segunda-feira, 23 de março de 2009

Regras para vestibular podem mudar ano que vem

Ministro da Educação quer usar o resultado do Enem na primeira etapa da seleção para universidades federais. Projeto do governo unifica provas de instituições de todo o País

Texto extraído do Portal Terra (http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2009/3/regras_para_vestibular_podem_mudar_ano_que_vem_1722.html#nogo)

Estudantes que vão disputar vagas em universidades federais do País podem ser submetidos a um novo processo seletivo a partir do ano que vem. O ministro da Educação, Fernando Haddad, quer adotar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na primeira etapa do vestibular das instituições federais. A ideia está sendo discutida com reitores das 55 instituições de ensino superior.

Segundo Haddad, a segunda fase seria mais voltada para áreas específicas, mas com perguntas que julguem a capacidade analítica dos estudantes. Além de criar novas regras, o ministro da Educação pretende criar um vestibular unificado nacional. Com isso, os estudantes poderiam se candidatar a todas as universidades que aderirem à proposta. Atualmente, o Enem é utilizado como parte da seleção por algumas universidades públicas, entre elas a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).

O ministro afirmou que os processos seletivos atuais não se preocupam com a capacidade análise crítica dos estudantes, mas somente com a memorização de conteúdos e fórmulas. Haddad disse que o problema é o aluno decorar mas desconhecer o fenômeno que está por trás das questões. Segundo ele, se a mudança não for feita, escolas de Ensino Médio vão continuar reproduzindo esses métodos de ensino.

O estudante de JornalismoLucas de Tomaso Gomes Carvalho, 17 anos, participou do Enem no ano passado para tentar bolsa integral na Pontifícia Universidade Católica (PUC). “Eles dão bolsas para os melhores no Enem. Mas como passei no vestibular da UFRJ, acabei desistindo de usar a nota do Enem”, conta. Lucas achou o Exame Nacional fácil. “Vai nivelar os candidatos por baixo”.


No Rio, 60 instituições usam Enem na seleção

A nota obtida na maior avaliação nacional do Ensino Médio já é aceita por 60 universidades e centros universitários fluminenses, como alternativa ao vestibular. É o caso da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), que destina 50% das vagas para estudantes que obtiveram as notas mais altas no exame. A Pontifícia Universidade Católica (PUC) também reserva vagas em seus cursos para estudantes que tiverem o melhor desempenho no Enem.

Em todo o País são mais de 500 instituições — na maioria particulares — que adotam o Enem como alternativa ao tradicional vestibular. Há 10 anos, no início da aplicação do exame, apenas quatro instituições utilizavam a prova do Ministério da Educação (MEC) como critério de seleção.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, criticou a postura das universidades que são contra o Enem. “Acho que alguns reitores temem que o Enem por si só esvazie alguns conteúdos (a prova tem apenas 60 questões objetivas e uma redação), mas podemos combinar as tecnologias de outras avaliações feitas pelo MEC", afirmou Haddad.

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