Gregório de Matos faz parte das leituras obrigatórias UFRGS 2014 e também figura na prova da UPF. Abaixo temos uma lista com 25 testes para avaliar seus conhecimentos sobre este autor fundamental da literatura brasileira.
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Testes Gregório de Matos – Prof. Edir
1- Leia os versos:
"Nasce o Sol, e não dura mais
que um dia.
Depois
da luz, se segue a noite escura,
Em
tristes sombras morre a formosura,
Em
contínuas tristezas a alegria."
Na estrofe acima, de um soneto de
Gregório de Matos Guerra, a principal característica Barroca é:
a) o
culto a Natureza
b) a
utilização de rimas alternadas
c) a
forte presença de antíteses
d) o
culto do amor cortês
e) o uso de aliterações
2- Entre os nomes e características
apresentados a seguir, destaque os que podem ser associados ao Barroco.
1.
Cultismo e Conceptismo
2.
Linguagem ornamentada e frases sinuosas
3.
Padre Antônio Vieira e Manuel Botelho de Oliveira
4.
Preocupação com a racionalidade
5. Gregório
de Matos e Basílio da Gama
6.
Tentativa de conciliar pólos opostos
A resposta correta é
a)
1-2-3-6. c) 1-3-4-5. e) 2-4-5-6.
b)
1-2-3-5. d) 2-3-4-6.
3-
Leia os versos de Gregório de Matos
Guerra:
Que
és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Te
lembra hoje Deus por sua Igreja;
De
pó te fez espelho, em que se veja
A
vil matéria, de que quis formar-te.
Conforme sugere o excerto acima, o poeta
barroco não raro expressa
a) o
medo de ser infeliz, uma intensa angústia em face da vida, a que não consegue
dar sentido; a desilusão diante da falência de valores terrenos e divinos.
b) a
consciência de que o mundo terreno é efêmero e vão; o sentimento de nulidade
diante de poder divino.
c) a
percepção de que não há saídas para o homem; a certeza de que o aguardam o
inferno e a desgraça espiritual.
d) a
necessidade de ser piedoso e caritativo, paralela à vontade de fruir até as
últimas conseqüências o lado material da vida.
e) a
revolta corta os aspectos fatais que os deuses imprimem a seu destino e à vida
na Terra.
4- A respeito da poesia de Gregório de
Matos, é INCORRETO afirmar:
a)
Pode ser dividida em lírica (amorosa, sacra e filosófica) e satírica.
b)
Popularizou-se pela irreverência com que criticou a sociedade da época.
c) É
comum apresentar recursos estilísticos que permitem caracterizá-la como
cultista.
d)
Na vertente religiosa, o conflito se estabelece entre os pólos do pecado e do
perdão.
e) O
segmento lírico-amoroso trata com igual escárnio mulheres de diferentes posições
sociais.
5- Considere as afirmações abaixo
I -
A obra de Gregório de Matos abordou liricamente a religião e a vida amorosa,
que se concretizam, na sua poesia, no conflito entre o pecado e o prazer.
II -
Para concretizar esses conflitos, Gregório de Matos fez uso frequente de
figuras retóricas como antíteses e paradoxos.
III
- A crítica social que se pode encontrar nos poemas de Gregório de Matos
dirige-se principalmente aos homens públicos de Minas Gerais do século XVIII.
Quais
estão corretas?
a) Apenas
I. c) Apenas I e II. d)
Apenas I e III.
b) Apenas II. e) I, II e III.
6- Assinale a alternativa incorreta:
O Barroco surgiu como reação aos
ideais da Idade Média e à valorização demasiada da Antigüidade clássica,
apresentando:
a) a
fusão do teocentrismo com o antropocentrismo.
b)
predomínio do equilíbrio em todas as formas artísticas.
c)
estilo rebuscado como manifestação de angústia.
d)
predomínio de forma, cor e riqueza, em detrimento do conteúdo.
e) a
fusão do pecado com o perdão.
7- (UFRGS)
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo sobre os dois grandes
nomes do barroco brasileiro.
( ) A obra poética de Gregório de Matos
oscila entre os valores transcendentais e os valores mundanos, exemplificando
as tensões do seu tempo.
( ) O sermões do Padre Vieira caracterizam-se
por uma construção de imagens dobradas em numerosos exemplos que visam a
enfatizar o conteúdo da pregação.
( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em
seus poemas e sermões, mostram exacerbados sentimentos patrióticos expressos em
linguagem barroca.
( ) A produção satírica de Gregório de Matos
e o tom dos sermões do Padre Vieira representam duas faces da alma barroca no
Brasil.
( ) O poeta e o pregador alertam os
contemporâneos para o desvio operado pela retórica retumbante e vazia.
A seqüência
correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V-F-F-F-F c) V-V-F-V-F e) F-F-F-V-V
b) V-V-V-V-F d) F-F-V-V-V
8- (UFRGS)
Leia o texto abaixo, À
Cidade da Bahia, de Gregório de Matos.
Triste
Bahia! ó quão dessemelhante
Estás
e estou do nosso antigo estado!
Pobre
te vejo a ti, tu a mim empenhado,
Rica
te vi eu já, tu a mim abundante.
A ti
trocou-te a máquina mercante.
Que
em tua larga barra tem entrado,
A
mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto
negócio e tanto negociante.
Deste
em dar tanto açúcar excelente
Pelas
drogas inúteis, que abelhuda
Simples
aceitas do sagaz Brichote.
Oh!
se quisera Deus, que de repente
Um
dia amanheceras tão sisuda
Que
fora de algodão o teu capote!
Assinale a alternativa correta em
relação a esse soneto.
a)
pela forma de soneto e pelo tom satírico, o poema À Cidade da Bahia
antecipa o parnasianismo na poesia brasileira.
b)
Gregório optou, no seu poema, pelo tom satírico para melhor expressar sua
crítica ao poder do clero.
c) A
Bahia é representada através de sua tristeza e antiguidade, enquanto o
estrangeiro colonizador é valorizado por suas negociatas e seu vestuário.
d) O
poema não dá referências sobre os meios de produção da época, limitando-se a
expressar a tristeza do poeta pelo seu empobrecimento.
e) O
poema constrói, através de imagens elaboradas, uma crítica à exploração
econômica que sofreu a Bahia no período colonial.
9-
(UFRGS 2003) Leia
o soneto de Gregório de Matos Guerra.
"Nasce
o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois
da luz se segue a noite escura,
Em
tristes sombras morre a formosura,
Em
contínuas tristezas a alegria.
Porém,
se acaba o Sol, porque nascia?
Se é
tão formosa a Luz, por que não dura?
Como
a beleza assim se transfigura?
Como
o gosto da pena assim de fia?
Mas
no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na
formosura não se dê constância,
E na
alegria sinta-se tristeza.
Começa
o mundo enfim pela ignorância,
E
tem qualquer dos bens por natureza
A
firmeza somente na inconstância."
Considere
as afirmações abaixo sobre esse soneto.
I. É
um soneto barroco, característico do século XVII, que se compõe de um jogo de
contrastes.
II.
O primeiro quarteto reúne movimentos cíclicos da natureza, efeitos da passagem
do tempo e sentimentos humanos.
III.
O segundo quarteto expressa um inconformismo com a passagem do tempo, expresso
nas indagações do poeta.
Está(ão)
correta(s) apenas
a)
I. b) II. c) III. d) I e II. e) I, II e III.
10- (UFSM 2001) A
respeito da poesia de Gregório de Matos, assinale a alternativa INCORRETA.
a)
Tematiza motivos de Minas Gerais, onde o poeta viveu.
b) A
lírica religiosa apresenta culpa pelo pecado cometido.
c)
As composições satíricas atacam governantes da colônia.
d) O
lirismo amoroso é marcado por sensível carga erótica.
e)
Apresenta uma divisão entre prazeres terrenos e salvação eterna.
11- (UFSM 2003) Leia
o que Júlio César de Barros editou para o "Veja essa", da revista
Veja:
Veja
essa
"Seja
o que
Deus
quiser."
Manchete
do jornal argentino
Página
12,
no dia da reabertura
dos
bancos com câmbio liberado,
após
uma semana de feriado bancário.
Veja,
ano 25, n°18, 08/05/2002, p. 34.
"Só
Deus pode me aposentar."
Romeu
Tuma, senador (PFL-SP), afastando
a
hipótese de desistir da candidatura
à
prefeitura de São Paulo, depois que seu
nome
apareceu na fita do juiz Lau-Lau.
Veja,
ano 33, n°30, 26/07/2000, p. 36.
Agora, leia o soneto de Gregório de Matos:
Isto, que ouço chamar por todo o mundo
Fortuna, de uns cruel, d'outra ímpia,
É no rigor da boa teologia
Providência de Deus alto, e profundo.
Vai-se com o temporal a Nau ao fundo
Carregada de rica mercancia*,
Queixa-se da Fortuna, que a envia,
E eu sei, que a submergiu Deus
iracundo.
Mas se faz tudo a alta Providência
De Deus, como reparte justamente
À culpa bens, e males à inocência?
Não sou tão perspicaz, nem tão ciente,
Que explique arcanos** d'alta
inteligência,
Só vos lembro, que é Deus, o
providente.
|
*
mercancia = mercadoria
** arcanos
= mistérios
Tanto a manchete do jornal argentino
quanto o comentário de Romeu Tuma declaram que só Deus tem o poder de
determinar o futuro do homem. Já o poema se refere a critérios divinos em que
pecadores são premiados e inocentes são castigados, o que pode ser melhor
identificado no(s)
a)
1° quarteto. d) 1° quarteto e
2° terceto.
b)
2° quarteto. e) 2°
quarteto e 2° terceto.
c)
1° terceto.
(UNIFRA
2005) As questões 12 e 13 referem-se ao
texto de Gregório de Matos Guerra.
“Ó
tu do meu amor fiel traslado
Mariposa
entre as chamas consumida,
Pois
se à força do ardor perdes a vida,
A
violência do fogo me há prostrado.
Tu
de amante o teu fim hás encontrado,
Essa
flama girando apetecida;
Eu
girando uma penha endurecida,
No
fogo, que exalou, morro abrasado.
Ambos
de firmes anelando chamas,
Tu a
vida deixas, eu a morte imploro
Nas
constâncias iguais, iguais nas famas.
Mas
ai! Que a diferença entre nós choro,
Pois
acabando tu ao fogo, que amas,
Eu
morro, sem chegar à luz, que adoro.”
12- Com relação ao poema, assinale a
alternativa correta.
a)
Trata-se de um soneto, forma lírica que tem início no Modernismo, quando se
afirma o racionalismo em meio às dores sentimentais do sujeito fragmentado.
b)
No texto poético, predomina uma linguagem simples, ligada ao cotidiano, assim
como é simplificada a estruturação dos versos, em que não existe inversão na
organização sintática.
c) O
termo “chamas” é utilizado no sentido denotativo, pois as mariposas buscam a
luz das velas; no entanto, quando o poeta fala em fogo, emprega o sentido
conotativo, pois se refere à sua paixão.
d)
Não existe a utilização de figuras de linguagem como a metonímia e a metáfora
nos versos, tendo em vista tratar-se de uma expressão lírica típica das formulações
objetivas do romantismo expressionista.
e)
Na contraposição da luz com a morte, estabelece-se uma síntese que anula o
sentido paradoxal das emoções do eu-lírico.
13- Com relação ao período literário no qual
se insere o texto, pode-se afirmar que:
a)
Trata-se da estética modernista na qual imperavam as crises individuais do
homem diante do progresso racionalista, representado pela idéia da luz do
pensamento.
b) O
movimento da Contrarreforma foi um dos principais motivos de seu
desenvolvimento, quando ao racionalismo renascentista sobrepôs-se a força do sentimento
religioso, gerando a tensão dos paradoxos pelos quais passou a se expressar o
artista do século XVII.
c)
Significou um momento de forte expressão da passividade individual diante da
luta pela preservação da vida, sentimento típico do bucolismo árcade.
d)
Revelou a maior contribuição do preciosismo vocabular, bem de acordo com as
prerrogativas artístico literárias do parnasianismo setecentista.
e)
Caracterizou-se pelo uso de símbolos numa época
de
grande abstração do pensamento humano, como
exemplifica
a marcante recorrência do termo “mariposa” (= metamorfose).
14- (UPF 2008) Leia
o seguinte soneto de Gregório de Matos.
Nasce
o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois
da Luz se segue a noite escura,
Em
tristes sombras morre a formosura,
Em
contínuas tristezas a alegria.
Porém
se acaba o Sol, por que nascia?
Se
formosa a Luz é, por que não dura?
Como
a beleza assim se transfigura?
Como
o gosto da pena assim se fia?
Mas
no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na
formosura não se dê constância,
E na
alegria sinta-se tristeza.
Começa
o mundo enfim pela ignorância,
E
tem qualquer dos bens por natureza
A
firmeza somente na inconstância.
Considere
as seguintes afirmações.
I. O
poema está construído sob diversas antíteses, por meio dos quais é evidenciada
a ideia da instabilidade das coisas do mundo.
II.
O eu lírico do poema expressa angústia frente à efemeridade da vida,
especialmente porque nunca saberá os mistérios que determinam as mudanças das
coisas terrenas.
III.
À semelhança de alguns poemas de Luís Vaz de Camões, o poema de Gregório de
Matos é um exemplo de soneto metafísico, evidenciando a angústia do eu lírico
devido à constatação de que nada se altera e que tudo retorna ao conhecimento
do homem.
Quais
estão corretas?
a)
Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e II
d) Apenas II e III e) I, II e III
15- (UPF 2009 Verão) Leia o soneto abaixo, composto por Gregório
de Matos:
É a
vaidade, Fábio, nesta vida
Rosa,
que de manhã lisonjeada,
Púrpuras
mil, com ambição dourada,
Airosa
rompe, arrasta presumida.
É
planta, que de abril favorecida,
Por
mares de soberba desatada,
Florida
galeota empavesada,
Sulca
ufana, navega destemida.
É
nau enfim, que em breve ligeireza,
Com
presunção de Fênix generosa,
Galhardias
apresta, alentos preza:
Mas
ser planta, ser rosa, nau vistosa
De
que importa, se aguarda sem defesa
Penha
a nau, ferro a planta, tarde a rosa?
Considere
as seguintes afirmações.
I. É
um soneto no qual o poeta explica o que é a vaidade. Nele são desenvolvidos
dois temas muito caros ao barroco: o caráter passageiro da vida e a
inevitabilidade da morte.
II.
Para esclarecer a sua idéia de vaidade, o poeta atribui significados para rosa,
planta e nau e estabelece uma relação entre o significado de cada um desses
termos e o vocábulo “vaidade”. Na primeira estrofe, o poeta diz que a vaidade é
beleza aparente e, na segunda, que é esplendor e ornamentos. Na terceira,
caracteriza o homem vaidoso, dizendo que este, embora tenha a presunção de ser
eterno, atribui maior valor ao que é exterior e breve.
III.
A última estrofe questiona se a vaidade vale a pena, uma vez que a morte é
inexorável.
Quais
estão corretas?
a)
Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e II
d) Apenas II e III e) I, II e III
16- (UPF 2010 - Verão) Leia este poema de Gregório de Matos.
Discreta
e formosíssima Maria,
Enquanto
estamos vendo a qualquer hora,
Em
tuas faces a rosada Aurora,
Em
teus olhos e boca, o Sol e o dia:
Enquanto
com gentil descortesia,
O
Ar, que fresco Adonis te namora,
Te
espalha a rica tranca brilhadora
Quando
vem passear-te pela fria.
Goza,
goza da flor da mocidade,
Que
o tempo trata, a toda a ligeireza
E
imprime em toda flor sua pisada.
Oh
não aguardes que a madura idade
te
converta essa flor, essa beleza,
em
terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
Leia
as afirmações relativas ao poema acima.
I.
Trata-se de um exemplo de poema amoroso de Gregório de Matos.
II.
O poema sugere que o tempo converte a beleza e a juventude em morte, em fim, em nada. Portanto , e
preciso aproveitar todo o tempo em que e possível gozar a vida. Assim, por meio
destes versos, Gregório de Matos desenvolve um dos temas caros ao barroco, a
passagem do tempo.
III.
O poema possibilita refletir sobre a angústia do homem barroco ao tomar
consciência de que, embora lhe seja possível contar o tempo, não tem a
capacidade de controlar a sua passagem.
Qual(s)
esta(ao) correta(s)?
a)
I, II e III b) Apenas I e II c) Apenas I e III
d) Apenas II e III e) Apenas I
17- (UPF 2010 - Inverno) Analise
este poema de Gregório de Matos:
A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas cobertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.
A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.
Assinale
com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas, referentes ao poema acima:
(__)
Integra o conjunto de poesias religiosas e demonstra que o temperamento
combativo característico de tantos outros textos seus perde a rudeza, ganhando
espaço uma ternura que sugere confiança e sinceridade.
(__)
O eu lírico procura criar uma identificação com Cristo, assumindo uma posição
humilde diante da grandeza divina, reconhecendo-se como pecador.
(__)
Embora não fique evidente no poema o senso do pecado, o eu lírico expressa com
veemência o seu desejo de ser perdoado.
(__)
A contradição própria do homem barroco, que vivia com o espírito dilacerado
devido ao significado da religião em sua existência e à vivência dos apelos
mundanos, que o faziam pecar, fica clara pelo jogo de antíteses presente na
estrutura do soneto. A presença dessa figura revela o refinamento da ideia
predominante no poema.
(__)
O eu lírico sente-se merecedor de estar intimamente unido a Cristo. Esse
sentimento faz com que ele não expresse angústia e outros conflitos interiores
ao se dirigir à divindade.
A
sequência correta de
preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) V-V-F-V-F b) V-F-F-F-V c) F-V-V-F-V
d)
V-F-F-V-V e) F-F-V-F-F
18- (UNIFRA 2010 – Inverno adaptada)
Leia, com atenção, o poema que segue:
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, Meu Deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz que claro me mostra a salvação,
A salvação pretendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.
Analise
as afirmativas:
I -
Trata-se de ______ , de Gregório de Matos, que revela traços da escola barroca.
II -
Os dois primeiros quartetos apresentam a ideia de pecado e as duas últimas
estrofes, a ideia de ______ .
Assinale
a alternativa cujos termos completam corretamente as afirmativas I e II.
a) I
– um soneto II – arrependimento
b) I
– uma elegia II – sarcasmo
c) I
– uma elegia II – revelação
d) I
– uma ode II – iluminação
e) I
– um soneto II – ironia
19- (UFOP 2010) Leia
o poema abaixo:
Aos
principais da Bahia, chamados Caramurus
Há coisa como ver um Paiaiá
Mui prezado de ser Caramuru,
Descendente do sangue de tatu
Cujo torpe idioma é Cobepá?
A linha feminina é Carimá
Muqueca, pititinga, caruru,
Mingau de puba, vinho de caju
Pisado num pilão de Pirajá.
A masculina é uma Aricobé
Cuja filha Cobé, c´um branco Paí
Dormiu no promontório de Passé.
O branco é um Marau que veio aqui:
Ela é uma índia de Maré;
Cobepá, Aricobé, Cobé, Paí.
(MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos.
São Paulo: Cultrix, 1976. p.100)
Vocabulário:
paiaiá:
pajé
cobé: tupi cobepá: dialeto da tribo cobé
pititinga:
peixe
pequeno aricobé: tribo de índios
carimá:
bolo
de mandioca caramuru: europeu
Leia
os comentários abaixo sobre o poema e assinale a alternativa que enumera as
afirmativas CORRETAS.
1.
No poema de Gregório, a mescla de português com vocabulário indígena é
utilizada para produzir efeito cômico.
2. O
poema é uma sátira aos descendentes de índios que ocupam posições de prestígio
na administração da colônia.
3. O
poema apresenta uma crítica aos desmandos e à corrupção do Brasil colônia,
adotando o ponto de vista das minorias oprimidas.
4. O
uso rigoroso da forma do soneto revela a familiaridade de Gregório de Matos com
a tradição letrada de sua época.
a) 1, 2 e 4. b) 2, 3 e 4. c) 1, 2 e 3.
d) 2, 3 e 4. e) 3 e 4
20- (UFSM 2011) O
estilo cultista também exige exercício mental para a compreensão do texto, como
neste soneto de Gregório de Matos dedicado a sua futura esposa, Maria dos
Povos:
Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
E na rosada face a aurora fria:
Enquanto pois produz, enquanto cria
Essa esfera gentil, mina excelente
No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais fina pedraria:
Gozai, gozai da flor da formosura,
Antes que o frio da madura idade
Tronco deixe despido o que é verdura.
Que passado o zênite* da mocidade,
Sem a noite encontrar da sepultura
É
cada dia ocaso da beldade.
*
zênite: o ponto mais alto a que chega o sol; auge,
apogeu.
Esse
estilo retorcido manifesta-se no uso abusivo de _________ em todas as estrofes;
no desequilíbrio e na tensão das antíteses presentes nas estrofes ________ e no
preciosismo das metáforas como ocorre em "esfera gentil, mina
excelente", referindo-se ___________, e em "a mais fina
pedraria", significando __________ .
Assinale a alternativa que completa corretamente as
lacunas.
a)
hipérboles - 1 e 2 - ao sol ardente - a fala de Maria
b)
hipérbatos - 2 e 4 - ao rosto de Maria - o sorriso de Maria
c)
hipérboles - 1 e 3 - ao olhar de Maria - os diamantes da região
d)
hipérbatos - 1 e 4 - ao astro solar - os dentes de Maria
e) hipérboles - 3 e 4 - às minas da região - as joias de
Maria
(UEL 2012) Leia o poema a
seguir e responda às questões 21 e 22.
QUEIXA-SE O POETA EM QUE O MUNDO VAY ERRADO, E QUERENDO EMENDÂLO O TEM
POR EMPREZA DIFFICULTOSA.
Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
O remédio será seguir o imundo
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ornadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.
Não é fácil viver entre os insanos,
Erra, quem presumir, que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.
O prudente varão há-de ser mudo,
Que é melhor neste mundo, mar de enganos,
Ser louco cos demais que ser sisudo.
21- A partir da leitura do
poema, assinale a alternativa correta.
a)
De temática satírica, o soneto aborda o tema da insanidade, buscando criticar a
sociedade da época que não sabia lidar com a loucura, o que antecipa um tema
que será abordado pelos poetas românticos.
b) O
eu-lírico expressa um sentimento de culpa diante da sua impossibilidade de
compreender o mundo, o que está em total consonância com o veio religioso da
obra de Gregório de Matos.
c)
De inspiração filosófica, o poema trata dos desenganos do eu-lírico frente a um
mundo que não o entende e que o torna um indivíduo solitário, muitas vezes
obrigado a acompanhar a loucura “dos demais”.
d) A
temática religiosa aparece neste poema por meio da referência a Jesus Cristo,
dada já na primeira estrofe, em que a metáfora da via-crucis é apresentada pelo
eu-lírico como retrato de seu próprio sofrimento.
e)
De temática amorosa, o poema traz os lamentos do eu-lírico, que, incapaz de
conquistar o amor da mulher amada, usa o poema como fuga da realidade,
procurando na loucura, assim, uma redenção para a sua dor.
22- A respeito do poema, considere as
afirmativas a seguir.
I. O
eu-lírico se identifica com os intelectuais parnasianos, cujo engenho lhe
inspira admiração, em oposição aos insanos de quem se distancia, associados a
“bestas”, numa referência indireta à liberdade artística do movimento
romântico.
II.
O caminho a que se refere o eu-lírico ao longo do poema é uma metáfora da vida
do próprio poeta, que se vale de dados concretos e fatos autobiográficos a fim
de conferir maior verossimilhança à comparação entre vida e caminho.
III.
O soneto de Gregório de Matos demonstra nítida inspiração petrarquiana, de modo
que o equilíbrio formal do poema é alcançado pelo uso de versos decassílabos e
de rimas interpoladas nos quartetos e intercaladas nos tercetos.
IV.
Característica da lírica de Camões, o desconcerto do mundo aparece no soneto de
Gregório de Matos na voz do eu-lírico que reconhece a insuficiência do
intelecto diante da complexidade do universo.
Assinale
a alternativa correta.
a)
Somente as afirmativas I e II são corretas.
b)
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c)
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d)
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Instrução
O texto abaixo refere-se à questão número 01.
01
Triste Bahia! ó quão dessemelhante
02
Estás e estou do nosso antigo estado!
03
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
04
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
05 A
ti trocou-te a máquina mercante,
06
que em tua larga barra tem entrado,
07 A
mi foi-me trocando e tem trocado
08
Tanto negócio e tanto negociante.
09
Deste em dar tanto açúcar excelente
10
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
11
Simples aceitas do sagaz Brichote.
12
Oh se quisera Deus que de repente
13
Um dia amanheceras tão sisuda
14
Que fora de algodão o teu capote!
23- (UFRGS 2012) - Com relação ao soneto de
Gregório de Matos acima transcrito, assinale a afirmação incorreta.
(A) A expressão quão dessemelhante (verso 1) aponta um
contraste entre o passado e o presente, entre um antigo estado (verso 2) e um
estado atual.
(B) À lamentação expressa no primeiro quarteto, segue-se,
no segundo, a menção às forcas motivadoras da transformação do estado anterior.
(C) As transformações sofridas pela Bahia e pelo poeta
aconteceram no passado e já se encerraram, conforme se pode constatar no
segundo quarteto.
(D) No primeiro Terceto, o caráter lesivo das trocas
mencionadas torna-se evidente pelo contraste entre a excelência do açúcar e a
inutilidade das drogas.
(E) As duas últimas estrofes expressam o desejo do poeta
de ver a Bahia modificar-se: passar de abelhuda a sisuda.
24- (UFRGS-2013) Leia o poema abaixo, de
Gregório de Matos Guerra.
Retrato / Dona Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor e anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente
Em quem, senão em vós, se uniformara?
Quem veria uma flor, que não a cortara
Do verde pé, da rama florescente?
E quem um anjo vira tão luzente,
Que por seu deus não idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus altares
Fôreis o meu custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares,
Mas vejo que tão bela e tão galharda,
Posto que os anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo que me tenta, e não me guarda.
Considere as seguintes afirmações sobre o poema.
I . O poeta explora o paralelo entre Anjo e Angélica e revela a condição perecível e doméstica da flor, permitindo que se perceba a uniformização pretendida pelo barroco, a qual estabelece regras poéticas rígidas.
II . A mulher Anjo Luzente, no poema, encarna tanto o anjo protetor que livra “de diabólicos azares”, quanto a criatura feminina tentadora que provoca a imaginação e a sensualidade.
III . A associação e o contraste da flor, que seria cortada do verde pé, com o Anjo luzente a ser idolatrado, indica o diálogo do poeta (vós) com o anjo enviado pelos céus para proteger os altares de sua esposa.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
Retrato / Dona Ângela
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor e anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente
Em quem, senão em vós, se uniformara?
Quem veria uma flor, que não a cortara
Do verde pé, da rama florescente?
E quem um anjo vira tão luzente,
Que por seu deus não idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus altares
Fôreis o meu custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares,
Mas vejo que tão bela e tão galharda,
Posto que os anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo que me tenta, e não me guarda.
Considere as seguintes afirmações sobre o poema.
I . O poeta explora o paralelo entre Anjo e Angélica e revela a condição perecível e doméstica da flor, permitindo que se perceba a uniformização pretendida pelo barroco, a qual estabelece regras poéticas rígidas.
II . A mulher Anjo Luzente, no poema, encarna tanto o anjo protetor que livra “de diabólicos azares”, quanto a criatura feminina tentadora que provoca a imaginação e a sensualidade.
III . A associação e o contraste da flor, que seria cortada do verde pé, com o Anjo luzente a ser idolatrado, indica o diálogo do poeta (vós) com o anjo enviado pelos céus para proteger os altares de sua esposa.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
25- (UFRGS-2013)
As duas colunas, abaixo, apresentam versos de lguns poemas de Gregório de Matos
Guerra. Associe adequadamente a coluna da direita à da esquerda, indicando os
tercetos que pertencem a cada soneto, cujo quarteto inicial se encontra na
coluna da esquerda.
1 - Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
2 - Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
3 - Triste Bahia! Oh quão dessemelhante
Estás, e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
4 - Um soneto começo em vosso gabo:
Contemos esta regra por primeira;
Já lá vão duas, e esta é a terceira,-
Já este quartetinho está no cabo
( ) eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha a vossa glória.
( ) Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza.
A firmeza somente na incostância.
( ) Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
( ) N’esta vida um soneto já ditei;
Se d’esta agora escapo, nunca mais:
Louvado seja Deus, que o acabei.
A sequência correta de preenchimento dos parentêses, de cima para baixo, é:
(A) 4 – 2 – 1 – 3.
(B) 3 – 2 – 1 – 4.
(C) 1 – 2 – 3 – 4.
(D) 1 – 4 – 2 – 3.
(E) 2 – 3 – 4 – 1.
1 - Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
2 - Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
3 - Triste Bahia! Oh quão dessemelhante
Estás, e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
4 - Um soneto começo em vosso gabo:
Contemos esta regra por primeira;
Já lá vão duas, e esta é a terceira,-
Já este quartetinho está no cabo
( ) eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha a vossa glória.
( ) Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza.
A firmeza somente na incostância.
( ) Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
( ) N’esta vida um soneto já ditei;
Se d’esta agora escapo, nunca mais:
Louvado seja Deus, que o acabei.
A sequência correta de preenchimento dos parentêses, de cima para baixo, é:
(A) 4 – 2 – 1 – 3.
(B) 3 – 2 – 1 – 4.
(C) 1 – 2 – 3 – 4.
(D) 1 – 4 – 2 – 3.
(E) 2 – 3 – 4 – 1.
GABARITO:
1- C
2- A
3- B
4- E
5- C
6- B
7- C
8- E
9- E
10- A
11- C
12- C
13- B
14- C
15- E
16- D
17- E
18- A
19- A
20- D
21- C
22- C
23- C
24- B
25- C
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