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Seja embora prazer; que ao meu ouvido
Soe melhor a voz do desengano
Que da torpe lisonja o infame ruído.
Sobre esse soneto de Cláudio Manuel da costa, podemos dizer que:
I ) Apresenta características árcades, tais como o ideal de simplicidade e naturalidade.
II) É um poema de características barrocas, cujo tema é a crítica à vaidade humana.
III) O eu-lírico opta por uma vida de isolamento junto à natureza, em detrimento de uma vida de fortuna, cheia de lisonjas, mas de possíveis traições.
IV) O eu-lírico expressa a dúvida, pois tem a opção de trocar a vida sossegada no campo, por uma vida agitada na cidade.
Estão corretas apenas as afirmações:
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e III.
e) Nenhuma afirmação está correta.
TESTES
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA PROF. EDIR
1- (UFRGS 2002) Leia o soneto a
seguir, de Cláudio Manuel da Costa.
01. "Destes penhascos fez a natureza
02. O berço em que nasci: oh! quem cuidara
03. Que entre penhas tão duras se criara
04. Um alma terna, um peito sem dureza!
05. Amor, que vence os tigres, por empresa
06. Tomou logo render-me; ele declara
07. Contra o meu coração guerra tão rara,
08. Que não me foi bastante a fortaleza.
09. Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
10. A que dava ocasião minha brandura,
11. Nunca pude fugir ao cego engano:
12. Vós, que ostentais a condição mais dura,
13. Temei, penhas, teme!, que Amor tirano.
14. Onde há mais resistência, mais se
apura."
Assinale
com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre o soneto.
( ) Através da imagem do
"berço" (v. 02), o poeta celebra a sua terra natal, que é
representada em sintonia com os seus próprios sentimentos.
( ) O emprego das palavras "alma"
(v. 04) "peito" (v. 04) e "coração" (v. 07) funciona como
disfarce para o artificialismo e a frieza dos sentimentos do poeta árcade.
( ) Nos versos 05 a 08, o amor, que vence o
poeta, é apresentado através de metáforas que simbolizam ações de guerra.
( ) No final dos versos 09, 11 e 13, o
emprego das palavras rimadas "dano", engano" e
"tirano" reforça o sofrimento e a incerteza inerentes à experiência
do amor.
( ) Nos versos 1 a 14, o poeta humaniza a
natureza e dirige-se às penhas, alertando-as em relação à força irresistível do
amor.
A
seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F-V-V-V-F d) V-F-V-F-V
b)
V-F-F-V-V e) F-V-V-F-V
c)
F-F-V-V-V
(MACK) Texto para as questões de 2 e 3
Faz a imaginação de um bem amado,
Que nele se transforme o peito amante;
Daqui vem que a minha alma delirante
Se não distingue já do meu cuidado.
Obs. : do meu cuidado = da pessoa amada
2- Depreende-se
corretamente do texto que
a) a pessoa amada, por meio da imaginação, transforma o
peito amante em alma delirante.
b) a distância entre amante e pessoa amada é tão grande, que
faz do amor algo irremediavelmente perdido.
c) nem nos sonhos é possível realizar plenamente o desejo
amoroso.
d) o amante, no plano do imaginário, transfigura-se no ser
amado.
e) o bem amado atrai para si o peito amante, graças ao delírio
amoroso.
3- Assinale
a alternativa que apresenta comentário crítico adequado à obra de Cláudio
Manuel da Costa, poeta do Arcadismo brasileiro.
a) ... sua poesia prolonga uma atmosfera lírica e moral que
descortinamos na poesia camoniana, evidente no emprego constante da antítese,
do paradoxo e do
racionalismo ...
b) ... a essência doutrinária revela um homem primitivo, apegado
ainda à Idade Média: os poemas respiram uma fé inabalável, intocada pelos
ventos críticos da Renascença.
c) ... o sentimento amoroso se espraia livremente; notase
que o poeta infringe os princípios clássicos da contenção e manifesta a emoção
dum modo tal que
seus versos acabam adquirindo foros de crônica amorosa.
d) ...é preciso ver na força desse poeta o ponto exato em
que o mito do bom selvagem, constante desde os árcades, acabou por fazer-se
verdade artística.
e) ... os seus versos agradaram, e creio que ainda possam
agradar aos que pedem pouco à literatura: uma expressão fácil, uma sintaxe
linear, uma linguagem coloquial e brejeira...
4- (UPF
2012) Na poesia de Cláudio Manuel da Costa verifica-se um conflito entre as
solicitações da poética neoclássica ou árcade, que o levam a conceber
artificialmente uma paisagem
_________________, e o sentimento nativista do escritor, que o impele a
aproveitar artisticamente a paisagem ______________ de sua pátria.
A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto
anterior é:
a) amena - bucólica
b) rústica - bucólica
c) bucólica - rústica
d) rústica - amena
e) bucólica - amena
5-
Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo e gentes;
Se em frio, calma e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;
Reinos, nações, províncias, mundo e gentes;
Se em frio, calma e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;
Nem por isso trocara o abrigo terno
Dessa choça, em que vivo, co’as enchentes
Dessa grande fortuna: assaz presentes
Tenho as paixões desse tormento eterno,
Dessa choça, em que vivo, co’as enchentes
Dessa grande fortuna: assaz presentes
Tenho as paixões desse tormento eterno,
Adorar as traições, amor e engano,
Ouvir dos lastimosos o gemido,
Passar aflito o dia, mês e o ano.
Ouvir dos lastimosos o gemido,
Passar aflito o dia, mês e o ano.
Seja embora prazer; que ao meu ouvido
Soe melhor a voz do desengano
Que da torpe lisonja o infame ruído.
Sobre esse soneto de Cláudio Manuel da costa, podemos dizer que:
I ) Apresenta características árcades, tais como o ideal de simplicidade e naturalidade.
II) É um poema de características barrocas, cujo tema é a crítica à vaidade humana.
III) O eu-lírico opta por uma vida de isolamento junto à natureza, em detrimento de uma vida de fortuna, cheia de lisonjas, mas de possíveis traições.
IV) O eu-lírico expressa a dúvida, pois tem a opção de trocar a vida sossegada no campo, por uma vida agitada na cidade.
Estão corretas apenas as afirmações:
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e III.
e) Nenhuma afirmação está correta.
6- (UPF
2012 INVERNO)
Neste álamo sombrio, aonde a escura
Noite produz a imagem do segredo;
Em que apenas distingue o próprio medo
Do feio assombro a hórrida figura;
Aqui, onde não geme, nem murmura
Zéfiro brando em fúnebre arvoredo,
Sentado sobre o tosco de um penedo
Chorava Fido a sua desventura.
Às lágrimas a penha enternecida
Um rio fecundou, donde manava
D'ânsia mortal a cópia derretida:
A natureza em ambos se mudava;
Abalava-se a penha comovida;
Fido, estátua da dor, se congelava.
Leia as seguintes afirmações sobre o soneto XXII, de Cláudio
Manuel da Costa, transcrito acima:
I. O pastor lamenta a sua desventura amorosa e, na sua dor,
transforma-se em uma estátua.
II. A referência a elementos da natureza mostra que esse
soneto é um exemplo da poesia épica produzida pelo autor.
III. A natureza amena presente no poema corresponde
integralmente às normas da poesia arcádica.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III
7- Assinale
a alternativa INCORRETA a respeito de Cláudio Manuel da Costa.
a) Além da produção lírica, escreveu um poema de caráter épico que se intitula "Vila Rica".
b) Sob o pseudônimo árcade de Glauceste Satúrnio, compôs uma poesia em que é marcante a imagem da pedra.
c) Compôs poemas marcados pela condição do pastor que procura a natureza como refúgio.
d) Cultiva a forma do soneto em que explora temas como a infelicidade amorosa.
e) Sua produção poética costuma ser dividida pela crítica em lírica, satírica e religiosa.
a) Além da produção lírica, escreveu um poema de caráter épico que se intitula "Vila Rica".
b) Sob o pseudônimo árcade de Glauceste Satúrnio, compôs uma poesia em que é marcante a imagem da pedra.
c) Compôs poemas marcados pela condição do pastor que procura a natureza como refúgio.
d) Cultiva a forma do soneto em que explora temas como a infelicidade amorosa.
e) Sua produção poética costuma ser dividida pela crítica em lírica, satírica e religiosa.
Texto para as questões de 8 a 10
01 Já rompe, Nise, a matutina Aurora
02 O negro manto, com que a noite escura,
03 Sufocando do Sol a face pura,
04 Tinha escondido a chama brilhadora.
8- Nessa
estrofe, o poeta
a) dirige-se a Nise, com intuito de expressar tristeza pelo
fato de o manto negro da noite corromper a beleza do dia, representada pela
deusa Aurora.
b) dirige-se à amada para lamentar o fim de uma noite de
amor pela chegada de novo dia, fato comprovado pelo uso das expressões a
matutina Aurora e chama brilhadora.
c) dirige-se a Nise e lhe descreve um quadro da natureza por
meio de metáforas como, por exemplo, negro manto e Sufocando do Sol a face
pura.
d) declara seu amor a Nise com uma linguagem emotiva (rompe,
negro manto etc), estabelecendo uma analogia entre a natureza grandiosa e a
beleza da amada.
e) declara seu amor à Musa e lamenta o fato de não ser
correspondido, já que a face pura do Sol foi apagada pelo negro manto da noite
escura.
9- Considerando
suas imagens e sua forma, é correto dizer que o texto se vincula à
a) tradição clássica, que orientou a produção literária no
Brasil colonial.
b) estética romântica, que caracterizou a literatura
brasileira pós-independência política.
c) tradição literária medieval, recuperada pelos poetas
brasileiros do século XIX.
d) estética simbolista, que explorou a musicalidade da
palavra, em detrimento do conteúdo.
e) estética parnasiana, acentuadamente subjetiva e
idealizadora.
10-
(ENEM 2008)
Torno a ver-vos, ó montes; o
destino
Aqui me torna a pôr nestes
outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei
grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e
fino.
Aqui estou entre Almendro, entre
Corino,
Os meus fiéis, meus doces
companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode
tanto,
Que chega a ter mais preço, e
mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro
encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em
pranto
Se converta em afetos de
alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho.
A poesia
dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
2002, p. 78-9.
Considerando o soneto de Cláudio
Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale
a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua
produção.
a) Os “montes” e “outeiros”,
mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja,
ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e
a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo
poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade
da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas
imagens do poema éelemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do
poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da
“choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que
reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a
Metrópole.
e) A realidade de atraso social,
político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema
pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.
GABARITO
1-
C
2-
D
3-
A
4-
C
5-
D
6-
A
7-
E
8-
C
9-
A
10- B
ok
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