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TESTES DE FIXAÇÃO – ROMANTISMO PROF.
EDIR
TEXTO
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
01 Minha terra tem palmeiras,
02 Onde canta o sabiá;
03 As aves, que aqui gorjeiam,
04 Não gorjeiam como lá.
05 Nosso
céu tem mais estrelas,
06 Nossas várzeas têm mais flores,
07 Nossos bosques têm mais vida,
08 Nossa vida mais amores.
09 Em
cismar, sozinho, à noite,
10 Mais prazer encontro eu lá;
11 Minha terra tem palmeiras,
12 Onde canta o sabiá.
13 Minha
terra tem primores,
14 Que tais não encontro eu cá;
15 Em cismar – sozinho, à noite -
16 Mais prazer encontro eu lá;
17 Minha terra tem palmeiras,
18 Onde canta o sabiá.
19 Não
permita Deus que eu morra,
20 Sem que eu volte para lá;
21 Sem que desfrute os primores
22 Que não encontro por cá;
23 Sem qu’inda aviste as palmeiras,
24 Onde canta o sabiá.
CADERNOS DE POESIA BRASILEIRA. ROMANTISMO. São Paulo: Instituto Cultural
Itaú (ICI), 1995. p. 12.
1-
(Educampo - UFSC-SC - Adaptada) Analise as
assertivas abaixo:
01. O poema de Gonçalves Dias aborda a saudade revelada por alguém que
está distante da sua terra natal.
02. Em “As aves, que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá.”, a palavra
“como” está comparando o trinado de diferentes aves num mesmo lugar.
04. “aqui” tem como referência “minha terra” e “lá” tem como referência
o lugar onde se encontra o poeta.
08. a palavra “tais” (verso 14) refere-se a “primores” (verso 13),
podendo ser substituída pela palavra “semelhantes”, sem que o significado do
verso seja alterado.
16. tudo que se refere a “cá” ou “aqui” é mais elogiado do que as coisas
que são descritas como sendo de “lá”.
32. os pronomes possessivos em “Minha terra” (verso 01) e “Nossos
bosques” (verso 07) apontam para a mesma localização geográfica, a terra de
exílio.
Somatório=
2-
(PUC-RS) O sentimentalismo amoroso, que surgiu como __________ nacionalismo
indianista, permite a associação com a __________ geração do Romantismo
brasileiro, a que se vinculam poetas como _________ e Fagundes Varela.
a) afirmação do - segunda -
Álvares de Azevedo
b) negação do - terceira -
Castro Alves
c) rejeição ao - segunda -
Casimiro de Abreu
d) antecipação do - terceira -
Castro Alves
e) confirmação do - primeira -
Álvares de Azevedo
O
“Adeus” de Teresa
A vez primeira que
eu fitei Teresa,
Como as plantas
que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou
nos giros seus...
E amamos juntos...
E depois na sala
“Adeus” eu
disse-lhe a tremer co’a fala...
E ela, corando,
murmurou-me: “adeus.”
Uma noite...
entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía
um cavaleiro
Inda beijando uma
mulher sem véus...
Era eu... Era a
pálida Teresa!
“Adeus” lhe disse
conservando-a presa...
E ela entre beijos
murmurou-me: “adeus!”
Passaram tempos...
séc’los de delírio
Prazeres
divinais... gozos do Empíreo...
... Mas um dia
volvi aos lares meus.
Partindo eu disse
– “Voltarei!... descansa!...”
Ela, chorando mais
que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me:
“adeus!”
Quando voltei...
era o palácio em festa!...
E a voz d’Ela e de
um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor
o azul dos céus.
Entrei!... Ela me
olhou branca... surpresa!
Foi a última vez
que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me:
“adeus!”
(CASTRO ALVES, Antonio
Frederico. Espumas flutuantes. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. p. 51.)
3-
(UEL-PR) Sobre características do estilo
de Castro Alves presentes no poema, considere as afirmativas a seguir.
I. Presença de uma visão erotizada do amor e da mulher.
II. Ausência do tom inflamado presente nos poemas sobre os
escravos.
III. Confirma sua inserção na segunda geração do
Romantismo.
IV. Revela influência do sentimentalismo amoroso adulto.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são
corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são
corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são
corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
4-
Observe
atentamente a descrição da protagonista do Romance “A Escrava Isaura”, de
Bernardo Guimarães, publicado em 1875
"A tez é como o marfim do teclado, alva que
não deslumbra, embaçada por uma nuança delicada, que não sabereis dizer se é
leve palidez ou cor-de-rosa desmaiada. [...] Na fronte calma e lisa como o
mármore polido, a luz do ocaso esbatia um róseo e suave reflexo; di-la-íeis
misteriosa lâmpada de alabastro guardando no seio diáfano o fogo celeste da
inspiração."
Recentemente,
uma série de TV intitulada “O Sexo e as Nêga” (2014) causou polêmica no Brasil. Veja o comentário
crítico abaixo:
“Mulheres negras não aparecem no nosso cinema nem
na nossa tevê. Se houvesse bastante representação das mulheres negras na TV, no
cinema, em toda a mídia, talvez a minissérie passasse em branco. Como não há,
Sexo e as Negas vem fazer companhia a uma velha tradição racista que ou
estereotipa as negras (e os negros também), ou simplesmente as apaga, como se
não existissem. Uma coisa é certa: você nunca vai ouvir falar de uma série
chamada Sexo e as Brancas.”
Com base nos textos acima, comparando-se os
romances do século XIX à teledramaturgia do século XXI conclui-se que:
a)
Ao longo dos séculos, a representação do
negro na ficção brasileira não sofreu nenhum tipo de transformação.
b)
A representação do negro na ficção
brasileira, proibida durante o século XIX, passou a ser uma forma de romper
preconceitos no século XXI.
c)
A população negra somente conquistou seu
protagonismo na arte através dos meios de comunicação de massa, como a
televisão.
d)
“A Escrava Isaura” representava de forma
mais verossímil a população negra do Brasil do que as personagens da série contemporânea.
e)
Ao longo dos séculos, a representação do
negro na ficção brasileira é um tabu, o que demonstra a persistência do
preconceito racial no país.
5- (PUC-RJ) Os textos 1 e 2 abaixo
representam, respectivamente, dois dos mais significativos estilos de época da
literatura brasileira: o Romantismo e o Modernismo. A partir desta constatação,
responda ao questionamento abaixo:
Texto 1:
Já
era tarde. Augusto amava deveras, e pela primeira vez em sua vida; e o amor, mais
forte que seu espírito, exercia nele um poder absoluto e invencível. Ora, não
há idéias mais livres que as do preso; e, pois, o nosso encarcerado estudante
soltou as velas da barquinha de sua alma, que voou, atrevida, por esse mar
imenso da imaginação; então começou a criar mil sublimes quadros e em todos
eles lá aparecia a encantadora Moreninha, toda cheia de encantos e graças.
Viu-a, com seu vestido branco, esperando-o em cima do rochedo, viu-a chorar,
por ver que ele não chegava, e suas lágrimas queimavam-lhe o coração.
(Joaquim Manuel de Macedo. A Moreninha. São Paulo:
Ática, 1997, p. 125. )
Texto 2:
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
(Carlos Drummond de Andrade. Reunião. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1973, p. 19.)
Em ambos os textos, percebe-se a utilização de uma
mesma temática mas com tratamentos distintos. Explique, com suas próprias
palavras, a concepção de amor presente nos textos de Joaquim Manuel de Macedo e
de Carlos Drummond de Andrade.
GABARITO:
1-
09 (01+08)
2-
C
3-
A
4-
E
5-
A concepção de amor no texto 1 indica
idealização do sentimento amoroso e da mulher amada; valorização da fantasia e
da imaginação; caracterização do poder absoluto do amor sobre as personagens. O
tema é tratado no texto 2 a partir de um tom crítico e irônico, apontando o
desencanto e o desencontro entre as personagens. Lili, a "que não amava
ninguém", é a única do grupo que ironicamente encontrou um par. Diferente
dos outros que cumpriram um destino solitário ou trágico, ela se casou com J.
Pinto Fernandes, uma personagem fora da quadrilha.