, hoje sepultada com barro, asfalto e lajotas [...]
(Bruxas metamorfoseadas em bois)

Como já foi mencionado, a política a serviço das elites urbanas é referida criticamente nos textos de Cascaes. Nota-se o uso da expressão irônica “Madame Política”. Nesse sentido, destaca-se o conto “Eleição Bruxólica”, em que o personagem Serafim não se deixa enganar pelas promessas mirabolantes de uns “home rico da cidade que viéro a pricura de enleitôri”.
Veja que o personagem Vicente, ao contrário, estava ingenuamente deslumbrado:

Eu nunca vi uns home tão bão quinem aqueles. [...] Eles primitero inté fazê casa de tijolo prá um pudê de gente daqui,só proque acharo essas casa de parede de estuque munto fraca; primitero pra Ináça uma vaca que dá leite, croste, coalhada, nata, mantega pura e quejo. Dissero que sai tudo prontinho de dentro do ubre da vaca, sem a gente precisá se incomodá. [...]
(Eleição Bruxólica)

Repare como o trecho pode ser lido como uma metáfora da industrialização, colocando-se o homem alienado à espera da satisfação de suas necessidades básicas sem mais ter poder sobre o que consome.
Cético quanto às promessas eleitoreiras, Serafim as relaciona com as histórias de sua bisavó sobre as eleições das bruxas - como se também a política dos homens da cidade fosse uma força maligna a interferir na vida dos homens.

Referências à cultura açoriana
- Boi-de-Mamão (referido em “Vassoura Bruxólica”)
- Festa do Divino Espírito Santo (referida em “Bruxas Metamorfoseadas em Bois”)
- Pão-por-Deus (referido em “As Bruxas e o Noivo”)
Lá vai o meu coração
Nas asas de um tico-tico
Pra pedir o Pão-por-Deus
À Maria Quebra Pinico

(As Bruxas e o Noivo)

As Bruxas
As lendas revitalizadas por Franklin Cascaes têm como tema central a crença popular de que muitos dos males experimentados pela população ilhoa eram causados por bruxas.
Nos contos de “O Fantástico na Ilha de Santa Catarina”, essas criaturas sobrenaturais praticam diversas estripulias: aterrorizam pescadores (“Baile das Bruxas dentro de uma Tarrafa de Pescaria”), roubam objetos (“Bruxa metamorfoseou o sapato do Sabiano”) e embarcações (“Bruxas roubam lancha baleeira de um pescador”), dão nós em rabos e crinas de cavalos (“Mulheres Bruxas Atacam Cavalos”), fazem viagens noturnas em vassouras ou em outros objetos, podem metamorfosear-se e até ficar invisíveis, mas o pior de seus hábitos é atacar criancinhas para chupar-lhes todo o sangue, até a morte. Em muitas histórias, pais se desesperam ao ver seus filhos enfraquecidos e com manchas na pele. Muitas vezes acreditam ser alguma doença e demoram a descobrir o “embruxamento”.
O mais triste dos relatos é o “Estado Fadórico das Bruxas”, em que Elizeu tem o filho embruxado e recorre ao curandeiro benzedor Quintino Pagajá. Diante de um pai desprevenido, que não tinha como pagar no ato da consulta além da metade do valor estipulado, Pagajá fez apenas a metade do ritual da benzedura e a criança acabou morrendo por embruxamento. À noite, na frente da casa, as bruxas apareceram e Elizeu reconheceu uma delas como uma moça a quem havia desgraçado no passado. O pai pagou com a morte do próprio filho.
Adoradoras do diabo, as bruxas têm uma hierarquia: em noites de sexta-feira, reúnem-se às ordens da bruxa-chefe, a única que têm acesso direto a Lúcifer.
Há, segundo as narrativas, dois tipos de bruxas: as terráqueas, que por opção própria decidem seguir o demônio e as bruxas espirituais, um caso muito especial que ocorre quando um casal tem sete filhas mulheres e nenhum varão: a sétima filha está destinada ao fado (destino) bruxólico, o que só pode ser evitado se a menina for batizada pela irmã mais velha recebendo o nome de Benta.
O conto “Bruxas Gêmeas” trata justamente disso, mas com o agravante de ter sido o sétimo parto da mulher de Manoel Braseiro o nascimento de irmãs gêmeas. Sem saber qual das duas era a sétima, o pai pede ajuda à benzedeira Sinhá Candinha, que, enganada por Lúcifer, diagnostica por erro, a menina chamada Santa como a sétima, quando na verdade era a outra, a Benta, aquela fadada à bruxaria. Mais tarde a verdade é descoberta, quando Benta é desmascarada por uma curandeira após “embruxar” um bebê.
Quanto ao aspecto físico, a maioria das bruxas de Franklin Cascaes é representada de forma asquerosa. Gostam de fumar, soltam fumaça pelo nariz e pelas orelhas e costumam ser peludas. No entanto, é possível que algumas exerçam atração erótica sobre os homens. Veja a descrição de Isidora no conto “A Bruxa Mamãe”

A Isidora Fumadeira até que não era uma moça muito feia nem deseducada. Gostava muito de fumar cigarros papa-terra [...]. Também tinha o hábito de mascar fumo e cheirar rapé. Não gostava de usar roupas femininas, e o prazer dela era vestir as roupas do irmão mais velho.[...]
Os moços de sua comunidade não gostavam de namorar com ela pela razão de ser muito autoritária e mandona.

Romualdo se apaixona pela moça:
Ela parece ser machona – pensou ele – mas tem os peitos muito salientes!

Os dois casam e têm filhas (gêmeas). Logo em seguida, Isidora passa a abandonar o lar para viver suas aventuras bruxólicas à noite. Certa vez, é vista pelas filhas metamorfoseando-se em morcego. Romualdo, em desespero, procura uma benzedeira que termina por desmascarar a “mulher bruxa machorra” e suas companheiras.

Observe que, assim como a urbanização da paisagem é vista como uma espécie de “embruxamento” de que sofre a Ilha, a modernização dos costumes também é associada à bruxaria. São exemplos a mulher insubmissa, masculinizada como Isidora da narrativa anterior ou a personagem Irineia, do conto “Madame Bruxólica e o Saci-Pererê” com seus hábitos da cidade:

A Irineia, cada vez que vinha na cidade, aparecia no sítio onde morava desfilando as modas jovens que copiava, até bem mal, de mulheres vaidosas, embonecadas e retorcidas. Ora aparecia com um vestido tão curto, que a bainha lhe alcançava a cintura; ora aparecia com um vestido tão comprido, que chegava a varrer os ciscos por onde ela passava.[...]
As tais modas [...] escandalizavam as mulheres antigas [...].
O Bento Leandro [...] até que apreciava muito, principalmente quando ela se apresentava bem ensacada dentro de uma calça de brim bem descorado, exibindo seu par de nádegas calipigianamente avantajadas aos olhos esbugalhados da população da comunidade dela.

Nesse conto, a bruxa, que já despertava suspeitas sobre seu comportamento, ao ver um “gato preto meio pintado de vermelho” (Saci-Pererê), decide, num impulso montar sobre ele para viajar a toda velocidade a caçar discos voadores:

“Viajei bruxolicamente, e tudo o que encontrei ocupando os espaços siderais catarinenses em matéria de discos voadores é digno do mais alto pode científico que a humanidade alcançou até os dias de hoje.“
Ao final, a mulher perde o encantamento bruxólico por ter desobedecido as ordens de Lúcifer (excedeu-se em seu tempo de viagem espacial).

Observe que, além do comportamento “urbanizado”, Irineia é transgressora porque busca o conhecimento.

Bruxas x Curandeiros
No conto “Congresso Bruxólico”, o personagem Nicolau, perguntado sobre a diferença entre bruxas e feiticeiras, diz que as primeiras têm sina maligna e as últimas procuram fazer o bem com remédios e benzeduras, assim como os curandeiros, verdadeiros “dotôri”.
Veja a importância dos curandeiros para a população que vivia em comunidades privadas de serviços básicos de saúde:
Nesses tempos longínquos, na “Vila Capitáli” nem havia doutores de dar remédios. [...] Ora, em situações de desespero, com relação a doenças que corroíam o organismo até dá-lo à morte, o jeito mesmo era recorrer a Deus e aos santos e, consequentemente aos benzedores e curandeiristas que existiam e ainda existem entre as populações [...]
(Bruxa metamorfoseou o sapato do Sabiano)


A maioria dos curandeiros apenas pratica o bem, sem se importar com a remuneração, mas em alguns casos, há benzedores “dinheiristas”, como o velho Quintino Pagajá do conto “Estado Fadórico das Mulheres Bruxas”.