domingo, 2 de junho de 2013

Testes Cláudio Manuel da Costa

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TESTES CLÁUDIO MANUEL DA COSTA                                                              PROF. EDIR


1-     (UFRGS 2002) Leia o soneto a seguir, de Cláudio Manuel da Costa.

01.       "Destes penhascos fez a natureza
02.       O berço em que nasci: oh! quem cuidara
03.       Que entre penhas tão duras se criara
04.       Um alma terna, um peito sem dureza!

05.       Amor, que vence os tigres, por empresa
06.       Tomou logo render-me; ele declara
07.       Contra o meu coração guerra tão rara,
08.       Que não me foi bastante a fortaleza.

09.       Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
10.       A que dava ocasião minha brandura,
11.       Nunca pude fugir ao cego engano:

12.       Vós, que ostentais a condição mais dura,
13.       Temei, penhas, teme!, que Amor tirano.
14.       Onde há mais resistência, mais se apura."


     Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre o soneto.

(   ) Através da imagem do "berço" (v. 02), o poeta celebra a sua terra natal, que é representada em sintonia com os seus próprios sentimentos.
(   ) O emprego das palavras "alma" (v. 04) "peito" (v. 04) e "coração" (v. 07) funciona como disfarce para o artificialismo e a frieza dos sentimentos do poeta árcade.
(     ) Nos versos 05 a 08, o amor, que vence o poeta, é apresentado através de metáforas que simbolizam ações de guerra.
(    ) No final dos versos 09, 11 e 13, o emprego das palavras rimadas "dano", engano" e "tirano" reforça o sofrimento e a incerteza inerentes à experiência do amor.
(    ) Nos versos 1 a 14, o poeta humaniza a natureza e dirige-se às penhas, alertando-as em relação à força irresistível do amor.

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) F-V-V-V-F                 d) V-F-V-F-V   
b) V-F-F-V-V                 e) F-V-V-F-V
c) F-F-V-V-V

(MACK) Texto para as questões de 2 e 3

Faz a imaginação de um bem amado,
Que nele se transforme o peito amante;
Daqui vem que a minha alma delirante
Se não distingue já do meu cuidado.

Obs. : do meu cuidado = da pessoa amada


2-      Depreende-se corretamente do texto que

a) a pessoa amada, por meio da imaginação, transforma o peito amante em alma delirante.
b) a distância entre amante e pessoa amada é tão grande, que faz do amor algo irremediavelmente perdido.
c) nem nos sonhos é possível realizar plenamente o desejo amoroso.
d) o amante, no plano do imaginário, transfigura-se no ser amado.
e) o bem amado atrai para si o peito amante, graças ao delírio amoroso.

3-      Assinale a alternativa que apresenta comentário crítico adequado à obra de Cláudio Manuel da Costa, poeta do Arcadismo brasileiro.

a) ... sua poesia prolonga uma atmosfera lírica e moral que descortinamos na poesia camoniana, evidente no emprego constante da antítese, do paradoxo e do
racionalismo ...
b) ... a essência doutrinária revela um homem primitivo, apegado ainda à Idade Média: os poemas respiram uma fé inabalável, intocada pelos ventos críticos da Renascença.
c) ... o sentimento amoroso se espraia livremente; notase que o poeta infringe os princípios clássicos da contenção e manifesta a emoção dum modo tal que
seus versos acabam adquirindo foros de crônica amorosa.
d) ...é preciso ver na força desse poeta o ponto exato em que o mito do bom selvagem, constante desde os árcades, acabou por fazer-se verdade artística.
e) ... os seus versos agradaram, e creio que ainda possam agradar aos que pedem pouco à literatura: uma expressão fácil, uma sintaxe linear, uma linguagem coloquial e brejeira...

4-      (UPF 2012) Na poesia de Cláudio Manuel da Costa verifica-se um conflito entre as solicitações da poética neoclássica ou árcade, que o levam a conceber artificialmente  uma paisagem _________________, e o sentimento nativista do escritor, que o impele a aproveitar artisticamente a paisagem ______________ de sua pátria.

A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é:
a) amena - bucólica
b) rústica - bucólica
c) bucólica - rústica
d) rústica - amena
e) bucólica - amena

5-       
Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo e gentes;
Se em frio, calma e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;

Nem por isso trocara o abrigo terno
Dessa choça, em que vivo, co’as enchentes
Dessa grande fortuna: assaz presentes
Tenho as paixões desse tormento eterno,

Adorar as traições, amor e engano,
Ouvir dos lastimosos o gemido,
Passar aflito o dia, mês e o ano.

Seja embora prazer; que ao meu ouvido
Soe melhor a voz do desengano
Que da torpe lisonja o infame ruído.

Sobre esse soneto de Cláudio Manuel da costa, podemos dizer que:

I ) Apresenta características árcades, tais como o ideal de simplicidade e naturalidade.
II) É um poema de características barrocas, cujo tema é a crítica à vaidade humana.
III) O eu-lírico opta por uma vida de isolamento junto à natureza, em detrimento de uma vida de fortuna, cheia de lisonjas, mas de possíveis traições.
IV) O eu-lírico expressa a dúvida, pois tem a opção de trocar a vida sossegada no campo, por uma vida agitada na cidade.

Estão corretas apenas as afirmações:

a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I e III.
e) Nenhuma afirmação está correta.

6-      (UPF 2012 INVERNO)
Neste álamo sombrio, aonde a escura
Noite produz a imagem do segredo;
Em que apenas distingue o próprio medo
Do feio assombro a hórrida figura;

Aqui, onde não geme, nem murmura
Zéfiro brando em fúnebre arvoredo,
Sentado sobre o tosco de um penedo
Chorava Fido a sua desventura.

Às lágrimas a penha enternecida
Um rio fecundou, donde manava
D'ânsia mortal a cópia derretida:

A natureza em ambos se mudava;
Abalava-se a penha comovida;
Fido, estátua da dor, se congelava.

Leia as seguintes afirmações sobre o soneto XXII, de Cláudio Manuel da Costa, transcrito acima:
I. O pastor lamenta a sua desventura amorosa e, na sua dor, transforma-se em uma estátua.
II. A referência a elementos da natureza mostra que esse soneto é um exemplo da poesia épica produzida pelo autor.
III. A natureza amena presente no poema corresponde integralmente às normas da poesia arcádica.

Está correto apenas o que se afirma em:
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III

7-      Assinale a alternativa INCORRETA a respeito de Cláudio Manuel da Costa.
a) Além da produção lírica, escreveu um poema de caráter épico que se intitula "Vila Rica".
b) Sob o pseudônimo árcade de Glauceste Satúrnio, compôs uma poesia em que é marcante a imagem da pedra.
c) Compôs poemas marcados pela condição do pastor que procura a natureza como refúgio.
d) Cultiva a forma do soneto em que explora temas como a infelicidade amorosa.
e) Sua produção poética costuma ser dividida pela crítica em lírica, satírica e religiosa.

Texto para as questões de 8 a 10

01 Já rompe, Nise, a matutina Aurora
02 O negro manto, com que a noite escura,
03 Sufocando do Sol a face pura,
04 Tinha escondido a chama brilhadora.

8-      Nessa estrofe, o poeta
a) dirige-se a Nise, com intuito de expressar tristeza pelo fato de o manto negro da noite corromper a beleza do dia, representada pela deusa Aurora.
b) dirige-se à amada para lamentar o fim de uma noite de amor pela chegada de novo dia, fato comprovado pelo uso das expressões a matutina Aurora e chama brilhadora.
c) dirige-se a Nise e lhe descreve um quadro da natureza por meio de metáforas como, por exemplo, negro manto e Sufocando do Sol a face pura.
d) declara seu amor a Nise com uma linguagem emotiva (rompe, negro manto etc), estabelecendo uma analogia entre a natureza grandiosa e a beleza da amada.
e) declara seu amor à Musa e lamenta o fato de não ser correspondido, já que a face pura do Sol foi apagada pelo negro manto da noite escura.

9-      Considerando suas imagens e sua forma, é correto dizer que o texto se vincula à
a) tradição clássica, que orientou a produção literária no Brasil colonial.
b) estética romântica, que caracterizou a literatura brasileira pós-independência política.
c) tradição literária medieval, recuperada pelos poetas brasileiros do século XIX.
d) estética simbolista, que explorou a musicalidade da palavra, em detrimento do conteúdo.
e) estética parnasiana, acentuadamente subjetiva e idealizadora.

10-   (ENEM 2008)

Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia
dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.

Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema éelemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.


GABARITO

1-      C
2-      D
3-      A
4-      C
5-      D
6-      A
7-      E
8-      C
9-      A

10-  B

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