sexta-feira, 24 de junho de 2016

LIVROS UFSC 2017: Videoaula explicando o livro "Quarenta Dias", de Maria Valéria Rezende

Videoaula explicando o livro "Quarenta Dias", de Maria Valéria Rezende


LEIA A ANÁLISE COMPLETA DO LIVRO QUARENTA DIAS EM NOSSO 
LIVRO DE RESUMOS UFSC/ACAFE/UDESC 2017



VEJA EXPLICAÇÕES DETALHADAS A RESPEITO DE QUARENTA DIAS
E SOBRE TODOS OS LIVROS DO VESTIBULAR UFSC 2017
EM NOSSO CURSO ONLINE DE LITERATURA! 

CLIQUE NA IMAGEM PARA SABER MAIS



quinta-feira, 23 de junho de 2016

RESUMOS VESTIBULAR UFSC 2017 - QUARENTA DIAS, DE MARIA VALÉRIA REZENDE

RESUMO DE QUARENTA DIAS, DE MARIA VALÉRIA REZENDE




AUTORA: MARIA VALÉRIA REZENDE
PUBLICAÇÃO: 2014
LITERATURA CONTEMPORÂNEA
LIVRO VENCEDOR DO PRÊMIO JABUTI (MAIOR PREMIAÇÃO LITERÁRIA DO BRASIL) EM 2015

ESTRUTURA
O livro é narrado em 1ª pessoa pela professora aposentada Alice, que, obrigada pela filha, sai de João Pessoa-PB para Porto Alegre-RS, com a missão de cuidar do neto que iria nascer. De forma inesperada, Alice se vê sozinha em uma cidade desconhecida e passa a perambular pelas ruas da capital gaúcha, numa jornada que dura quarenta dias.
Depois da vivência, a narradora-protagonista faz da escrita um “desabafo” em um caderno escolar com a personagem Barbie na capa. O livro que estamos lendo seria esse caderno “passado a limpo”, acrescido de citações de livros colhidas em sebos, panfletos e papéis colhidos na rua.  
Assim, o livro de 245 páginas se divide em 32 capítulos, apresentando 4 elementos recorrentes:

a)      Epígrafes: Citações feitas na abertura de cada capítulo. São frases retiradas de livros que a protagonista folheava em sebos durante suas andanças por Porto Alegre. São referidos trechos de escritores como o obscuro Augusto dos Anjos, os modernistas Carlos Drummond, Mário de Andrade e Lêdo Ivo; a contemporânea Elvira Vigna (autora de Vitória Valentina); a portuguesa Lídia Jorge; a alemã Herta Müller; e o britânico Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas. Naturalmente, as citações se encaixam em cada momento do relato.   

b)      Interlocuções com Barbie: Na abertura e/ou no encerramento da maior parte dos capítulos (não em todos), a narradora se dirige à Barbie. A solidão da narradora, que, sem ter com quem partilhar suas agruras, passa a imaginar a boneca Barbie da capa de seu caderno como confidente. A “conversa” de Alice com Barbie é pontuada pela ironia, evidenciando um ponto de vista crítico sobre a superficialidade da sociedade de consumo (observe as expressões em língua inglesa, como “my dear”) e sobre os papéis conferidos à mulher nessa sociedade: a passividade (característica que Alice descobre em si mesma e supera ao longo de sua jornada), a obsessão pela aparência estereotipada (Alice se desapega do visual quando mergulha no submundo das ruas; por outro lado, a filha fazia dietas e decorava ambientes de acordo com a “moda”.)  

c)       Ilustrações: Ao longo do livro, entremeando alguns capítulos, temos 16 ilustrações que reproduzem pedaços de papel onde a narradora fez suas anotações durante os quarenta dias. São panfletos, folders, notas, comandas, que ficam como resíduo e comprovação da jornada de Alice.
d)      A narração: Alice despeja em seu caderno suas impressões sobre a vida; alguns flashbacks sobre a Paraíba e sobre a relação com a filha; e, principalmente, o relato da jornada de quarenta dias nas ruas de Porto Alegre. É importante atentar para a diferença entre o momento da narração (o ato de contar a história) e o momento do narrado (quando os fatos contados já são passado).

INTERTEXTUALIDADE
Além das epígrafes já mencionadas, o texto de Maria Valéria Rezende produz duas fortíssimas relações de intertextualidade:
a)      “Alice no País das Maravilhas”: Na famosa obra de Lewis Carroll, uma garota chamada Alice que cai em uma toca de coelho e é transportada para um mundo fantástico, repleto de criaturas extraordinárias, em uma atmosfera onírica (de sonho). A relação da obra de Maria Valéria Rezende com o clássico de Carroll chega a ser explicitada pela própria narradora, que se refere várias vezes à sua “xará” e nos conta sobre sua sensação de “encolhimento” (assim como ocorre com a menina das Maravilhas)

“Quando Umberto embicou o carro num portão, diante de um prédio qualquer daquela cidade nenhuma, acionou um controle remoto e entrou, parando ao lado de uma guarita, encolhi-me ainda mais, Alice diminuindo, diminuindo…»
[...]
“… acordei logo cedo, disposta a deixar pra lá o ressentimento, ser realista, encarar as coisas como eram agora, como gente grande, voltar ao meu tamanho normal…”

O nome da heroína se soma à ideia de um “mergulho” em outra realidade: o choque cultural entre a nordestina e o sul; e a imersão por quarenta dias no submundo da miséria, da exclusão social, da mendicância e da loucura. Assim, “Quarenta Dias” é como “Alice no País das Maravilhas” às avessas, e esse caráter de paródia se pode observar na expressão usada pela relatora: “País das maravilhas cruéis”.

b)      “Poliana” e “Poliana Moça” (Eleanor H. Porter): Poliana era uma pobre órfã criada por uma tia rica e severa. Sua trajetória de superação se baseia no “jogo do contente”, aprendido com o falecido pai: a busca de um sentido positivo para tudo, mesmo nas situações mais adversas. “Poliana Moça” é a continuação da história, quando, já crescida, a heroína vai para uma cidade grande (Boston) e fica hospedada na casa de uma senhora depressiva. Poliana descobre que a tristeza da mulher se devia ao fato de ela ter um sobrinho desaparecido. Bondosa, a mocinha tenta encontrar o garoto.

Repare que Alice, ao longo do livro faz referências a si mesma como a “professora Póli”* (polivalente, “boazinha”, “certinha”). Sua tentativa de agir com otimismo diante da filha é chamada pela narradora de “jogo do contente”. Além disso, ao longo da trama, Alice acaba se envolvendo na busca por Cícero, filho desaparecido de uma conhecida da Paraíba.

*A denominação “Póli” também pode ser uma brincadeira, construindo uma oposição Polly (mais simples e ingênua) x Barbie (mais sedutora, consumista, brinquedo de menina rica). Poderíamos pensar na oposição entre Alice x Norinha, respectivamente. 

LEIA A ANÁLISE COMPLETA DO LIVRO QUARENTA DIAS EM NOSSO 
LIVRO DE RESUMOS UFSC/ACAFE/UDESC 2017



VEJA EXPLICAÇÕES DETALHADAS A RESPEITO DE QUARENTA DIAS
E SOBRE TODOS OS LIVROS DO VESTIBULAR UFSC 2017
EM NOSSO CURSO ONLINE DE LITERATURA! 

CLIQUE NA IMAGEM PARA SABER MAIS



RESUMO DOS LIVROS UFSC 2017 - AUTO DA COMPADECIDA

PERSONAGENS do AUTO DA COMPADECIDA, DE ARIANO SUASSUNA



PALHAÇO
Segundo o próprio Ariano Suassuna, é uma representação do autor na peça.
“Ao escrever esta peça, onde combate o mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que ninguém, que sua alma é um velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua gente, porque acredita que esse povo sofre, é um povo salvo e tem direito a certas intimidades.”
Como já dissemos, o Palhaço desempenha o papel de Corifeu, conforme a tradição grega: enuncia partes isoladas do texto (narrador/comentador); dialoga com os atores e com o público; estabelece a mediação entre o palco e a plateia.

JOÃO GRILO
É o protagonista. Malandro (esperto), inventa histórias e trapaças, conseguindo enganar a opinião alheia no intuito de obter benefícios. Homem do povo, era explorado pelo padeiro e vivia miseravelmente, chegando a passar fome (desnutrido, era chamado “amarelinho”). Nesse sentido a astúcia e a criatividade são suas armas na luta pela sobrevivência e seu modo particular de fazer justiça.
João Grilo é uma representação do próprio povo brasileiro, e, como tal, costuma a ser comparado a outros ícones como Leonardinho, de Memórias de um Sargento de Milícias (obra de Manuel Antônio de Almeida) e Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (do Modernista Mário de Andrade). Mas apesar da semelhança no que diz respeito ao humor e à criatividade, há uma diferença essencial no conceito de malandragem: João Grilo é o malandro no sentido da esperteza, não da preguiça, como Leonardinho e Macunaíma. Veja o que afirma Ariano Suassuna:
“Logo quando o Auto da Compadecida apareceu, quando o Auto da Compadecida foi encenado no sul principalmente, o herói, o personagem central do Auto da Compadecida que É João Grilo, foi comparado a Macunaíma. E eu protestei e continuo a protestar, tá certo? Eu não aceito a comparação não. Eu não aceito a comparação porque o povo brasileiro em Macunaíma é olhado de um ponto de vista negativo. E o próprio personagem é dado por Mário de Andrade, que é o pai dele, como um herói sem caráter. Então, João Grilo foi chamado de anti-herói e de herói sem caráter e eu protestei, e protesto, e continuo a protestar. Na minha opinião João Grilo é um herói mesmo, tá certo? Porque vocês vejam: João Grilo vence a aristocracia rural na pessoa do Major Antonio Morais. Ele vence a burguesia urbana nas pessoas do padeiro e da Mulher do Padeiro. Ele vence até o Diabo! Ele vence a polícia, vence os cangaceiros, não é? E vence o Clero, o Clero corrupto e vence até o Diabo. Então se um homem desse não È herói, eu não sei mais quem é herói não, não é? Eu acho que a definição, a frase que define João Grilo é essa, que é um ditado popular aqui no Nordeste: a astúcia é a coragem do pobre!”
  (Depoimento de Ariano Suassuna no documentário “O Sertãomundo de Ariano Suassuna”)

CHICÓ
É o mentiroso ingênuo, contador de histórias hiperbólicas e mirabolantes como a do Cavalo Bento ou a do Pirarucu Pescador. Benevolente, não tem a malícia ou a esperteza de João Grilo. O próprio Ariano Suassuna compara Chicó, refugiado da dura realidade em seus delírios, com D. Quixote:
“[...] Refletindo sobre a dupla cervantina, vi que D. Quixote é um sonhador, como Chicó e que Sancho Pança é um pícaro, como João Grilo”

PADRE, BISPO E SACRISTÃO
Representam a simonia e a hipocrisia no clero.
       Padre João: Subserviente aos poderosos, é arrogante e intransigente com o povo.
       Bispo: Avarento, corrupto, e arrogante, é ironicamente referido como “administrador” e “político”.
       Sacristão: Igualmente corrupto, “É um sujeito magro, pedante, pernóstico, de óculos azuis que ele ajeita com as duas mãos de vez em quando com todo cuidado”.

FRADE
É o contraponto aos demais representantes do Clero. Puro, cordial, benevolente, fica ao lado dos oprimidos, e não participa dos jogos de corrupção e opressão. Ironicamente, costuma ser tratado como tolo. Entre os seus pares é o único que se salva, literalmente: O cangaceiro Severino se nega a matá-lo. No terceiro ato, afirma-se que o Frade era um Santo.

PADEIRO E SUA MULHER
Os patrões de João Grilo e Chicó. Representam a exploração da burguesia em relação aos pobres. Como casal, o que os mantêm unidos é o medo da solidão.
       Padeiro: Além de mesquinho, tem a personalidade fraca. É manipulado pela esposa e repete, de forma caricatural, as falas da mulher ao longo da peça.
       Mulher do Padeiro: Encarna, além da cobiça, a luxúria, sendo notoriamente adúltera. Insensível aos empregados, gosta mais de bichos de estimação do que de pessoas.

MAJOR ANTÔNIO MORAIS
Alegoria da oligarquia latifundiária. Orgulha-se de suas origens europeias e de sua “ociosidade senhorial”. Prepotente e autoritário, demonstra que o poder econômico se traduz em poder político quase absoluto, passando por cima, inclusive, da igreja.

SEVERINO DO ARACAJU E CANGACEIRO (CABRA)
Assim como lampião, Severino é encarado pela sociedade burguesa como a encarnação do mal, mas pode ser visto pelo povo como herói, pois apresenta rígidos valores morais e se posiciona contra os poderosos, repreendendo e punindo a corrupção dos clérigos, a vulgaridade da mulher adúltera e a avareza do padeiro.
Severino e seu ajudante desencadeiam a carnificina que leva todos ao juízo final. Suas ações, contudo, são justificadas, pois enlouqueceram ao presenciar, ainda na infância, o assassinato de sua família.

ENCOURADO E DEMÔNIO
Atuam como promotores, acusando os vícios e crimes cometidos pelos demais personagens. O Encourado, figura demoníaca da cultura popular nordestina, toma a frente e subjuga o próprio demônio, que lhe serve de auxiliar. É arrogante, intolerante, vingativo e mal-humorado.

MANUEL (JESUS CRISTO)
É o próprio Jesus Cristo. O demônio, no intuito de reduzir seu poder, chama-o “Manuel”. Aparece surpreendentemente como um homem negro, provocando um comentário preconceituoso de João Grilo. A intenção do autor é justamente questionar os preconceitos do próprio público.
Outro aspecto não convencional do Cristo de Suassuna é o humor (em oposição à sisudez do inferno). Manuel e a Compadecida são simples e não só aceitam as brincadeiras do Grilo, como também pregam suas peças. 

A COMPADECIDA
É a Virgem protetora. Benevolente, é, segundo João Grilo, mais humana que o próprio Jesus e por isso é invocada para defender os homens, intercedendo como “advogada” no juízo final.
A Compadecida, sua leveza e sua tolerância representam a própria ideia de brasilidade. Nas palavras de Suassuna:

“Para mim, o emblema brasileiro e feminino, o núcleo fundamental de toda a minha visão de mundo, era aquela Senhora a quem eu celebrara com o nome popular de “A Compadecida” e que, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, é a Padroeira incontestável de nosso país e do nosso povo”. 


LEIA A ANÁLISE COMPLETA EM NOSSO 
LIVRO DE RESUMOS UFSC/ACAFE/UDESC 2017



VEJA EXPLICAÇÕES DETALHADAS 
SOBRE TODOS OS LIVROS DO VESTIBULAR UFSC 2017
EM NOSSO CURSO ONLINE DE LITERATURA! 

CLIQUE NA IMAGEM PARA SABER MAIS


sábado, 30 de abril de 2016

domingo, 17 de abril de 2016

terça-feira, 12 de abril de 2016

CONTO: UNS BRAÇOS (MACHADO DE ASSIS)

UNS BRAÇOS

Inácio estremeceu, ouvindo os gritos do solicitador, recebeu o prato que este lhe apresentava e tratou de comer, debaixo de uma trovoada de nomes, malandro, cabeça de vento, estúpido, maluco.
- Onde anda que nunca ouve o que lhe digo? Hei de contar tudo a seu pai, para que lhe sacuda a preguiça do corpo com uma boa vara de marmelo, ou um pau; sim, ainda pode apanhar, não pense que não. Estúpido! maluco!
- Olhe que lá fora é isto mesmo que você vê aqui, continuou, voltando-se para D. Severina, senhora que vivia com ele maritalmente, há anos. Confunde-me os papéis todos, erra as casas, vai a um escrivão em vez de ir a outro, troca os advogados: é o diabo! É o tal sono pesado e contínuo. De manhã é o que se vê; primeiro que acorde é preciso quebrar-lhe os ossos... Deixe; amanhã hei de acordá-lo a pau de vassoura!
D. Severina tocou-lhe no pé, como pedindo que acabasse. Borges espeitorou ainda alguns impropérios, e ficou em paz com Deus e os homens.
Não digo que ficou em paz com os meninos, porque o nosso Inácio não era propriamente menino. Tinha quinze anos feitos e bem feitos. Cabeça inculta, mas bela, olhos de rapaz que sonha, que adivinha, que indaga, que quer saber e não acaba de saber nada. Tudo isso posto sobre um corpo não destituído de graça, ainda que mal vestido. O pai é barbeiro na Cidade Nova, e pô-lo de agente, escrevente, ou que quer que era, do solicitador Borges, com esperança de vê-lo no foro, porque lhe parecia que os procuradores de causas ganhavam muito. Passava-se isto na Rua da Lapa, em 1870.
Durante alguns minutos não se ouviu mais que o tinir dos talheres e o ruído da mastigação. Borges abarrotava-se de alface e vaca; interrompia-se para virgular a oração com um golpe de vinho e continuava logo calado.
Inácio ia comendo devagarinho, não ousando levantar os olhos do prato, nem para colocá-los onde eles estavam no momento em que o terrível Borges o descompôs. Verdade é que seria agora muito arriscado. Nunca ele pôs os olhos nos braços de D. Severina que se não esquecesse de si e de tudo.
Também a culpa era antes de D. Severina em trazê-los assim nus, constantemente. Usava mangas curtas em todos os vestidos de casa, meio palmo abaixo do ombro; dali em diante ficavam-lhe os braços à mostra. Na verdade, eram belos e cheios, em harmonia com a dona, que era antes grossa que fina, e não perdiam a cor nem a maciez por viverem ao ar; mas é justo explicar que ela os não trazia assim por faceira, senão porque já gastara todos os vestidos de mangas compridas. De pé, era muito vistosa; andando, tinha meneios engraçados; ele, entretanto, quase que só a via à mesa, onde, além dos braços, mal poderia mirar-lhe o busto. Não se pode dizer que era bonita; mas também não era feia. Nenhum adorno; o próprio penteado consta de mui pouco; alisou os cabelos, apanhou-os, atou-os e fixou-os no alto da cabeça com o pente de tartaruga que a mãe lhe deixou. Ao pescoço, um lenço escuro, nas orelhas, nada. Tudo isso com vinte e sete anos floridos e sólidos.
Acabaram de jantar. Borges, vindo o café, tirou quatro charutos da algibeira, comparou-os, apertou-os entre os dedos, escolheu um e guardou os restantes. Aceso o charuto, fincou os cotovelos na mesa e falou a D. Severina de trinta mil coisas que não interessavam nada ao nosso Inácio; mas enquanto falava, não o descompunha e ele podia devanear à larga.
Inácio demorou o café o mais que pôde. Entre um e outro gole alisava a toalha, arrancava dos dedos pedacinhos de pele imaginários ou passava os olhos pelos quadros da sala de jantar, que eram dois, um S. Pedro e um S. João, registros trazidos de festas encaixilhados em casa. Vá que disfarçasse com S. João, cuja cabeça moça alegra as imaginações católicas, mas com o austero S. Pedro era demais. A única defesa do moço Inácio é que ele não via nem um nem outro; passava os olhos por ali como por nada. Via só os braços de D. Severina, - ou porque sorrateiramente olhasse para eles, ou porque andasse com eles impressos na memória.
- Homem, você não acaba mais? bradou de repente o solicitador.
 Não havia remédio; Inácio bebeu a última gota, já fria, e retirou-se, como de costume, para o seu quarto, nos fundos da casa. Entrando, fez um gesto de zanga e desespero e foi depois encostar-se a uma das duas janelas que davam para o mar. Cinco minutos depois, a vista das águas próximas e das montanhas ao longe restituía-lhe o sentimento confuso, vago, inquieto, que lhe doía e fazia bem, alguma coisa que deve sentir a planta, quando abotoa a primeira flor. Tinha vontade de ir embora e de ficar. Havia cinco semanas que ali morava, e a vida era sempre a mesma, sair de manhã com o Borges, andar por audiências e cartórios, correndo, levando papéis ao selo, ao distribuidor, aos escrivães, aos oficiais de justiça. Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir. Borges não lhe dava intimidade na família, que se compunha apenas de D. Severina, nem Inácio a via mais de três vezes por dia, durante as refeições. Cinco semanas de solidão, de trabalho sem gosto, longe da mãe e das irmãs; cinco semanas de silêncio, porque ele só falava uma ou outra vez na rua; em casa, nada.
- Deixe estar, - pensou ele um dia - fujo daqui e não volto mais.
Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A educação que tivera não lhe permitia encará-los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso. Agüentava toda a trabalheira de fora toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços.
Naquele dia, enquanto a noite ia caindo e Inácio estirava-se na rede (não tinha ali outra cama), D. Severina, na sala da frente, recapitulava o episódio do jantar e, pela primeira vez, desconfiou alguma coisa Rejeitou a idéia logo, uma criança! Mas há idéias que são da família das moscas teimosas: por mais que a gente as sacuda, elas tornam e pousam. Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu que entre o nariz e a boca do rapaz havia um princípio de rascunho de buço. Que admira que começasse a amar? E não era ela bonita? Esta outra idéia não foi rejeitada, antes afagada e beijada. E recordou então os modos dele, os esquecimentos, as distrações, e mais um incidente, e mais outro, tudo eram sintomas, e concluiu que sim.
- Que é que você tem? disse-lhe o solicitador, estirado no canapé, ao cabo de alguns minutos de pausa.
- Não tenho nada.
- Nada? Parece que cá em casa anda tudo dormindo! Deixem estar, que eu sei de um bom remédio para tirar o sono aos dorminhocos...
E foi por ali, no mesmo tom zangado, fuzilando ameaças, mas realmente incapaz de as cumprir, pois era antes grosseiro que mau. D. Severina interrompia-o que não, que era engano, não estava dormindo, estava pensando na comadre Fortunata. Não a visitavam desde o Natal; por que não iriam lá uma daquelas noites? Borges redargüia que andava cansado, trabalhava como um negro, não estava para visitas de parola, e descompôs a comadre, descompôs o compadre, descompôs o afilhado, que não ia ao colégio, com dez anos! Ele, Borges, com dez anos, já sabia ler, escrever e contar, não muito bem, é certo, mas sabia. Dez anos! Havia de ter um bonito fim: - vadio, e o côvado e meio nas costas. A tarimba é que viria ensiná-lo.
D. Severina apaziguava-o com desculpas, a pobreza da comadre, o caiporismo do compadre, e fazia-lhe carinhos, a medo, que eles podiam irritá-lo mais. A noite caíra de todo; ela ouviu o tlic do lampião do gás da rua, que acabavam de acender, e viu o clarão dele nas janelas da casa fronteira. Borges, cansado do dia, pois era realmente um trabalhador de primeira ordem, foi fechando os olhos e pegando no sono, e deixou-a só na sala, às escuras, consigo e com a descoberta que acaba de fazer.
Tudo parecia dizer à dama que era verdade; mas essa verdade, desfeita a impressão do assombro, trouxe-lhe uma complicação moral que ela só conheceu pelos efeitos, não achando meio de discernir o que era. Não podia entender-se nem equilibrar-se, chegou a pensar em dizer tudo ao solicitador, e ele que mandasse embora o fedelho. Mas que era tudo? Aqui estacou: realmente, não havia mais que suposição, coincidência e possivelmente ilusão. Não, não, ilusão não era. E logo recolhia os indícios vagos, as atitudes do mocinho, o acanhamento, as distrações, para rejeitar a idéia de estar enganada. Daí a pouco, (capciosa natureza!) refletindo que seria mau acusá-lo sem fundamento, admitiu que se iludisse, para o único fim de observá-lo melhor e averiguar bem a realidade das coisas.
 Já nessa noite, D. Severina mirava por baixo dos olhos os gestos de Inácio; não chegou a achar nada, porque o tempo do chá era curto e o rapazinho não tirou os olhos da xícara. No dia seguinte pôde observar melhor, e nos outros otimamente. Percebeu que sim, que era amada e temida, amor adolescente e virgem, retido pelos liames sociais e por um sentimento de inferioridade que o impedia de reconhecer-se a si mesmo. D. Severina compreendeu que não havia recear nenhum desacato, e concluiu que o melhor era não dizer nada ao solicitador; poupava-lhe um desgosto, e outro à pobre criança. Já se persuadia bem que ele era criança, e assentou de o tratar tão secamente como até ali, ou ainda mais. E assim fez; Inácio começou a sentir que ela fugia com os olhos, ou falava áspero, quase tanto como o próprio Borges. De outras vezes, é verdade que o tom da voz saía brando e até meigo, muito meigo; assim como o olhar geralmente esquivo, tanto errava por outras partes, que, para descansar, vinha pousar na cabeça dele; mas tudo isso era curto.
- Vou-me embora, repetia ele na rua como nos primeiros dias.
 Chegava a casa e não se ia embora. Os braços de D. Severina fechavam-lhe um parêntesis no meio do longo e fastidioso período da vida que levava, e essa oração intercalada trazia uma idéia original e profunda, inventada pelo céu unicamente para ele. Deixava-se estar e ia andando. Afinal, porém, teve de sair, e para nunca mais; eis aqui como e porquê.
 D. Severina tratava-o desde alguns dias com benignidade. A rudeza da voz parecia acabada, e havia mais do que brandura, havia desvelo e carinho. Um dia recomendava-lhe que não apanhasse ar, outro que não bebesse água fria depois do café quente, conselhos, lembranças, cuidados de amiga e mãe, que lhe lançaram na alma ainda maior inquietação e confusão. Inácio chegou ao extremo de confiança de rir um dia à mesa, coisa que jamais fizera; e o solicitador não o tratou mal dessa vez, porque era ele que contava um caso engraçado, e ninguém pune a outro pelo aplauso que recebe. Foi então que D. Severina viu que a boca do mocinho, graciosa estando calada, não o era menos quando ria.
 A agitação de Inácio ia crescendo, sem que ele pudesse acalmar-se nem entender-se. Não estava bem em parte nenhuma. Acordava de noite, pensando em D. Severina. Na rua, trocava de esquinas, errava as portas, muito mais que dantes, e não via mulher, ao longe ou ao perto, que lha não trouxesse à memória. Ao entrar no corredor da casa, voltando do trabalho, sentia sempre algum alvoroço, às vezes grande, quando dava com ela no topo da escada, olhando através das grades de pau da cancela, como tendo acudido a ver quem era.
 Um domingo, - nunca ele esqueceu esse domingo, - estava só no quarto, à janela, virado para o mar, que lhe falava a mesma linguagem obscura e nova de D. Severina. Divertia-se em olhar para as gaivotas, que faziam grandes giros no ar, ou pairavam em cima d'água, ou avoaçavam somente. O dia estava lindíssimo. Não era só um domingo cristão; era um imenso domingo universal.
 Inácio passava-os todos ali no quarto ou à janela, ou relendo um dos três folhetos que trouxera consigo, contos de outros tempos, comprados a tostão, debaixo do passadiço do Largo do Paço. Eram duas horas da tarde. Estava cansado, dormira mal a noite, depois de haver andado muito na véspera; estirou-se na rede, pegou em um dos folhetos, a Princesa Magalona, e começou a ler. Nunca pôde entender por que é que todas as heroínas dessas velhas histórias tinham a mesma cara e talhe de D. Severina, mas a verdade é que os tinham. Ao cabo de meia hora, deixou cair o folheto e pôs os olhos na parede, donde, cinco minutos depois, viu sair a dama dos seus cuidados. O natural era que se espantasse; mas não se espantou. Embora com as pálpebras cerradas viu-a desprender-se de todo, parar, sorrir e andar para a rede. Era ela mesma, eram os seus mesmos braços.
 É certo, porém, que D. Severina, tanto não podia sair da parede, dado que houvesse ali porta ou rasgão, que estava justamente na sala da frente ouvindo os passos do solicitador que descia as escadas. Ouviu-o descer; foi à janela vê-lo sair e só se recolheu quando ele se perdeu ao longe, no caminho da Rua das Mangueiras. Então entrou e foi sentar-se no canapé. Parecia fora do natural, inquieta, quase maluca; levantando-se, foi pegar na jarra que estava em cima do aparador e deixou-a no mesmo lugar; depois caminhou até à porta, deteve-se e voltou, ao que parece, sem plano. Sentou-se outra vez cinco ou dez minutos. De repente, lembrou-se que Inácio comera pouco ao almoço e tinha o ar abatido, e advertiu que podia estar doente; podia ser até que estivesse muito mal.
 Saiu da sala, atravessou rasgadamente o corredor e foi até o quarto do mocinho, cuja porta achou escancarada. D. Severina parou, espiou, deu com ele na rede, dormindo, com o braço para fora e o folheto caído no chão. A cabeça inclinava-se um pouco do lado da porta, deixando ver os olhos fechados, os cabelos revoltos e um grande ar de riso e de beatitude.
 D. Severina sentiu bater-lhe o coração com veemência e recuou. Sonhara de noite com ele; pode ser que ele estivesse sonhando com ela. Desde madrugada que a figura do mocinho andava-lhe diante dos olhos como uma tentação diabólica. Recuou ainda, depois voltou, olhou dois, três, cinco minutos, ou mais. Parece que o sono dava à adolescência de Inácio uma expressão mais acentuada, quase feminina, quase pueril. Uma criança! disse ela a si mesma, naquela língua sem palavras que todos trazemos conosco. E esta idéia abateu-lhe o alvoroço do sangue e dissipou-lhe em parte a turvação dos sentidos.
- Uma criança!
E mirou-o lentamente, fartou-se de vê-lo, com a cabeça inclinada, o braço caído; mas, ao mesmo tempo que o achava criança, achava-o bonito, muito mais bonito que acordado, e uma dessas idéias corrigia ou corrompia a outra. De repente estremeceu e recuou assustada: ouvira um ruído ao pé, na saleta do engomado; foi ver, era um gato que deitara uma tigela ao chão. Voltando devagarinho a espiá-lo, viu que dormia profundamente. Tinha o sono duro a criança! O rumor que a abalara tanto, não o fez sequer mudar de posição. E ela continuou a vê-lo dormir, - dormir e talvez sonhar.
Que não possamos ver os sonhos uns dos outros! D. Severina ter-se-ia visto a si mesma na imaginação do rapaz; ter-se-ia visto diante da rede, risonha e parada; depois inclinar-se, pegar-lhe nas mãos, levá-las ao peito, cruzando ali os braços, os famosos braços. Inácio, namorado deles, ainda assim ouvia as palavras dela, que eram lindas cálidas, principalmente novas, - ou, pelo menos, pertenciam a algum idioma que ele não conhecia, posto que o entendesse. Duas três e quatro vezes a figura esvaía-se, para tornar logo, vindo do mar ou de outra parte, entre gaivotas, ou atravessando o corredor com toda a graça robusta de que era capaz. E tornando, inclinava-se, pegava-lhe outra vez das mãos e cruzava ao peito os braços, até que inclinando-se, ainda mais, muito mais, abrochou os lábios e deixou-lhe um beijo na boca.
Aqui o sonho coincidiu com a realidade, e as mesmas bocas uniram-se na imaginação e fora dela. A diferença é que a visão não recuou, e a pessoa real tão depressa cumprira o gesto, como fugiu até à porta, vexada e medrosa. Dali passou à sala da frente, aturdida do que fizera, sem olhar fixamente para nada. Afiava o ouvido, ia até o fim do corredor, a ver se escutava algum rumor que lhe dissesse que ele acordara, e só depois de muito tempo é que o medo foi passando. Na verdade, a criança tinha o sono duro; nada lhe abria os olhos, nem os fracassos contíguos, nem os beijos de verdade. Mas, se o medo foi passando, o vexame ficou e cresceu. D. Severina não acabava de crer que fizesse aquilo; parece que embrulhara os seus desejos na idéia de que era uma criança namorada que ali estava sem consciência nem imputação; e, meia mãe, meia amiga, inclinara-se e beijara-o. Fosse como fosse, estava confusa, irritada, aborrecida mal consigo e mal com ele. O medo de que ele podia estar fingindo que dormia apontou-lhe na alma e deu-lhe um calafrio.
 Mas a verdade é que dormiu ainda muito, e só acordou para jantar. Sentou-se à mesa lépido. Conquanto achasse D. Severina calada e severa e o solicitador tão ríspido como nos outros dias, nem a rispidez de um, nem a severidade da outra podiam dissipar-lhe a visão graciosa que ainda trazia consigo, ou amortecer-lhe a sensação do beijo. Não reparou que D. Severina tinha um xale que lhe cobria os braços; reparou depois, na segunda-feira, e na terça-feira, também, e até sábado, que foi o dia em que Borges mandou dizer ao pai que não podia ficar com ele; e não o fez zangado, porque o tratou relativamente bem e ainda lhe disse à saída:
- Quando precisar de mim para alguma coisa, procure-me.
- Sim, senhor. A Sra. D. Severina...
- Está lá para o quarto, com muita dor de cabeça. Venha amanhã ou depois despedir-se dela.
Inácio saiu sem entender nada. Não entendia a despedida, nem a completa mudança de D. Severina, em relação a ele, nem o xale, nem nada. Estava tão bem! falava-lhe com tanta amizade! Como é que, de repente... Tanto pensou que acabou supondo de sua parte algum olhar indiscreto, alguma distração que a ofendera, não era outra coisa; e daqui a cara fechada e o xale que cobria os braços tão bonitos... Não importa; levava consigo o sabor do sonho. E através dos anos, por meio de outros amores, mais efetivos e longos, nenhuma sensação achou nunca igual à daquele domingo, na Rua da Lapa, quando ele tinha quinze anos. Ele mesmo exclama às vezes, sem saber que se engana:
- E foi um sonho! um simples sonho!

 Fonte: Contos Consagrados - Machado de Assis - Coleção Prestígio - Ediouro - s/d


segunda-feira, 11 de abril de 2016

UEPG abre inscrições para Vestibular de Inverno 2016 nesta segunda-feira

Do G1 PR
A Universidade Estadual de Ponta Grossa(UEPG), na região dos Campos Gerais do Paraná, abre as inscrições para o Vestibular de Inverno 2016 nesta segunda-feira (11).
Os interessados podem se inscrever até o dia 11 de maio, no site da UEPG.
As provas são aplicadas em 17 e 18 de julho, em 14 cidades: ApucaranaCascavelCastro,CuritibaGuarapuavaIratiJacarezinho,MaringáPalmeira, Ponta Grossa, Rio Negro,São Mateus do SulTelêmaco Borba eUmuarama. Ao todo, são 726 vagas, distribuídas em 36 cursos.
Novidade
Em relação à taxa de inscrição, o Vestibular de Inverno 2016 da UEPG apresenta novidade. Há duas categorias de candidat: o concorrente, que paga taxa no valor de R$ 135, e o ‘treineiro’, que paga taxa no valor de R$ 100.

É possível fazer as alterações entre 13 a 18 de maio, mediante pagamento de uma taxa de retificação, no valor de R$ 27.Encerrado o prazo de inscrição, o candidato tem como retificar eventuais erros cometidos no preenchimento dos dados solicitados, como a grafia do nome, a opção ou não pelo sistema de cotas, o curso escolhido, o turno do curso; o números de documentos, o local de prova, entre outros.


Calendário
A partir de 17 de junho, a CPS divulga aqui o edital com informações sobre o número da inscrição, o número da turma, o local onde a prova deve ser feita, entre outras.
Um dia após a aplicação das provas, 19 de junho, a partir das 17h, são publicados os gabaritos.
A relação de aprovados em primeira chamada e lista de espera pode ser divulgada até 14 de setembro. O desempenho dos ‘candidatos treineiros’ deve ser liberado após o encerramento do período do registro acadêmico e matrícula dos "candidatos concorrentes".
Cotas e Enem
Na UEPG, o candidato pode optar pelos sistemas de cotas para estudantes das escolas públicas e para estudantes negros, que assim se autodeclararem, igualmente oriundos da rede pública de ensino.
Nos dois casos, devem ter cursado todas as séries do ensino fundamental e todas as séries do ensino médio na escola pública. A comprovação se dá mediante a apresentação do histórico escolar no ato da matrícula e do registro acadêmico.
Os candidatos que não se enquadram nessas duas opções concorrem pela chamada cota universal.
A UEPG possibilita também ao candidato o aproveitamento do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), opção que deve ser expressa pelo candidato no ato da inscrição.
Para tal, deve ter um aproveitamento mínimo de 40% nas provas objetivas do Enem. Por meio de fórmula descrita no Manual do Candidato, a nota do Enem é acrescida à pontuação final do candidato.
----------------------
Pessoal, não se esqueçam das obras literárias UEPG 2016 inverno:
AMAR, VERBO INTRANSITIVO (Mário de Andrade);
A MORTE E A MORTE DE QUINCAS BERRO D'ÁGUA (Jorge Amado); 
LIVRO SOBRE NADA (Manoel de Barros); 
O FILHO ETERNO (Cristóvão Tezza); 
O OVO APUNHALADO (Caio Fernando Abreu).

domingo, 10 de abril de 2016

Livros ACAFE 2016 inverno: Curso Online já tem matrículas abertas!

O site do Prof. Edir já abriu inscrições para o curso online LIVROS ACAFE vestibular de inverno 2016!

As videoaulas contemplam os livros:

- Esaú e Jacó (Machado de Assis)
- As Fantasias Eletivas (Carlos Henrique Schroeder)
- Olhos D'Água (Conceição Evaristo)
- Quarenta Dias (Maria Valéria Rezende)
- O Auto da Compadecida (Ariano Suassuna)

Além de dezenas de vídeos detalhando as obras literárias ACAFE, o aluno terá material de apoio, testes e simulados.

FAÇA SUA INSCRIÇÃO!

terça-feira, 5 de abril de 2016

VESTIBULAR DE INVERNO UDESC 2016

Oportunidades são para 37 cursos em nove cidades de SC.

Candidatos podem se inscrever até 2 de maio; taxa custa R$ 95.

Do G1 SC
A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) está com inscrições abertas para 1.056 vagas em 37 cursos no Vestibular de Inverno 2016. Os candidatos podem se inscrever pela internet até 2 de maio e pagar a taxa de inscrição, de R$ 95, até 3 de maio.
As vagas oferecidas no Vestibular representam 75% do total, pois as 25% restantes serão preenchidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O Santo e a Porca, de Suassuna, está entre os livros pedidos (Foto: Reprodução)'O Santo e a Porca', de Suassuna, está entre
as leituras recomendadas (Foto: Reprodução)
A Udesc manterá o sistema de cotas no vestibular pelo Programa de Ações Afirmativas. Do total de vagas por curso, 30% estão reservadas: 20% para candidatos que tenham cursado integralmente o ensino médio em instituições públicas de ensino e 10% para candidatos negros.
Provas
As provas serão aplicadas em 5 de junho, das 9h às 12h30 e das 15h às 19h30, em oito cidades: Balneário Camboriú, Chapecó, Florianópolis, Ibirama, Joinville, Lages, Laguna e São Bento do Sul. A confirmação dos locais será divulgada a partir de 20 de maio.
Na parte da manhã, os candidatos terão de responder 50 questões objetivas, sendo 14 de biologia, 14 de matemática, 14 de português e oito de língua estrangeira (Inglês ou espanhol).
À tarde, haverá redação com tema relacionado a atualidades, conhecimentos gerais e obras literárias indicadas no programa das disciplinas, além de outras 50 questões objetivas: 14 de física, 14 de química, 11 de história e 11 de geografia.
Obras literárias
Os cinco livros que a universidade recomanda ler integralmente para prestar o concurso são: 'Além do Ponto e outros contos, de Caio Fernando Abreu, 'O cortiço', de Aluísio Azevedo, 'A Majestade do Xingu', Moacyr Scliar, 'Melhores Contos', de Salim Miguel, e 'O Santo e a Porca', de Ariano Suassuna.

Taxa de isenção
Na última sexta-feira (1), a Udesc divulgou as listas dos candidatos que ficarão isentos de fazer o pagamento da taxa. Dos 88 pedidos, 86 foram concedidos, sendo 65 pelo critério socioeconômico e 21 por doação de sangue.
Cursos
Balneário Camboriú: Administração Pública e Engenharia do Petróleo
Chapecó: Enfermagem e Zootecnia
Florianópolis: Administração (vespertino ou noturno), Administração Pública (matutino ou noturno), Ciências Econômicas, Educação Física (Bacharelado e Licenciatura), Fisioterapia, Geografia (Bacharelado), História (Licenciatura) e Pedagogia
Ibirama: Ciências Contábeis, Engenharia de Software e Engenharia Sanitária
Joinville: Ciência da Computação, Engenharia (Civil, Produção e Sistemas, Elétrica e Mecânica), Física, Matemática, Química e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Lages: Agronomia, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Florestal e Medicina Veterinária
Laguna: Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas (opção Biodiversidade) e Ciências Biológicas (opção Biologia Marinha)
Pinhalzinho: Engenharia Química
São Bento do Sul: Engenharia de Produção - Habilitação Mecânica e Sistemas de Informação

domingo, 3 de abril de 2016

segunda-feira, 28 de março de 2016

LIVROS VESTIBULAR DE INVERNO 2016 ACAFE

SAIU A LISTA DE LIVROS ACAFE (VESTIBULARES INVERNO 2016/VERÃO 2017)

OBRAS LITERÁRIAS 
 Obra
Autor
Editora
 Auto da compadecida 
Ariano Suassuna
Agir
 Esaú e Jacó
Machado de Assis
www.dominiopublico.gov.br
 Quarenta dias
Maria Valéria Rezende
Alfaguara
 As fantasias eletivas
Carlos Henrique Schoereder
Record
 Olhos D’Água
Conceição Evaristo
Pallas

EM BREVE TEREMOS RESUMOS E VIDEOAULAS SOBRE OS LIVROS!


LIVROS E DATAS VESTIBULAR UEPG 2016 INVERNO


A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), na região dos Campos Gerais do Paraná, divulgou as datas relacionadas ao Vestibular de Inverno 2016 na quinta-feira (24).
As provas devem ser aplicadas nos dias 17 e 18 de julho, em Apucarana, Cascavel, Castro,Curitiba, Guarapuava, Irati, Jacarezinho,Maringá, Palmeira, Ponta Grossa, Rio Negro,São Mateus do Sul, Telêmaco Borba e Umuarama.
As inscrições abrem no dia 11 de abril e seguem até 11 de maio, com prazo paga pagamento da taxa de inscrição até 12 de maio, em bancos ou qualquer local integrado ao sistema de cobrança por aviso de compensação bancária.
Em relação à taxa de inscrição, o Vestibular de Inverno 2016 da UEPG tem novidades. Há duas categorias de candidat: o concorrente, que paga taxa no valor de R$ 135, e o ‘treineiro’, que paga taxa no valor de R$ 100.
A partir de 17 de junho, a CPS divulga aqui o edital com informações sobre o número da inscrição, o número da turma, o local onde a prova deve ser feita, entre outras.
Um dia após a aplicação das provas, 19 de junho, a partir das 17h, são publicados os gabaritos.
A relação de aprovados em primeira chamada e lista de espera pode ser divulgada até 14 de setembro. O desempenho dos ‘candidatos treineiros’ deve ser liberado após o encerramento do período do registro acadêmico e matrícula dos ‘candidatos concorrentes’.
Fonte: G1
LIVROS VESTIBULAR UEPG INVERNO 2016
- AMAR, VERBO INTRANSITIVO (Mário de Andrade); 
A MORTE E A MORTE DE QUINCAS BERRO D'ÁGUA (Jorge Amado); 
- LIVRO SOBRE NADA (Manoel de Barros); 
- O FILHO ETERNO (Cristóvão Tezza); 
- O OVO APUNHALADO (Caio Fernando Abreu). 

quarta-feira, 23 de março de 2016

LIVROS UFRGS 2017


Confira a lista de leituras obrigatórias UFRGS 2017. Os quatro primeiros títulos são novidades em relação ao programa anterior.
Obras exigidas 
ERICO VERISSIMO – O Continente 
 CHICO BUARQUE E PAULO PONTES – Gota d¿Água 
 CAIO FERNANDO ABREU – Morangos Mofados 
 CLARICE LISPECTOR – A Hora da Estrela 
 FERNANDO PESSOA – Coletânea 
 1. Autopsicografia 
2. Isto
3. Pobre velha música 
4. Qualquer música 
5. Natal...Na província neva 
6. Ela canta, pobre ceifeira 
7. Não sei se é sonho, se realidade 
8. Não sei quantas almas tenho 
9.Viajar! Perder países! 
10. Liberdade 
11. Lá fora vai um redemoinho de sol os cavalos do carrossel... ( poema V de Chuva Oblíqua) 
12. O maestro sacode a batuta ( poema VI de Chuva Oblíqua) 
13. Padrão (Mensagem) 
14. Noite (Mensagem) 
15. O infante (Mensagem)
16. Mar português (Mensagem)
17. Nevoeiro (Mensagem) 
 ALUÍSIO AZEVEDO – O Cortiço 
 MACHADO DE ASSIS – Dom Casmurro 
Pe. ANTÔNIO VIEIRA 
Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda 
Sermão da Sexagésima 
Sermão de Santo António aos Peixes 
 CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, MUTANTES E OUTROS – Tropicalia ou panis et circensis (álbum/disco) 
LÍDIA JORGE – A noite das mulheres cantoras
TABAJARA RUAS – O Amor de Pedro por João 
SERGIO FARACO – Dançar tango em Porto Alegre. 
Lista de contos do livro: 
Dois guaxos 
Travessia 
Noite de matar um homem 
Guapear com frangos 
O vôo da garça-pequena 
Sesmarias do urutau mugidor 
A língua do cão chinês 
Idolatria 
Outro brinde para Alice 
Guerras Greco-Pérsicas 
Majestic Hotel 
Não chore, papai 
Café Paris 
A dama do bar 
Nevada; 
Um aceno na garoa; 
No tempo do trio 
Los Panchos 
Conto do inverno Dançar tango em Porto Alegre