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LISTA 1 - HUMANISMO / GIL VICENTE
1- O teatro de Gil Vicente caracteriza-se
por ser fundamentalmente popular. E essa característica manifesta-se,
particularmente, em sua linguagem poética, como ocorre no trecho a seguir, de O
Auto da Barca do Inferno.
Ó Cavaleiros de Deus,
A vós estou esperando,
Que morrestes pelejando
Por Cristo, Senhor dos Céus!
Sois livres de todo o mal,
Mártires da Madre Igreja,
Que quem morre em tal peleja
Merece paz eternal.
No texto, fala final do Anjo, temos no
conjunto dos versos
(A)
variação de ritmo e quebra de rimas.
(B)igualdade de
métrica e de esquemas das palavras que rimam.
(C)ausência de ritmo
e igualdade de rimas.
(D)
alternância de redondilha maior e menor
e simetria de rimas.
(E)redondilha menor e
rimas opostas e emparelhadas.
2- Considere as seguintes afirmações sobre
o teatro vicentino.
I.
Suas peças são escritas em versos, na
medida velha, e revelam boa poesia dramática, ao lado da densidade da crítica
social, fundada em uma visão medieval, religiosa e cristã de um mundo em
transformação.
II.
Põe em cena todos os segmentos da
sociedade portuguesa de seu tempo, da elite palaciana aos excluídos
socialmente, e até mesmo a corte, na qual representava suas peças, é alvo da
crítica indireta do dramaturgo.
III.
Não obedece à Lei das Três Unidades
(tempo, lugar e ação). Suas peças compõem-se de cenas ou quadros encadeados sem
rigidez na sequência temporal e espacial.
Quais estão corretas?
(A)
Apenas I.
(B)
Apenas III.
(C)
Apenas I e II.
(D)
Apenas II e III.
(E)
I, II e III.
3-
Gil
Vicente escreveu o Auto da Barca do Inferno em 1517, no momento em que eclodia
na Alemanha a Reforma Protestante com a crítica veemente de Lutero ao mau clero
dominante na Igreja. Nessa obra, há a figura do frade, severamente censurado
como um sacerdote negligente. Indique a alternativa cujo conteúdo não se presta
a caracterizar, na referida peça, os erros cometidos pelo religioso.
a) Não cumprir os votos de celibato, mantendo a concubina
Florença.
b) Entregar-se a práticas mundanas, como a dança.
c) Praticar esgrima e usar armamentos de guerra, proibidos
aos clérigos.
d) Transformar a religião em manifestação formal, ao
automatizar os ritos litúrgicos.
e) Praticar a avareza como cúmplice do Fidalgo, e a
exploração da prostituição em parceria com a alcoviteira.
4-
Leia
o texto abaixo pautado para responder ao que se pede:
Frade
Corpo de Deus consagrado!
Pela fé de Jesus Cristo
que não posso entender isto!
Hei de ser eu condenado?
Um padre tão namorado,
tão dedicado à virtude!
Dê-me Deus tanta saúde
quanto estou maravilhado.
Diabo
Deixemos de mais demora.
Embarcai e partiremos.
Tomareis um par de remos.
Frade
No ajuste isto não vigora.
Diabo
Pois vai na sentença, agora.
Frade
Não esperava por ela.
Não vai em tal caravela
minha senhora Florença.
Como, por ser namorado
e folgar com uma mulher
há de um frade se perder
com tanto salmo rezado?
Diabo
Ora, estás bem preparado.
Frade
E tu, bem mais prevenido.
Diabo
Devoto, padre e marido,
aqui serás castigado.
( Gil Vicente - Auto da Barca do Inferno )
A última fala do diabo, revela-nos que o
teatro de Gil Vicente, especificamente este Auto da barca do Inferno, pode ser
visto também como uma espécie de
tribunal, onde os homens são julgados segundo o que fizeram em suas vidas.
Sendo assim, é possível afirmar que:
a) o teatro vicentino apresenta preocupação político-social,
pois seu autor defende as classes menos favorecidas, excitando uma considerável
revolta social.
b) Gil Vicente contemplou a sociedade de sua época através
de um olhar crítico, que lhe permitiu condenar livremente as pessoas que
deveriam ir para o Inferno pagar os pecados cometidos em vida.
c) o diabo é uma figura decisiva nesta peça, pois é ele quem
julga as pessoas. Com isso, Gil Vicente queria transmitir ao público a idéia de
que só o mal pode julgar o mal, enquanto o papel do bem consistia em apenas
contemplar a condenação irreversível de todos os homens.
d) o fato de o diabo atuar como um juiz caracteriza uma
crítica à classe dos juízes, dos advogados, dos procuradores e dos corregedores.
Gil Vicente defendia a idéia de que só Deus pode determinar o destino dos
homens, independentemente das decisões humanas.Pandora Vestibulares, com você
em todas as fases.
e) o teatro de Gil Vicente está sustentado pela ética
católica medieval. Daí o julgamento dos homens segundo uma perspectiva
maniqueísta (anjo e diabo = céu e inferno, respectivamente). Essa interpretação
aparece no Auto da barca do Inferno através da crítica ao comportamento e às
práticas morais da época.
5-
Sobre o
Auto da barca do Inferno, de Gil Vicente, é incorreto afirmar:
a) O autor apresenta severa crítica à prepotência e tirania
dos nobres, e à desonestidade e corrupção dos homens da lei.
b) Na luta entre o Bem e o Mal são favorecidos aqueles que
em vida pertenceram à classe social privilegiada.
c) O diabo atua como agente crítico, que revela as mentiras
e falsidades das personagens.
d) Pelo julgamento do Anjo, o Parvo embarca para o paraíso,
uma vez que o céu pertence aos simples.
e) O autor vale-se do tema do Juízo Final para estabelecer
uma crítica à sociedade, fazendo desfilar em cena os tipos sociais
identificados através de suas qualidades e defeitos.
6-
Sobre
o teatro de Gil Vicente e em especial o Auto da Barca do Inferno, são feitas as
seguintes afirmações:
I. Uma das características do auto é a rica elaboração de
cenários e a retomada dos padrões clássicos do teatro grego.
II. O texto é de fundamental importância, uma vez que toda a
carga teatral está no que é dito e não no que é visto.
III. O talento e a intuição lírica trouxeram ao teatro de
Gil Vicente uma universalidade nunca antes alcançada na Literatura Portuguesa.
Pandora Vestibulares, com você em todas as fases.
Assinale:
a) se todas as afirmações forem corretas.
b) se todas as afirmações forem incorretas.
c) se as afirmações I e II forem corretas.
d) se as afirmações II e III forem corretas.
e) se as afirmações I e III forem corretas.
7-
Leia
as proposições abaixo e assinale a alternativa correta sobre o Auto da barca do
Inferno.
I. O Frade é condenado ao Inferno somente porque é
brincalhão e excelente dançarino.
II. O Judeu aceitou pagar propina aos membros do judiciário
e do clero e por isso terá sua alma condenada.
III. Os quatro cavaleiros são salvos, pois representam os
verdadeiros valores da fé cristã.
a) Estão corretas a I e a III.
b) Estão corretas a II e a III.
c) Apenas a III está correta.
d) Apenas a II está correta.
e) Estão corretas a I e a II
8-
Indique
a afirmação correta sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente:
a) É intrincada a estruturação de suas cenas, que
surpreendem o público com o inesperado de cada situação.
b) O moralismo vicentino localiza os vícios não nas
instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas.
c) É complexa a crítica aos costumes da época, já que o autor
é o primeiro a relativizar a distinção entre o Bem e o Mal.
d) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens
populares, as mais ridicularizadas e as mais severamente punidas.
e) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo
referência a qualquer exemplo de valor positivo.
9- Considere
as seguintes afirmações sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil
Vicente:
I. O auto atinge seu clímax na cena do
Fidalgo, personagem que reúne em si os vícios das diferentes categorias sociais
anteriormente representadas.
II. A descontinuidade das cenas é
coerente com o caráter didático do auto, pois facilita o distanciamento do
espectador.
III. A caricatura dos tipos sociais
presentes no auto não é gratuita nem artificial, mas resulta da acentuação de
traços típicos.
Está correto apenas
o que se afirma em:
(A)
I.
(B)
II.
(C)
II e III.
(D)
I e II.
(E)
I e III.
10-
Na
seguinte cena do Auto da Barca do Inferno, o Corregedor e o Procurador
dirigem-se à Barca da Glória, depois de se recusarem a entrar na Barca do
Inferno:
Corregedor
Ó arrais dos gloriosos,
passai-nos neste batel!
Anjo
Ó pragas pera papel, pera as almas odiosos!
Como vindes preciosos,
sendo filhos da ciência!
Corregedor
Ó! habeatis clemência
e passai-nos como vossos!
Joane (Parvo)
Hou, homens dos breviairos,
rapinastis coelhorum
et perniz perdiguitorum
e mijais nos campanairos!
Corregedor
Ó! Não nos sejais contrairos,
Pois nom temos outra ponte!
Joane (Parvo) Beleguinis
ubi sunt?
Ego latinus macairos.
Vocabulário:
pera: para
habeatis:
tende
homens dos breviairos:
homens de leis Rapinastis coelhorum/Et
perniz perdiguitorum:
Recebem coelhos e pernas de perdiz como suborno
Beleguinis ubi
sunt?: Onde estão os oficiais de justiça?
Ego latinus macairos: Eu falo
latim macarrônico
(Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno. São Paulo:
Ateliê Editorial, 1996, p. 107-109.)
I.
O Corregedor é acusado de corrupção na passagem
em que o Parvo se refere ao fato de ele receber subornos, “presentes”,
“propinas”, “agrados”, pequenos mimos tais como coelhos e pernas de perdizes.
II.
O Corregedor é acusado, na peça, de ser
desrespeitoso (mijar nos campanários), injusto com relação aos desfavorecidos,
preguiçoso e adúltero, pecados pelos quais é condenado a seguir com o Diabo na
Barca do Inferno.
III.
O Parvo se expressa em latim para ridicularizar
e ironizar a postura dos magistrados. Chega a admitir essa intenção, ao afirmar
que seu latim é macarrônico.
Quais estão corretas?
(A)
Apenas I.
(B)
Apenas II.
(C)
Apenas I e III.
(D)
Apenas II e III
(E)
I, II e III.
11-
(UFRGS – 2009) Considere as afirmações abaixo sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil de Vicente.
I – O Fidalgo e o Sapateiro levam consigo objetos
característicos de seu status social
em vida.
II – Apenas o Parvo e os quatro Cavaleiros cruzados serão
conduzidos pela Barca da Glória.
III – Ao contrário do Anjo vicentino, que é persuasivo e
alegre, o Diabo vicentino é um personagem sisudo, de poucas e irônicas falas.
Quais estão corretas?
a)
Apenas I.
b)
Apenas III.
c)
Apenas I e II.
d)
Apenas II e III.
e)
Todas as alternativas.
12- (UFRGS – 2006) A cena do embarque do frade
Babriel é uma das mais importantes do Auto da Barca do Inferno, de Gil de
Vicente.
Numere as seguintes
ações de Babriel de acordo com a ordem em que elas ocorrem na referida cena.
( ) O frade
utiliza-se do hábito na tentativa de alcançar a salvação.
( ) O frade, ao se
encontrar com o Diabo, está acompanhado de Florença.
( ) O frade dirige-se
à Barca da Glória.
( ) O frade é
recebido pelo parvo Joane.
( ) O frade,
acompanhado da mulher, acolhe a sentença.
A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
para baixo, é
a) 2
– 1 – 4 – 3 – 5.
b) 3
– 4 – 2 – 5 – 1.
c) 2
– 1 – 3 – 4 – 5.
d) 5
– 3 – 2 – 1 – 4.
e) 5
– 2 – 3 – 4 – 1.
13-
(UFRGS
– 2004) Considere as seguintes afirmações, relacionadas ao episódio do embarque
do fidalgo, da obra Auto da Barca do
inferno, de Gil de Vicente.
I – A acusação de tirania e presunção dirigida ao fidalgo
configura uma critica não ao indivísuo, mas à classe a que pertence.
II – Gil Vicente critica as desigualdades sociais ao apontar
o desprezo do fidalgo aos pequenos, aos desfavorecidos.
III – No momento em que o fidalgo pensa ser alvo por haver
deixado, em terra, alguém orando por ele, evidencia-se a crítica vicentina à fé
religiosa.
Quais estão corretas?
a) Apenas
I.
b) Apenas
I e II.
c) Apenas
I e III.
d) Apenas
II e III.
e) I,
II e III.
14-
(UFRGS
– 2002) Assinale a alternativa alternativa incorreta sobre a obra de Gil
Vicente.
a) Gil
Vicente tem suas raízes na Idade Média, mas volta-se para o Renascimento,
aliando o humanismo religioso à atitude critica diante dos problemas sociais.
b) Variada
na forma, a obra vicentina desvenda os costumes do século XVI, satirizando a
sociedade feudal sem perder o caráter moralista e resguardando o sentido de
intervenção social.
c) Embora
critique o clero, a nobreza e seu séquito ocioso, o teatro vicentino faz a
exaltação heróica dos reis, atitude comum na Idade Média.
d) Ao
mesmo tempo que desenvolve a sátira social, a produção vicentina aponta para a
necessidade de reforma da Igreja, devido aos abusos do clero.
e) Trabalhando
com uma verdadeira galeria de tipos, Gil Vicente adapta o uso da linguagem
coloquial ao estilo e à condição social
de cada um deles.
15-
(UFRGS
– 2000) Em relação ao Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente, considere as
seguintes afirmações.
I. Trata-se de um grande painel que satiriza a sociedade
portuguesa do seu tempo.
II. Representa a transição da Idade Média para o
Renascimento, guardando traços dos dois períodos.
III. Sugere que o
diabo, ao julgar justos e pecadores, tem poderes maiores que Deus.
Quais estão corretas?
a) Apenas
I.
b) Apenas
I e II.
c) Apenas
I e III.
d) Apenas
II e III.
e) I,
II e III.
GABARITO:
1- B
2- E
3- E
4- E
5- B
6- D
7- C
8- B
9- C
10- E
11- C
12- C
13- B
14- C
15- B
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