Informamos aqui, em primeira mão, com exclusividade, a relação candidato/vaga UCPEL 2011 para Medicina:
Candidatos: 1728 (número aproximado, considerando-se também a 2ª opção)
Vagas: 90
C/V= 19,2
(o número oficial será poucos décimos inferior a esse nosso cálculo aproximado)
Boa Prova a todos!
sábado, 27 de novembro de 2010
Literatura UCPEL: Relação Candidato Vaga
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Guia de Leituras Obrigatórias UCPEL 2011
1. Álvares de Azevedo
Escola: Romantismo; 2ª Geração (Ultrarromântica, do Mal-doSéculo ou Byroniana)
Obras: - Lira dos vinte anos (Poesia)
- Macário (Teatro)
- Noite na taverna (Contos)
Características e Temas:
- Amor totalmente idealizado (sublimado)
- Adoração de virgens pálidas e inatingíveis
- Morte como fim do sofrimento (poucas coisas prendem-no à vida)
Atenção: - Em Lira dos vinte anos, observar a dualidade “Ariel” (Poesia ingênua e sentimentalismo exagerado) x “Caliban” (Ironia, humor, ‘satanismo’, mulheres vulgares).
2. Castro Alves
Escola: Romantismo; 3ª Geração (Condoreira, Hugoana ou da Poesia Social)
Obras: - Espumas Flutuantes (Predomínio da Poesia Amorosa)
- Os Escravos (Poesia Abolicionista)
- Gonzaga ou A Revolução de Minas (Teatro)
Características e Temas:
- Linguagem Grandiloquente (Hipérboles, Exclamações, Interrogações, Reticências)
- Plasticidade Dinâmica (Imagens em movimento)
- Sensualidade (Amor concretizado fisicamente, diferente dos poetas anteriores)
Atenção: Observar o poema “Navio Negreiro”, em que há o contraste entre a natureza idealizada (ROM) e a denúncia da realidade brutal (Antecipação do Realismo).
3. Lobo da Costa
Escola: Romantismo (Partenon Literário – RS)
Influências:
- Gonçalves Dias (Nacionalismo)
- Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu (Ultrarromantismo)
- Castro Alves (Poesia Social)
Atenção: Embora tenha alguns poemas nacionalistas no início da carreira, e tenha também tratado de temas sociais, o poeta se identifica mais com a poesia do Mal-do-Século (2ªGeração).
Principais Obras:
O escritor pelotense atuou em todos os gêneros: foi poeta, cronista, contista, romancista, dramaturgo e jornalista. Sua linguagem oscila entre o popular e o erudito; o simples e o sofisticado.
- Rosas Pálidas, Mariposas, Lucubrações (Poesia)
- Heloísa (Novela)
- Espinhos d’alma (Romance)
- O Filho das Ondas (Teatro)
De temática variada, predominam as poesias ultrarromânticas, muitas delas em homenagem à eterna musa Elvira. Desse amor frustrado e da vida boêmia, agravaram-se os problemas com o álcool, o que leva escritor a morrer na pobreza. Sua biografia inspira o decadentismo expresso em seus versos.
Atenção: O poema narrativo Aquele Ranchinho e o ultrarromântico Adeus! mostram a habilidade do poeta em conciliar a linguagem simples, a métrica popular, com a tradição literária mais elaborada do decassílabo e do vocabulário elevado.
4. Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)
Publicado em 1881, inaugura o Realismo no Brasil, mas apresenta muitos traços que fogem do Realismo tradicional.
O Autor:
Fases:
- 1ª Fase> Imatura (Tendências Românticas): Contos Fluminenses; Histórias da meia-noite; Ressurreição; A mão e a luva; Helena; Iaiá Garcia
- 2ª Fase> Madura (Realista): Memórias Póstumas de Brás Cubas; Quincas Borba; D. Casmurro; Esaú e Jacó; Memorial de Aires.
Atenção: Machado também produziu poesias predominantemente Parnasianas (Crisálidas, Falenas, Americanas, e Ocidentais.
Características e temas:
- Crítica Social
- Pessimismo (Niilismo)
- Humor irônico
- Digressões, Conversa com o leitor, Metalinguagem
- Essência x Aparência
- Abiguidade feminina
- Crítica ao Romantismo
- Temática do Adultério
O Livro:
Gênero: Romance realista com traços de cômico-fantástico
‘Escola’: Realismo Machadiano
Narrador: (1ª Pessoa; N. Protagonista)
Brás Cubas é o narrador-memorando e, portanto, autor (fictício) do livro.
Apresenta-se como defunto-autor (não como autor defunto), dedicando o livro, ironicamente, ao verme que lhe roeu as carnes.
Personagens:
Marcela: Primeiro amor de Brás, era uma cortesã mesquinha e avarenta.
Eugênia: A “Flor da Moita”, nasceu dos encontros furtivos de D. Eusébia com um homem rico. Além de pobre, era ‘coxa’, motivos pelos quais Brás desiste de com ela relacionar-se.
Virgília: Principal figura feminina do livro. Filha de um político influente, chegou a noivar com Brás, mas casa-se com Lobo Neves. Mantém relacionamento adúltero com o protagonista.
Eulália (Nhá Loló): A “Flor do Pântano”, filha do vulgar Damasceno, chega a noivar com Brás, já na maturidade do protagonista. A jovem morre de febre-amarela antes do casamento.
Prudêncio: Escravo dos Cubas, era o brinquedo favorito da infância de Brás. Quando liberto compra escravos e castiga-os em praça pública.
Quincas Borba: Amigo de infância de Brás, empobrece e ao reencontrar o protagonista rouba-lhe o relógio. Devolve-o após descobrir-se rico herdeiro e inventor de uma filosofia (humanitismo).
Atenção:
- Observar que o livro aborda, ainda que não de forma prioritária, a temática da escravidão.
- O desfecho é profundamente cético: “...não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.
5. Olavo Bilac
Escola: Parnasianismo
Obras:
Foi contista, cronista, teórico, e dicionarista, mas sua grande realização é a poesia.
- Panóplias (Temática Clássica)
- Sarças de Fogo (Erotismo e algum lirismo filosófico)
- Via Láctea (Predomínio da lírica amorosa)
Características e temas:
- Culto à forma (a arte pela arte)
- Métrica regular; rimas ricas e preciosas
- “Poesia de dicionário”
- Razão acima da emoção
- Objetividade; impessoalidade; apagamento do eu-lírico
- Descritivismo; plasticidade
Atenção: Alguns poemas, especialmente em Via Láctea, acabam sendo sentimentalistas, apresentando no conteúdo um romantismo tardio, ainda que formalmente rígidos, ao estilo parnasiano.
Curiosidade: Nacionalista convicto, foi patrono do serviço militar obrigatório e autor da letra do Hino à Bandeira.
6. Cruz e Sousa
Escola: Simbolismo
Obras:
- Broquéis (O sofrimento de ser negro)
- Faróis (A dor da condição humana)
- Últimos sonetos (Transcendência: a glória de ser espírito; Maior acabamento formal)
Inspirado em Baudelaire, escreveu poemas em prosa (Missal e Evocação)
Características e temas:
- Poesia Metafísica; Espiritualidade (corpo x alma)
- Sugestão de atmosferas vagas (sinestesia)
- Subjetividade e Ilogismo (inconsciente, loucura, sonho, delírio)
- Musicalidade (rimas, assonâncias e aliterações)
- Iniciais Maiúsculas como forma de enfatizar ideias.
- Caráter metafórico (associações indiretas de ideias)
Atenção: A poesia simbolista, a exemplo do Parnasianismo, também se valia do lema “a arte pela arte”, valorizando o aspecto formal. Mas o conteúdo dessas escolas é totalmente oposto: Simbolismo (Subjetivo, Irracional) x Parnasianismo (Objetivo, Racional).
7. Contos Gauchescos (Simões Lopes Neto)
O autor:
Embora tenha nascido em uma estância, viveu a maior parte de sua vida na paisagem urbana de Pelotas. A cidade considerava-o um excêntrico. Simões empreendeu e fracassou com projetos como fábrica de vidros, olarias e indústria tabagista. Este último projeto foi o mais polêmico: O cigarro da marca Diabo. Empobrecido ao fim da vida, sobreviveu da atividade jornalística.
Período: Pré-Modernismo
Características e temas:
- Regionalismo Universal: registro de usos, costumes, cultura e paisagens gaúchos, mas com dimensão filosófica aplicável a qualquer tempo e espaço.
- Regionalismo de perspectiva ao mesmo tempo nostálgica e crítica
- Passado (heroísmo farroupilha e vida ligada à simplicidade do campo) x Presente (mediocridade e ruptura com os valores e tradições) – ver conto O Boi Velho
- Oralidade estilizada (língua falada incorporada à literatura)
- Exagero que leva à comicidade
Obras:
- Cancioneiro Guasca (1910);
- Contos Gauchescos (1912);
- Lendas do Sul (1913);
- Casos do Romualdo (1914);
O livro:
- O livro se inicia com uma nota do autor apresentando Blau Nunes, narrador de todos os contos.
- Apenas no conto ‘Trezentas onças’ temos narrador-protagonista. Predomina no livro a posição de narrador-testemunha.
- Destacam-se os contos de ‘paixão e sangue’, em que a violência se justifica em nome da defesa da honra (Negro Bonifácio, No Manantial, Jogo do Osso e Duelo de Farrapos).
- Alguns contos tem pano de fundo histórico: O Anjo da Vitória e O Chasque do Imperador (Guerra do Paraguai) e Os cabelos da China e Duelo de Farrapos (Rev.Farroupilha)
- O cômico tem lugar em contos anedóticos como Deve um queijo e O Mate do João Cardoso.
- No conto Melancia e Coco Verde, o gaúcho Costinha (Coco Verde) consegue impedir o casamento de sua amada Siá Talapa (Melancia) com o primo reinol (português). É o triunfo dos valores do gaúcho sobre a mediocridade do estrangeiro.
- A honra do gaúcho está acima da própria vida, como ilustram os contos Trezentas onças e Contrabandista.
8. Manuel Bandeira
Escola: Modernismo (Geração de 1922 / Geração de 1930)
Principais Obras:
Também foi cronista, mas sua maior realização está na poesia.
- Cinza das Horas e Carnaval (Fase de tendências simbolistas)
- Ritmo Dissoluto (Aproximação com o Modernismo)
- Libertinagem e Estrela da Manhã (Adesão definitiva ao Modernismo)
Atenção: O Poema Os Sapos foi publicado na primeira fase, mas já mostra forte crítica à tradição parnasiana. Posteriormente o poema seria lido na Semana de Arte Moderna de 1922, por Ronald de Carvalho.
Características e Temas:
- Leveza, humor, ironia, simplicidade
- Melancolia, nostalgia, desejo insatisfeito
- Autobiografia, evocação da infância
- Confessionalismo, tuberculose, aceitação da morte
- Busca pela liberdade expressiva, crítica às tradições parnasianas
- Temática do cotidiano
- Sensualidade
Atenção: A musicalidade da primeira fase contrasta com o predomínio dos versos brancos e livres na obra modernista.
9. Carlos Drummond de Andrade
Escola: Modernismo (Geração de 1930)
Fases e Obras:
- EU > mundo (Fase gauche): marcada pelo confessionalismo, pelo sentimento melancólico de estar deslocado no mundo e por algum humor irônico e irreverente característico da Geração de 22. Obras: Alguma Poesia e Brejo das Almas.
- eu < MUNDO: fase da poesia social, marcada pelo contexto histórico da 2ª Guerra Mundial e da Era Vargas. Obras: Sentimento do Mundo, José, e A Rosa do Povo.
- EU=MUNDO: Desiludido com o ‘socialismo real’, o poeta resgata a reflexão existencial e temas universais como o amor. Obras: Claro Enigma, Farewell, entre outras.
Atenção: O poeta utilizou muitas imagens do cotidiano em sua poesia e a maior parte de seus versos se aproxima da prosa, sem regularidade formal.
10. Mário Quintana
Escola: Modernismo (Geração de 1930)
Nascido em Alegrete, o poeta radicou-se em Porto Alegre, onde teve uma vida simples até o fim dos seus dias. A poesia da simplicidade, marca registrada do autor, convive com uma lírica melancólica e angustiada.
As duas facetas e as principais obras:
Não são fases, pois não há cronologia. Os estilos se alternam entre as obras.
- Leveza, humor, olhar infantil e simples para a vida: O Sapato Florido e O Caderno H
- Melancolia, passagem do tempo, morte: A Rua dos Cataventos (Sonetos) e Apontamentos de História Sobrenatural.
Atenção:
- Manuel Bandeira apelidou de ‘Quintanares’ os poemas simples, em prosa (epigramas), que constituem aforismos (sentenças de sabedoria).
- Há traços de neosimbolismo em alguns de seus poemas, assim como imagens surreais. Um exemplo dessa poesia de atmosfera insólita é O Mapa, um retrato subjetivo e fantástico da cidade de Porto Alegre.
11. Primeiras Estórias (Contos de Guimarães Rosa)
Escola: Pós-Modernismo (Geração de 45)
Obras: Sagarana, Grande Sertão Veredas, Corpo de Baile
Características e temas:
- Regionalismo Universal (‘O sertão é o mundo’)
- Sertão mineiro – Campos Gerais
- Linguagem inventiva (neologismos)
- Travessia: os personagens passam por uma ‘revelação’ (epifania), que leva a uma profunda reflexão.
- Caráter simbólico, metafórico das narrativas.
Principais contos por tema:
- Infância: As Margens da Alegria; Os Cimos
- Loucura: Sorôco, sua mãe, sua filha; Darandina
- Violência e Anticlímax: Famigerado; Os Irmãos Dagobé
- Amor: Luas de Mel; Substância
12. Morte e Vida Severina (Poema de João Cabral de Melo Neto):
O Autor
Escola: Pós-Modernismo (Geração de 45)
Obras: Pedra do Sono; O Engenheiro; Psicologia da Composição; O Cão sem Plumas; Morte e Vida Severina.
Características e Temas:
- Na primeira obra se observam tendências surrealistas.
- Poesia cerebral, racional, avessa ao confessionalismo
- Rigor estético (ritmo, métrica e rimas toantes)
O Poema
Morte e Vida Severina – Auto de Natal Pernambucano
- Poesia Dramática (Poema para ser encenado)
- Predomínio do verso heptassílabo (redondilha maior) e da rima toante.
- O ‘Auto’ é uma peça teatral de caráter religioso e moralizante, como o teatro medieval de Gil Vicente.
- O Espaço é exclusivamente Pernambuco.
- O protagonista, Severino, representa uma categoria: os nordestinos miseráveis que se vêem obrigados a retirar em busca de melhores condições de vida.
- Percurso de Severino:
Sertão Caatinga Zona da Mata Litoral (Recife)
O personagem encontra a morte por onde passa (seca, velório, funeral de um lavrador, conversa de coveiros). Já no Recife, pensa em suicídio, mas encontra José (Mestre Carpina), que acaba de ter um filho. A morte dá lugar à vida, na celebração do nascimento do filho de Carpina, como num presépio vivo.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Literatura UCPEL 2011
Segue a lista de leituras obrigatórias UCPEL 2011:
1.Romance
- Memórias Póstumas de Brás Cubas- Machado de Assis
2.Contos
- Contos Gauchescos – João Simões Lopes Neto
- Primeiras Estórias – Guimarães Rosa
3.Poesias
- Álvares de Azevedo
- Castro Alves
- Francisco Lobo da Costa
- Olavo Bilac
- Cruz e Sousa
- Manuel Bandeira
- Carlos Drummond de Andrade
- Mário Quintana
4.Poema
- Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
sábado, 2 de outubro de 2010
Plantão tira-dúvidas leituras UFRGS & UFSM
Assuntos: O Uraguai; Marília de Dirceu; Lucíola
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Guia de Leitura: Poemas de Álvaro de Campos
Um guia para facilitar a compreensão dos poemas escolhidos de Álvaro de Campos para o vestibular da UFRGS 2011
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Enem 2010 tem 4,6 milhões de inscritos
Fonte: Agência Estado
Mais de 4,6 milhões de estudantes se inscreveram para participar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2010. Exatamente 4.611.441 candidatos são esperados para fazer as provas nos dias 6 e 7 de novembro.
O número de inscritos em 2010 é o maior desde que o exame foi criado em 1998. O recorde anterior tinha sido registrado no ano passado, quando a prova passou a ser utilizada nos processos seletivos das universidades federais. Cerca de 4,1 milhões de estudantes se inscreveram para o exame em 2009, mas a abstenção foi superior a 30%.
O Estado com mais candidatos inscritos é São Paulo: 827.818. Em seguida vêm Minas Gerais (538 mil), Bahia (428 mil), Rio de Janeiro (314 mil), Rio Grande do Sul (295 mil), Paraná (228,4 mil), Pernambuco (228 mil) e Ceará (208 mil). O Sudeste e o Nordeste concentram quase 70% dos participantes.
Segundo os dados do MEC (Ministério da Educação), a faixa etária dos participantes é variada. Cerca de 70 mil têm menos de 16 anos e mais de 1 milhão têm entre 16 e 17 anos. Pouco mais de meio milhão têm 18 anos, 394 mil têm 19 anos e 304 mil têm 20 anos. Os candidatos entre 21 e 30 anos somam 1,5 milhão e os maiores de 30 são 691 mil.
A maioria dos candidatos - cerca de 2, 7 milhões - já concluiu o ensino médio em anos anteriores. Outros 1,3 milhão estão atualmente cursando o último ano da etapa – desses, 1,1 milhão são de escola pública. Pouco mais de 500 mil só concluirão a etapa depois de 2010 e participam do Enem como treineiros.
O exame terá 180 questões de múltipla escolha e uma redação. No primeiro dia (sábado, 6 de novembro), as provas serão de ciências da natureza e humanas, cada uma com 45 questões. No domingo (7), os candidatos serão avaliados em matemática e linguagens, cada uma com 45 questões, além da redação.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Raimundo Carrero vence prêmio São Paulo de literatura
O escritor pernambucano Raimundo Carrero foi anunciado ontem à noite como o vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura em 2010. Ele venceu com o romance "A Minha Alma É Irmã de Deus" (Record) e, além de um troféu, faturou R$ 200 mil. Já Edney Silvestre, repórter da Rede Globo, foi escolhido como o autor do melhor livro estreante por "Se Eu Fechar os Olhos Agora" (Record) - ele também ganhou troféu e R$ 200 mil.
"Está na hora de São Paulo aprender que os nordestinos estão, de fato, invadindo a cidade", brincou Carrero, ao se referir ao ganhador do ano passado, o cearense Ronaldo Correia de Brito, que venceu por "Galiléia" (Alfaguara). "Estamos produzindo uma literatura desprovida de folclore e muito calcada nos relacionamentos humanos."
Edney Silvestre também não escondia o bom humor. "Fiquei rico", ironizou, lembrando ser o São Paulo o prêmio que melhor paga na literatura brasileira. "Na verdade, minha maior vitória foi a de vencer em uma família pobre, em que o pão era escolhido na compra no lugar do livro." Seu romance de estreia é, na verdade, o terceiro na linha de produção. "Os outros nem nasceram, pois eram muito ruins."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
UFBA recebe inscrições para o vestibular 2011 a partir desta terça
A UFBA (Universidade Federal da Bahia) abre nesta terça-feira (3) as inscrições para o processo seletivo 2011. São oferecidas 7.991 vagas: 6.436 para os cursos tradicionais, 1.460 para os bacharelados interdisciplinares e 95 para os cursos superiores de tecnologia. Os interessados devem se inscrever pela internet ou nos postos de atendimento na capital e no interior, até 22 de agosto.
A taxa de inscrição custa R$ 100 e deve ser paga apenas pelos candidatos dos cursos tradicionais. Estudantes que pretendem ingressar nos bacharelados interdisciplinares e cursos superiores de tecnologia estão isentos da taxa – a seleção para estes cursos será feita com base na nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010.
UFBA 2011: CONFIRA OS LIVROS E FILMES INDICADOS:
1ª Fase
· Joaquim Manoel de Macedo - As vítimas algozes
· Eça de Queirós - A correspondência de Fradique Mendes
· Graciliano Ramos - Vidas secas
· Antônio Callado - Quarup
· Cadernos Negros; Os melhores poemas (antologia publicada pelo Fundo Nacional de Cultura/MinC)
· José de Alencar - Senhora
2ª Fase
· Joaquim Manoel de Macedo - As vítimas algozes
· Eça de Queirós - A correspondência de Fradique Mendes
· Graciliano Ramos - Vidas secas
· Adonias Filho - O largo da Palma
· Antônio Callado - Quarup
· José de Alencar - Senhora
· Mário de Andrade - Macunaíma
· Cadernos Negros; Os melhores poemas (antologia publicada pelo Fundo Nacional de Cultura/MinC)
· Mia Couto - O último vôo do flamingo
· Italo Moriconi (org) - Os cem melhores poemas brasileiros do século.
Filmes (apenas 2ª fase - CPL):
· A invenção do Brasil - Guel Arraes
· Cidade de Deus - Fernando Meireles
· Deus e o diabo na terra do sol - Glauber Rocha
· O baile perfumado - Lírio Ferreira e Paulo Caldas
· Diários de motocicleta - Walter Salles Jr.
· O homem que copiava - Jorge Furtado
· O que é isto, companheiro? - Bruno Barreto
· Adeus, Lenin - Wolfganger Becker
· Faça a coisa certa - Spike Lee
· O crime do padre Amaro - Carlos Carrera
Federal Fluminense abre inscrições para vestibular nesta terça-feira
Estão abertas a partir desta terça-feira (3) as inscrições para o vestibular da Universidade Federal Fluminense (UFF). Os candidatos concorrerão a um total de 6.273 vagas. Outras 1.539 serão ocupadas através do Sistema de Seleção Unificado do MEC, o Sisu, que utiliza as notas do Enem.
Os candidatos deverão se inscrever no site do vestibular da UFF. A taxa de inscrição é de R$ 115. O prazo final para inscrição e pagamento é 31 de agosto. Mais informações no edital.
As provas acontecerão nos dias 14 de novembro (primeira etapa, com 75 questões de múltipla-escolha comuns a todos os candidatos) e 19 de dezembro (segunda etapa, com duas disciplinas específicas para o curso pretendido mais redação).
As duas etapas serão realizadas em Juiz de Fora, Governador Valadares, Barbacena, Viçosa e Pouso Alegre (MG), Taubaté (SP), Vitória (ES) e Brasília (DF), além dos municípios do Estado do Rio de Janeiro onde há unidades da UFF. A prova de expressão plástica, somente para candidatos ao curso de Arquitetura e Urbanismo, será realizada no dia 21 de dezembro, exclusivamente na Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense.
Neste ano, a UFF oferece três novos cursos em Niterói: Ciências Atuariais, Desenho Industrial e Sistemas de Informação. No interior do Estado do Rio, há seis novas opções de cursos: Direito (Volta Redonda), Física – Licenciatura (Santo Antônio de Pádua), História – Licenciatura e/ou Bacharelado (Campos dos Goytacazes), Psicologia (Volta Redonda) e Química com ênfase em Química Tecnológica – Bacharelado (Volta Redonda). Em Miracema, o curso de Ciências Contábeis volta a ser oferecido. Com os novos cursos, houve um aumento de 983 vagas com relação ao ano passado.
O candidato inscrito no vestibular da UFF também poderá concorrer às 1.539 vagas que serão preenchidas pelo Sisu, para o mesmo curso ou outro, caso tenha realizado as provas do Enem 2010. Apenas os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Letras – Português/Francês serão oferecidos exclusivamente através do vestibular da UFF, porque o conteúdo de suas provas específicas não é contemplado pelo Enem.
Fonte: Uol
Quem pagou taxa do Enem fora do sistema do MEC deve enviar comprovante ao Inep
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), responsável pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2010, identificou que alguns candidatos pagaram a taxa de inscrição por meio de guias de recolhimento da União (GRUs) geradas fora do sistema do Ministério da Educação (MEC). Por esse motivo, há inscrições que permanecem pendentes porque a taxa consta como não paga.
Os estudantes nesta situação – e tenham efetuado o pagamento até a data limite de 23 julho – devem enviar os comprovantes ao Inep até as 18h sexta-feira (6). O documento pode ser enviado por meio de fax pelo telefone (61) 2022-3300 ou pelo site do Inep na seção Fale Conosco.
O Inep não soube informar o número de candidatos com o pagamento da taxa pendente, mas o participante pode consultar sua situação pelo site do Enem no endereço www.enem.inep.gov.br, a partir do número de inscrição.
Fonte: Uol
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Lista de Livros para o ENEM Parte 1: do Quinhentismo ao Pré-Modernismo
Calma! Não se trata de uma lista de leituras obrigatórias. Como já foi dito aqui no blog, vale a pena investir na leitura de textos literários como diferencial na preparação para o ENEM. Então segue aqui uma lista de SUGESTÕES para os vestibulandos em geral que pretendem fazer a prova do MEC. Escolha alguns deles (ao menos um livro por período); vai fazer a diferença!
Atenção: A lista abaixo é apenas uma seleção de livros sugeridos pelo prof. Edir. Não há leituras obrigatórias no ENEM!
Leituras Sugeridas para o ENEM:
1. Classicismo / Quinhentismo
● Sonetos de Camões
● A Carta de Caminha
2. Barroco
● Poemas de Gregório de Matos
3. Arcadismo
● Marília de Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga)
4. Romantismo
4.1 Primeira Geração
● Poemas de Gonçalves Dias
- Canção do Exílio
- I-Juca-Pirama
- Leito de folhas verdes
- Marabá
4.2 Segunda Geração
● Poemas de Álvares de Azevedo
- Soneto (Pálida à luz da lâmpada sombria)
- Se eu morresse amanhã
- Namoro a Cavalo
- É Ela, é Ela, é Ela, é Ela
● Poemas de Casimiro de Abreu
- Meus oito anos
- A Valsa
4.3 Terceira Geração
● Poemas de Castro Alves
- O Navio Negreiro
- O Adeus de Teresa
4.4 Romance Urbano
● A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo)
● Lucíola (José de Alencar)
4.5 Romance Indianista
● Iracema (José de Alencar)
4.6 Romance Regional
● Inocência (Visconde de Taunay)
4.6 Romance de Transição
● Memórias de um Sargento de Milícias (Manoel Antônio de Almeida)
5. Realismo
● O Primo Basílio (Eça de Queirós)
● Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)
● Dom Casmurro (Machado de Assis)
● Contos de Machado de Assis
- Missa do Galo
- O Espelho
- A Cartomante
6. Naturalismo
● O Cortiço (Aluísio Azevedo)
7. Parnasianismo
● Poemas de Olavo Bilac
- Soneto XIII de “A Via Láctea”
- Profissão de Fé
- Satânia
- Inania Verba
● Poema de Alberto Oliveira
- O Vaso Grego
8. Simbolismo
● Poema de Cruz e Souza
- Cárcere das Almas
●Poema de Alphonsus de Guimaraens
- Ismália
9. Pré-Modernismo
● Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto)
● Contos de Monteiro Lobato
- Negrinha
- Velha Praga
● Poemas de Augusto dos Anjos
- Versos Íntimos
- Psicologia de um Vencido
Fique ligado na Parte 2: Literatura do Modernismo de 22 aos dias de hoje!
Postarei em breve.
Literatura no ENEM: o que estudar?
A progressiva adesão das universidades federais ao ENEM acarreta alterações na forma com que os vestibulandos conduzem sua preparação para o acesso ao Ensino Superior. No caso da disciplina de Literatura, a mudança é radical: saem de cena as listas de leituras obrigatórias deixando uma interrogação para muitos estudantes: QUE CONTEÚDO ESTUDAR PARA O ENEM?
A prova do MEC se caracteriza por valorizar a capacidade de leitura e compreensão de textos e seu processamento crítico por parte do aluno. Não se avalia nesse exame memorização de autores e obras e o conhecimento específico sobre uma dezena de livros com seus respectivos enredos e personagens, mas um conhecimento global da Literatura, o que significa uma valorização de conhecimentos como:
- Linguagem Literária: Diferenciar o texto literário do texto não-literário e conhecer os recursos estilísticos utilizados pela literatura (o universo da conotação e das figuras de linguagem). Saber identificar as peculiaridades dos gêneros literários (Narrativo, Lírico e Dramático), além de conceitos como Metalinguagem e Intertextualidade também é essencial.
- Períodos Literários: As famosas "Escolas Literárias" ganham mais importância. Conhecer as características essenciais de períodos literários do Quinhentismo ao Modernismo e saber relacioná-las ao seu contexto histórico (como as relações entre Arcadismo e Ciclo-do-ouro, por exemplo). Além disso, é importante o vestibulando saber identificar padrões estéticos em comum entre Literatura e outras artes (como reconhecer semelhanças entre um texto de Gregório de Matos e uma pintura de Caravaggio - ambas manifestações do barroco).
Mas atenção: o fato de não haver uma lista de obras literárias exigidas para leitura não deve nos enganar! Se para as provas tradicionais de Literatura os conhecimentos sobre determinados livros podiam ser obtidos, muitas vezes, em bons resumos, no ENEM o sucesso está diretamente associado à capacidade de leitura de textos complexos. Uma prova cansativa, com uma maratona de testes acaba por valorizar, naturalmente, o candidato habituado a ler. E esse hábito de leitura não pode estar restrito ao textos informativos (jornais e revistas em geral). Somente a leitura do texto literário se constitui como preparação completa para uma leitura mais densa e perspicaz.
A prova do ENEM pode parecer bem maior e mais difícil para quem lê apenas algumas dezenas de páginas de Veja e Superinteressante se compararmos esse candidato àquele que lê centenas de páginas de narrativas literárias. Por isso, em breve postarei uma lista de sugestões de leitura para os meus alunos e leitores aqui do blog. Aguarde.
Fuvest divulga manual do candidato para o vestibular 2011
Fonte: UOL
Em São Paulo A Fuvest, que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, publicou nesta segunda-feira (1º) o manual do candidato para o processo seletivo 2011; confira:
Veja aqui o manual do candidato da Fuvest 2011
As inscrições vão de 27 de agosto a 10 de setembro, pela internet. A taxa é de R$ 100 e deverá ser paga até 13 de setembro. O estudante deverá efetuar a inscrição com seu próprio número de CPF e documentos de identidade.
A partir do dia 29 de setembro o candidato poderá consultar o número de inscrição no concurso. Com este número será possível verificar os locais de prova da primeira e da segunda fase. A ficha de inscrição, que deve ser apresentada nos dias do exame, também poderá ser impressa a partir desta data.
As provas específicas serão realizadas de 10 a 15 de outubro. A primeira fase será aplicada no dia 28 de novembro. O exame terá 90 questões de múltipla escolha das seguintes disciplinas: português, matemática, história, física, geografia, química, biologia, inglês e algumas questões interdisciplinares. O candidato terá cinco horas para responder as questões.
A segunda fase ocorre nos dias 9, 10 e 11 de janeiro. Serão três provas analítico-expositivas. A primeira, comum a todos os cursos, terá 10 questões, de igual valor, de interpretação de textos, gramática, literatura e uma redação.
A segunda prova, também comum a todos os cursos é constituída de 20 perguntas sobre matemática, história, física, geografia, química, biologia, inglês e algumas questões interdisciplinares. A terceira prova terá 12 questões, de igual valor, de duas ou três disciplinas, dependendo da carreira escolhida pelo vestibulando.
A divulgação da primeira chamada está prevista para 9 de fevereiro. A matrícula será realizada nos dias 14 e 15 do mesmo mês. No dia 19 de fevereiro será divulgada a segunda chamada, com matrícula no dia 21.
A manifestação de interesse pelas vagas não preenchidas deverá ser realizada nos dias 24 e 25 de fevereiro, das 9h às 16h, nos postos de manifestação de interesse (que podem ser consultados no manual, na seção de matrículas). Confira as datas das próximas chamadas:
•07/03 - Divulgação da terceira chamada;
•11/03 - matrícula da terceira chamada;
•16/03 - divulgação da quarta chamada;
•17/03 - matrícula da quarta chamada;
•21/03 - divulgação da quinta chamada;
•22/03 - matrícula da quinta chamada.
Outras informações podem ser obtidas pelo site do vestibular ou no manual do candidato.
Veja quais são os livros do vestibular 2011:
Auto da barca do inferno - Gil Vicente;
Memórias de um sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida;
Iracema - José de Alencar;
Dom Casmurro - Machado de Assis;
O Cortiço - Aluísio Azevedo;
A cidade e as serras - Eça de Queirós;
Vidas secas - Graciliano Ramos;
Capitães da areia - Jorge Amado;
Antologia poética (com base na 2ª ed. aumentada) - Vinícius de Moraes.
Leituras Obrigatórias UFSM 2011
Segue a lista de livros para o novo vestibular da UFSM:
Prova Seletiva 1, referente aos conteúdos da 1a série do Ensino Médio
- A poesia de Gregório de Matos Guerra.
- O Uraguai de Basílio da Gama – Cantos I, II e III.
- Marília de Dirceu de Thomás Antônio Gonzaga.
Prova Seletiva 2, referente aos conteúdos da 2a série do Ensino Médio
- Grandes Poemas do Romantismo Brasileiro – Nova Fronteira
- Memórias de um sargento de milícias de Manuel Antônio de Almeida.
- O cortiço de Aluísio de Azevedo.
- Contos de Machado de Assis - Ed. L&PM.
Prova Seletiva 3, referente aos conteúdos da 3a série do Ensino Médio
- Libertinagem e Estrela da Manhã de Manuel Bandeira.
- A rosa do povo de Carlos Drummond de Andrade.
- Antologia Poética de Vinícius de Moraes – Companhia das Letras.
- Primeiras estórias de Guimarães Rosa.
- Laços de família de Clarice Lispector.
- O Continente (vol. 1) de Érico Veríssimo.
- O matador de Patrícia Melo.
- Eles eram muitos cavalos de Luiz Ruffato.
Novos resumos serão postados aqui no blog em breve. Fique ligado!
UFSM abre inscrições para o vestibular 2011 nesta segunda
A UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), no Rio Grande do Sul, abre nesta segunda-feira (2) o período de inscrições para o processo seletivo 2011 (seriado e único) e para o Peies (Programa de Ingresso ao Ensino Superior) 2010.
As inscrições podem ser efetuadas pela internet, até o dia 10 de setembro. O valor da taxa de inscrição é R$ 75 para o vestibular único e R$ 35 para o seriado e o Peies.
O candidato poderá solicitar isenção de taxa até o dia 6 de agosto. Para concorrer ao beneficio é preciso estar inscrito no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal) e ser membro de família de baixa renda. O resultado dos pedidos de isenção será divulgado em 12 de agosto.
A partir deste ano, a seleção da UFSM será dividida em Processo Seletivo Seriado e Processo Seletivo Único. O Peies terá sua última edição em 2011. Confira aqui a nova estrutura do vestibular.
As provas do Peies 2010 serão realizadas no dia 12 de dezembro, no período da tarde. O exame para o processo único e seriado será realizado de 05 a 07 de janeiro de 2011. A nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010 vai representar 20% da nota do candidato no processo único.
Outras informações podem ser obtidas no site da universidade ou pelo telefone (55) 3220 8170.
INSCRIÇÃO VESTIBULAR UFSM 2011
EDITALVESTIBULAR UFSM 2011
LEITURAS OBRIGATÓRIAS UFSM 2011
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Leva-se mais tempo para ler em e-readers do que em livros impressos
Um novo estudo está aquecendo ainda mais a discussão entre os defensores dos livros impressos e os adeptos dos e-books.
Segundo recente pesquisa de usabilidade do Nielsen Norman Group, leva-se mais tempo para ler livros em um Kindle 2 ou IPad do que um livro impresso. O estudo descobriu que a velocidade de leitura diminuiu 6,2% em um ipad e 10,7% em um Kindle em comparação a livros impressos. Um total de 24 participantes receberam contos de Ernest Hemingway e tiveram 17 minutos para ler em versão impressa e em iPads, Kindles e compuztadores.
Após a leitura, os participantes preencheram um breve questionário de compreensão, para provar que haviam de fato lido os textos e entendido as histórias. Eles classificaram também sua satisfação com cada dispositivo: o Ipad, Kindle e livro impresso receberam uma média de 5,8, 5,7 e 5,6 pontos numa escala de 7, respectivamente, enquanto o PC recebeu uma pontuação média de apenas 3,6.
Apesar das conclusões, o Nielsen Norman Group admitiu que as diferenças na velocidade de leitura entre os dois dispositivos não eram “estatisticamente significativas devido à variabilidade bastante elevada” – em outras palavras, o estudo não prova que seja mais rápido ler em um Ipad do que em um Kindle. Mas os pontos de satisfação podem ser decisivos nos próximos lançamentos de e-readers e tablets.
Fonte: Mashable
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Salman Rushdie lançará 'Luka e o Fogo da Vida' na Flip
Fonte: Agência Estado
Com lançamento mundial na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), dia 6, Luka e o Fogo da Vida, do escritor indiano Salman Rushdie, tem algo de Harry Potter - e todos os ingredientes para conquistar seus leitores. Em entrevista por telefone, de Londres, Rushdie revela, inclusive, que já trabalha numa adaptação desse seu novo livro para o cinema, assistido pelo cineasta inglês Alan Parker ("Evita"). Inicialmente, pensou em Terry Gilliam para dirigir "Haroun e o Mar de Histórias", mas ele estava envolvido com outros projetos. Publicado em 1990, Haroun é o livro do qual saíram os protagonistas de Luka, outra fábula no melhor estilo de Italo Calvino.
"Luka e o Fogo da Vida" narra a história de um garoto de 12 anos, filho de um contador de histórias, Rashid Khalifa. Certo dia, por amaldiçoar um circo que maltrata animais, provocando involuntariamente um incêndio, Luka vê seu pai enfeitiçado pelo perverso treinador que usa o chicote contra os indefesos bichos do circo. Recolhido a um sono profundo que pode levar Rashid à morte, ele só será resgatado se o filho roubar o fogo da vida na Montanha do Conhecimento. Parece um videogame. E é quase um. Rushdie dedica o livro ao filho Milan, que tem quase a mesma idade de Luka.
Se você pensou numa parábola sobre o irracionalismo do mundo contemporâneo, em busca de um novo Prometeu que lhe devolva a luz, pensou certo. Rushdie anda desencantado. Há 20 anos seu pescoço está por um fio por causa de fanáticos que insistem em ler seu "Versos Satânicos" como uma obra blasfema contra o Islã. Ele ainda corre riscos, a despeito do acordo firmado entre Irã e Inglaterra para suspender a fatwa - condenação à morte - contra Rushdie, acusado de apostasia em 1988 por causa do livro.
Rushdie, que todo dia 14 de fevereiro recebe uma carta de radicais, avisando que o país não esqueceu a fatwa decretada pelo aiatolá Khomeini (1900- 1989), não parece tão paranoico como há duas décadas, embora não ignore a advertência. Tem, inclusive, um livro pronto para ser publicado sobre essa experiência de viver perseguido. Ele alega que o escreveu para contestar a história "falsa" que seu guarda-costas Ron Evans tentou publicar e foi interditada judicialmente há dois anos pela Corte Suprema de Londres. Evans teria argumentado em seu livro proibido que Rushdie tem instinto suicida e tirou dividendos financeiros da ameaça de morte.
Mas o escritor deixou de mexer com religião e, hoje, só fala por metáforas - à maneira do português José Saramago (1922-2010). Ou melhor, do cubano de origem italiana Italo Calvino (1923-1985), modelo confesso tanto de "Haroun e o Mar de Histórias" (1990) como de "Luka e o Fogo da Vida", que vem lançar na Flip. Ele já esteve na festa há cinco anos. Sua mesa, nesta oitava edição, foi uma das primeiras a ter lotação esgotada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A literatura clássica como base para roteiros de cinema e TV
Aula do escritor Walcyr Carrasco aos alunos da PUC-Rio
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Brasileiro vê bom motorista como babaca, diz Da Matta
Recentemente, estudos feitos no Rio Grande do Sul constataram uma contradição percebida facilmente por quem circula por ruas, avenidas e estradas. Para os motoristas gaúchos, os responsáveis pelo trânsito violento e incivilizado são sempre os outros”. Agora, uma pesquisa na Grande Vitória, no Espírito Santo, além de confirmar o padrão de comportamento detectado no Estado, ajuda a interpretar as causas desta visão distorcida da realidade.
– Os outros são invisíveis no Brasil. Você não é treinado em casa nem nas escolas para ver o outro como colega, como um sujeito que tem os mesmos direitos de usufruir o espaço de todos. Para nós, é o contrário: o espaço de todos pertence a quem ocupar este espaço primeiro, com mais agressividade – analisa o antropólogo Roberto Da Matta, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e consultor da pesquisa.
A reportagem e a entrevista é de Carlos Etchichury e publicada pelo jornal Zero Hora, 28-07-2010.
O trabalho, em fase de conclusão, será transformado no livro Fé em Deus e Pé na Tábua – Como e Por que Você Enlouquece Dirigindo no Brasil. Autor de clássicos das ciências sociais como Carnavais, Malandros e Heróis, Da Matta sustenta que o trânsito reproduz valores de uma sociedade moderna, mas atrelada ao passado. Trata-se do espelho de um país que se tornou republicano sem abandonar a aristocracia.
– Nós não olhamos para o lado, a não ser quando somos obrigados a olhar. E olhamos para o lado com má vontade, exatamente como acontece com o motorista quando para no sinal, que tem um cara na sua frente que tá te atrapalhando. E um cara atrás de você que também atrapalha – complementa o antropólogo.
Eis a entrevista.
Nos últimos seis meses, foram divulgadas duas pesquisas sobre o comportamento do motorista no trânsito em Porto Alegre e no Estado. Em síntese, elas dizem o seguinte: o problema são os outros porque eu dirijo bem. Por que o motorista tem uma visão distorcida da realidade?
Os resultados encontrados em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul são praticamente idênticos aos identificados na Grande Vitória. Todo mundo é cidadão, todo mundo tem direitos, mas respeitando a igualdade do outro. E é exatamente o que caracteriza o trânsito. Por quê? Porque pessoas que estão submetidas às regras das vias públicas brasileiras e do espaço público brasileiro, em geral, não aprenderam a ser igualitárias. A igualdade para nós é menos importante do que a liberdade.
Por que o Brasil moderno reproduz relações aristocráticas e atrasadas?
Você não mata o menino que existiu dentro de você. Você não mata os antigos hábitos. Você transforma os antigos hábitos, fazendo com que eles dialoguem com hábitos novos, com novas necessidades coletivas. Para mudar o nosso comportamento, nós temos de nos mobilizar, a gente tem de fazer um agenciamento de dentro para fora.
Até que ponto as relações no trânsito reproduzem as relações humanas de um modo geral?
Elas reproduzem as relações humanas com as quais nós fomos socializados. Dentro de casa, cada um tem seu espaço na socialização brasileira. Fomos criados em ambientes que comportam hierarquias bem definidas: arrumadeira, passadeira, lavadeira. São os últimos ecos de escravidão e de clientelismo que permeiam a sociedade brasileira. Esse quadro cognitivo, emocional, está nas nossas cabeças. Quando você vai para o trânsito, você tem uma situação desagradabilíssima: obedecer no Brasil é um sintoma de inferioridade. É um aspecto que a pesquisa identificou. Quem obedece, quem segue lei no Brasil, é babaca, idiota.
Numa das pesquisas realizadas no Estado, 69% dos entrevistados dizem que não cometem imprudências ao volante.
Gargalhada). Maravilha. O estilo de dirigir brasileiro é agressivo. Fomos criados com uma visão da casa como inimiga da rua. É como se o mundo da rua não fosse regrado pelas mesmas regras de casa, que é a regra do acolhimento.
O título do livro Fé em Deus e Pé na Tábua sugere que o senhor tenha encontrado elementos religiosos no comportamento dos motoristas. É isso?
Com certeza. Noventa e nove por cento dos brasileiros acreditam que têm uma outra vida. Então, se você acredita que este mundo não é o único mundo possível, se há um outro mundo, você pode ir para um mundo melhor.
A impunidade, ou a sensação de impunidade, contribui para que esta visão aristocrática no trânsito se perpetue?
Quando a gente discute a questão da igualdade, a gente o faz de maneira retórica. Há uma elasticidade grande na cultura brasileira, que tem uma inércia. Você freia, mas o peso da tradição continua. Você tem de preparar a sociedade para as mudanças, o que nós não fazemos no Brasil. A Lei Seca, por exemplo. É maravilhosa porque atingiu o comportamento da classe média.
A classe média tem um papel reprodutor de valores e costumes?
Exatamente. A classe média é o espelho tanto da elite, que tá lá em cima, quanto dos muito pobres. É o miolo. A Lei Seca provocou uma visão ambígua, e paradoxal, na classe média.
Na pesquisa que o senhor assessorou, além de traçar um diagnóstico, também aponta caminhos e alternativas?
A alternativa é essa: nós temos de falar mais em igualdade, ensinar mais igualdade. É um negócio chatíssimo. O nosso lema é: “os incomodados que se mudem”. E não é verdade.
Uma pesquisa realizada na Grande Vitória produz resultados estruturais capaz de se tornar referência para todos os Estados do Brasil?
Como toda pesquisa empírica, você trabalha com tipos. Você trabalha com uma mentalidade, com um tipo, com uma mentalidade, um modelo de motorista. O comportamento que você encontra em Vitória é semelhante ao encontrado no Sul do Brasil, como apontam as pesquisas de que você me fala.
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - http://www.ihu.unisinos.br/
UFRGS estuda duplicar peso do Enem no vestibular 2011. FURG adere 100%.
A Furg é a quarta gaúcha a aderir integralmente ao exame
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010 está pintando com mais força. Prova disso é que a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) também vai usá-lo como única forma de ingresso a partir do vestibular 2011. E a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) tem um projeto em estudo: duplicar o peso do exame no próximo concurso.
UFRGS
Elaborado pela Pró-Reitoria de Graduação e pela Comissão Permanente de Seleção da UFRGS, o projeto, para virar realidade, precisa ser votado em reunião no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, o que ainda não tem data para ocorrer.
A ideia é duplicar o peso do resultado do exame no vestibular 2011. Neste ano, o peso do Enem foi 1. Logo, passaria a ter peso 2 no próximo concurso. As demais definições seguiriam inalteradas, inclusive o caráter opcional de seu uso como parte da nota final. Por enquanto, a UFRGS prefere não falar oficialmente sobre a proposta, esperando sua votação no conselho.
– Caso isso seja aprovado, significa que o desempenho do Enem se refletirá com mais ênfase na média final do candidato que optar por usá-lo. Ou seja, sua influência cresce e pode ser ainda mais decisiva naquela disputa mais acirrada por uma vaga – analisa o professor de química do Unificado Luiz Ferrari.
O exame torna-se a 10ª prova no vestibular. A universidade considera apenas o número de acertos, desconsiderando a redação do Enem. De qualquer forma, ele acredita que o exame deixou de ser um “bicho-papão”. Os estudantes, segundo ele, perceberam que o estilo interpretativo das provas é semelhante ao adotado pela UFRGS.
No caso da Furg, a mudança já era esperada. Depois de utilizar metade do Enem no último vestibular, a instituição decidiu aderir 100% ao exame, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de novembro. Também será decisivo na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A nota final do concurso será composta pelo processo seletivo da instituição (80%) e pelo Enem (20%). Quem não realizar o exame terá escore zero nesse componente da prova.
Nesta semana, foi divulgado o ranking oficial por escola do Enem 2009 pelo Ministério da Educação. Os resultados são, por um lado, auspiciosos para os estudantes gaúchos. Mesmo sem ter escolas entre as 30 mais destacadas, o Estado obtém o primeiro lugar quando comparado o conjunto das instituições com outras unidades da federação.
Fonte: ZH
terça-feira, 27 de julho de 2010
Novidades no blog
Saudações, pessoal! Há algum tempo não tenho feito postagens novas por aqui. Mas o segundo semestre traz grandes expectativas quanto às leituras obrigatórias nos vestibulares em geral e, é claro, intensifica a procura por dicas e informações sobre o ENEM.
Portanto, voltamos ao trabalho. As atualizações voltam a acontecer diariamente em um blog de cara nova, com um layout mais agradável e de fácil navegação.
Grande abraço!
quinta-feira, 15 de julho de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
A encruzilhada musical de Bob Dylan
Poucos músicos pop foram objeto de tantos e diversos estudos de biógrafos, pesquisadores e até cineastas, como Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan. Mais um livro sobre sua trajetória chega ao Brasil: Like A Rolling Stone - Bob Dylan Na Encruzilhada (Cia. Das Letras, R$42,00), do jornalista e crítico musical americano Greil Marcus.
O autor dedica-se a narrar um momento bastante emblemático da carreira de Dylan, contando sobre os bastidores da gravação e repercussão do hino da contracultura, Like a Rolling Stone, que, numa eleição de 2004, foi considerada a melhor música de todos os tempos pela revista Rolling Stone.
História
Foi no dia 15 de Julho de 1965 que Dylan entrou em estúdio para gravar Like A Rolling Stone. Contando a história de uma mulher falida, que se vê como vítima da indiferença da sociedade hostil da qual fazia parte, a canção se tornaria um tapa no conservadorismo americano da época, uma materialização do sentimento coletivo de falência (material e ideológica), desmascarando o que tentavam estabelecer como a cultura jovem e moderna de então.
Marcus supera-se na missão de biógrafo para desenvolver um real trabalho de análise crítica, uma longa e fluída resenha sobre a canção e tudo que sua criação envolveu: o contexto político e social, como o cantor a compôs e a dificuldade inicial de emplacá-la nas rádios - a música, com seus seis minutos, é longa demais para os padrões de veiculação mantidos até hoje.
"Como uma pedra que rola"
O jornalista, que já havia escrito Invisible Republic (não lançado no Brasil) sobre Dylan, também alcança feliz resultado quando tece as explicações de como se deu a influência do músico e sua obra-prima em artistas que viriam a se consagrar como Jimi Hendrix e Frank Zappa, que já interpretaram Like A Rolling Stone em discos e shows, assim como os Rolling Stones - astros citados nominalmente em possível trocadilho da música -, B.B. King, Bob Marley, Lenny Kravitz e até os aspirantes participantes do programa de talentos American Idol.
Vale a pena conhecer mais intimamente um dos capítulos mais importantes da trajetória de Bob Dylan e do próprio rock n'roll. O apaixonado e contundente livro de Greil Marcus é uma excelente oportunidade para isso.
(Lucianno Maza/Especial Para BR Press)
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Meu Comentário
Quando vi o livro na prateleira não pensei duas vezes. Um livro sobre Dylan, maior poeta da canção norte-americana já merece um lugar na estante. Mas não é só isso, o lançamento da Cia das Letras é um caso singular de 'biografia' de uma canção. Mas não é só isso... não se trata de uma canção qualquer, mas de "Like a Rolling Stone"! How does it feel?
quinta-feira, 20 de maio de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Conto: Sorte (Mark Twain)
Sorte
Mark Twain
Foi em Londres, num banquete oferecido em honra de dois ou três dos mais ilustres soldados ingleses desta geração. Por motivos que logo serão vistos, não direi seu verdadeiro nome. Chamá-lo-ei Tenente General Lorde Artur Scoresby, Cavalheiro da Ordem do Banho, etc. etc. etc. Que fascinação a de um nome célebre! Ali estava sentado, em carne e osso, um homem a quem já ouvira mencionar milhares de vezes desde o dia em que, há trinta anos, seu nome, bruscamente, surgira para a glória, nos campos de batalha da Criméia, para continuar desde então sempre famoso. Satisfazia minha fome e minha sede admirar e ver, sim, ver aquele semideus, inspecionando, esquadrinhando, observando a impassibilidade, a reserva e a nobre gravidade do seu semblante, a singela honestidade que se irradiava de toda a sua pessoa, a suave inconsciência da sua grandeza, inconsciência das centenas de olhares admirativos nele fixos, inconsciência de profunda, afetuosa e sincera admiração que. brotava do peito de todos.
O pastor, sentado à minha esquerda, era meu velho amigo. Era agora pastor mas passara metade da vida em acampamentos e campos de batalha, tendo sido instrutor na escola militar de Woolwich. Justamente no momento a que me referi, uma vaga e estranha luz cintilou de seus olhos, e ele me sussurrou, discretamente, apontando ao herói do banquete:
— Confidencialmente lhe direi que... que se trata de um perfeito animal.
Estas palavras constituíram para mim uma autêntica surpresa. Meu assombro não poderia ter sido maior se o protagonista tivesse sido Napoleão, Sócrates ou Salomão. De duas coisas eu tinha plena certeza: que o reverendo era um homem verdadeiro, e que sabia julgar os homens com bom senso e critério. Assim fiquei sabendo, sem a mínima dúvida, de que o mundo estava equivocado com relação àquele herói. Tratava-se, na realidade, de um animal. Oportunamente tratei de averiguar como o reverendo descobrira o segredo.
Dias depois a oportunidade se apresentou, e ele me contou o seguinte:
— Há quarenta anos eu era instrutor da academia militar de Woolwich. Encontrava-me presente quando o jovem Scoresby submeteu-se ao exame preliminar. A piedade me constrangeu o coração, pois enquanto o resto da classe respondia brilhantemente, ele... oh! Deus meu! — ele, por assim dizer, não sabia nada. Era, sem dúvida alguma, bom, suave, simpático e ingênuo. Por isso mesmo era penoso vê-lo ali, parado, imóvel, como uma estátua, dando respostas realmente milagrosas pela estupidez e ignorância. Toda a compaixão que havia no meu coração despertou a seu favor. Pensei que, quando ele voltasse a prestar os exames, seria natural. mente reprovado. Dessa maneira, não passava de um inofensivo ato de caridade aliviar-lhe a queda, tornando-a o mais suave possível. Levei-o para um canto e apurei que ele conhecia um pouco da história de César. Como não sabia. outra coisa, pus mãos à obra, e preparei-o, em curto prazo, com um certo tipo de perguntas sobre César, preferidas pelos examinadores. Eu sabia como eles a fariam. Creia-me, ou não, mas Scoresby foi aprovado brilhantemente no dia dos exames. Aprovado com esse conhecimento puramente superficial, enquanto os outros, que sabiam mil vezes mais, foram reprovados. Devido a um incidente estranhadamente afortunado — que não sucede em geral duas vezes num século — não lhe formularam uma só pergunta fora dos estreitos limites do seu aprendizado.
Era algo assombroso. Durante todo o curso, estive a seu lado, com um sentimento semelhante ao de uma mãe pelo filho entrevado. Scoresby salvava-se sempre... aparentemente por simples milagre.
Apesar disso, o seu ponto fraco, que o liquidaria definitivamente, seriam as matemáticas. Resolvi amenizar sua queda no que fosse possível. Preparei-o, enchi-o de noções, seguindo o tipo de perguntas mais prováveis pelos examinadores, e abandonei-o ao seu destino. Pois bem, senhor... imagine, se é possível, o resultado! Ante minha consternação, Scoresby obteve o primeiro prêmio! E com ele, toda uma longa ovação como aplauso.
Sonho? Não houve sonhos para mim durante toda uma semana. Minha consciência me atormentava dia e noite. Fizera aquilo por caridade, apenas para salvá-lo na queda. Jamais sonhara com resultados tão absurdos como aqueles que ocorreram. Sentia-me tão culpado e aflito como Frankestein. Havia aqui uma casca grossa a quem eu jogara no caminho das promoções. rutilantes e das responsabilidades perigosas. Só podia ocorrer uma coisa, ele e suas responsabilidades ruiriam por terra na primeira oportunidade.
Acabava de estourar a guerra na Criméia. Logo agora vai ter uma guerra, pensei. Não podia haver paz, dando àquele asno uma oportunidade de morrer antes de ser desmascarado? Esperei o terremoto. Chegou. Scoresby foi oficialmente declarado comandante de uma companhia de um regimento que ia para a frente. Há homens melhores que envelhecem e ficam brancos antes de chegarem a uma posição tão alta como esta. E quem poderia prever que poriam a carga de semelhante responsabilidade sobre os ombros tão inexperientes e inadequados? Custaria a crer se o tivesse nomeado simplesmente porta-estandarte! Mas... capitão?.. Imagine você! Foi um golpe muito duro para mim.
Preste atenção no que fiz... eu, que amo tanto o repouso e a inatividade convenci-me de que era responsável diante da Nação por aquilo, e que devia acompanhar Scoresby, protegendo assim o País dele, no que fosse passível. De maneira que reuni meus magros capitais, conseguidos à custa de três anos de trabalho e de penosa economia, e fui, com um suspiro, adquirir o lugar de porta-estandarte no seu regimento. Depois, partimos para o campo de batalha.
E ali... Oh! Deus meu! Foi terrível. Erros? Scoresby não fazia outra coisa senão cometê-los. Observe, porém, que nada ficava em segredo. Todos encaravam com prevenção a Scoresby, e forçosamente interpretavam de forma errônea sua atuação em todas as oportunidades. Tomavam seus estúpidos erros como geniais inspirações. Realmente! Seus menores erros eram suficientes para fazerem um homem de juízo chorar. E eles, em verdade, me fizeram chorar... Irritavam-me, levando-me ao desespero. O que cada vez mais me fazia transpirar de apreensão, era o fato de que a cada novo erro cometido por ele, o brilho da sua reputação aumentava. Eu pensava: "Subirá tanto, que um dia, quando descobrirem, sua queda será como a de um sol que desabasse dos céus".
Foi subindo de posto em posto sobre os cadáveres de seus superiores até que, finalmente, no mais culminante da batalha de..., morreu nosso coronel, e o coração me subiu à garganta, porque era Scoresby quem iria substituí-lo. Eis aí, pensei, dentro de dez minutos iremos todos parar no inferno.
O combate era terrível. Os aliados cediam terreno em toda a extensão do campo. Nosso regimento ocupava uma posição vital: um erro, agora, seria a destruição. Naquele momento crítico... que fez aquele imbecil imortal? Desviou o regimento do seu lugar, e ordenou uma carga contra uma colina próxima, onde não havia sequer a sombra de um inimigo.
— Eis aí, pensei. — Agora é mesmo o fim.
E para lá nos dirigimos, franqueando o alto da colina, antes que aquele movimento absurdo pudesse ser descoberto e detido. E com quem nos encontramos? Com todo um insuspeitável exército de reserva! E que aconteceu? Fomos aniquilados? Isso teria forçosamente ocorrido em noventa e nove de cem anos. Mas, não! Os russos imaginaram que um regimento isolado não viria pastar naqueles campos em semelhante circunstância. Aquilo devia ser todo o exército inglês. Era evidente que o astuto jogo russo fora adivinhado e bloqueado. De maneira que eles nos voltaram as costas e fugiram em grande confusão, franqueando a colina. Nós os perseguimos. E em menos tempo do que leva um galo para cantar, presenciamos a mais tremenda fuga até agora vista, e a derrota dos aliados se transformou numa avassaladora e esplêndida vitória. O marechal Canrobert contemplou aquilo, aturdido, cheio de assombro. E imediatamente mandou chamar Scoresby e o abraçou, condecorando-o no campo de batalha, na presença de todos os exércitos.
Que erro Scoresby cometera dessa vez? Confundira, simplesmente, sua mão direita com a esquerda. Eis tudo. Recebera ordens de retroceder e de apoiar nossa direita, e em lugar de assim proceder, retrocedera para diante, flanqueando a colina pela esquerda. Mas a fama que nesse dia conquistou como gênio militar foi difundida pelo mundo inteiro e a glória jamais será empalidecida enquanto durarem os livros de história.
Scoresby é o que de bom, amável, simpático e modesto pode ser um homem, mas não sabe o suficiente para regressar à casa quando chove. Isto é absolutamente verdadeiro. E o asno supremo do universo. E até meia hora antes, além dele e de mim, ninguém sabia disto. Scoresby tem sido perseguido, dia a dia, ano a ano, por uma sorte realmente fenomenal e assombrosa. Tem sido um brilhante soldado em todas as nossas guerras durante uma geração. Toda sua vida militar está cheia de erros, e no entanto não cometeu um só erro que não o tenha convertido em cavaleiro, barão, lorde, ou algo parecido. Olhe seu peito: parece, simplesmente, que ele está vestido de condecorações nacionais e estrangeiras. Pois bem, meu caro senhor, cada uma dessas condecorações é o documento vivo de tal ou qual alarmante estupidez. Tomadas em conjunto, são a prova de que o melhor que pode ocorrer a um homem neste mundo é nascer com sorte. Volto a repetir-lhe o que disse no banquete: Scoresby é um perfeito animal.
Mark Twain: 100 anos sem um dos autores mais influentes da literatura mundial
"Foi um profundo filósofo com a visão de um profeta", afirmava o jornal "San Francisco Call" após saber da morte do escritor e jornalista Samuel Langhorne Clemens no dia 21 de abril de 1910 - ou Mark Twain, como ficaria conhecido na posteridade.
Seu legado prolífico, com títulos como "As aventuras de Tom Sawyer", "Huckleberry Finn" e "Príncipe e Mendigo", o tornou merecedor do título de "pai da literatura americana", como definiu o escritor William Faulkner em 1955.
Já em seu obituário se considerava que Mark Twain evoluiu de cômico brincalhão a "uma das grandes figuras literárias de seu tempo", embora o reconhecimento de seus contemporâneos não adoçasse seu final, marcado pelas tragédias familiares e a perda de seus entes queridos.
As origens de Twain dizem muito sobre sua obra posterior: nasceu no dia 30 de novembro de 1835 na cidade de Flórida (Missouri, EUA), mas foi o porto de Hannibal, para onde se transferiu com sua família aos quatro anos, o cenário à beira do Mississipi no qual se inspiram as correrias de Tom e de Huckleberry, em que o autor colocou muitas de suas vivências.
Entre elas, sua relação com a escravidão, que viveu de perto em Mississipi, um estado que a permitia, e em sua própria casa, já que seu pai teve um escravo e um de seus tios teve vários com os quais o jovem Sam passava longas horas escutando contos e cânticos espirituais.
O escritor começou escrevendo artigos jornalísticos, profissão à qual chegou após uma viagem complicada com quase 18 anos que o levou a Nova York, onde colaborou em distintas publicações.
Em 1857 retornou ao Mississipi e após se dedicar a pilotar navios pelo rio, a explosão da guerra civil (1861-1865) o obrigou a abandonar este trabalho e o conduziu rumo a Nevada, onde pretendia dedicar-se a busca de ouro.
Voltou em breve ao jornalismo no "Territorial Enterprise", na Virgínia, onde usou pela primeira vez o pseudônimo com o qual passaria à posteridade.
O primeiro ponto de inflexão em sua carreira como escritor chegou em 1865, com a publicação de um conto em diversos periódicos.
Twain conseguiu um êxito notável com este conto, mas ainda mais com seus artigos de viagens, compilados depois em um livro, "Guia para viajantes inocentes" (1869).
Enquanto continuava sua carreira como jornalista e começava a de escritor, Twain se mudou para várias cidades, se casou com Olivia Langdon e teve sua primeira filha, Susy, que morreu aos dois anos de difteria.
Um drama que o levou a se voltar para crítica social antes de se concentrar na ficção pura que, no entanto, sempre teve um forte cenário de realidade que demonstrava a clara vocação antropológica do escritor.
Em 1876 chegaram "As aventuras de Tom Sawyer", que ia muito além da literatura infantil e juvenil na qual se enquadrou em um primeiro momento e que apontava a vertente social que o escritor sempre daria a seus livros.
"Príncipe e mendigo" (1881), "Vida no Mississipi" (1883), "Um ianque na corte do rei Artur"" (1889) e aquela que é sem dúvida sua obra mais famosa, "As aventuras de Huckleberry Finn" (1884), na qual satiriza a escravidão predominante nos estados sulinos.
Um questão-chave e polêmica em suas obras, é que se por um lado contêm críticas duras à escravidão, também mantém posturas que alguns críticos consideram ambíguas por seu conteúdo racista.
Entre 1890 e 1900 Twain e sua família se dedicaram a viajar por todo o mundo e o escritor foi testemunha das diferenças sociais, que imortalizou em suas obras e desde 1901 até sua morte foi o presidente da Liga Anti-imperialista.
Uma experiência vital que o fez ter um profundo conhecimento da realidade na qual viveu e que colocou em suas novelas. "Supor está bem, mas descobrir é melhor", afirmou Twain, que sempre quis ser uma testemunha direta.
E esse realismo de seus relatos, com uma linguagem simples e divertida, fez dele um dos escritores mais influentes da literatura americana.
Foi o primeiro grande escritor americano que não procedia da costa leste; o primeiro a utilizar uma linguagem que se parecia a que o povo falava na realidade e, sem dúvida, um dos primeiros escritores nos quais a análise social se aliou com a delicadeza.
"Toda a literatura americana começa com ele. Não havia nada antes. Não há nada depois", assinalou Ernest Hemingway.
EFE
terça-feira, 13 de abril de 2010
Leituras obrigatórias FURG 2011: Sai ou não sai a lista?
Muitos alunos tem me perguntado a respeito da lista de livros para o vestibular da FURG. Realmente é preocupante o fato de estarmos em meados de abril e ainda não termos uma definição a respeito. Porém, sabemos que a chance de termos o ENEM como prova única é cada vez maior. Nesse sentido, afirmo aqui no blog o que tenho dito em aula: se não há lista, é sinal de que a universidade não se compromete em fazer uma prova ao final do ano, ou seja, a adesão integral ao ENEM é praticamente um fato consumado.
Diante dessa nova realidade que está se desenhando, sugiro ao aluno que procure privilegiar em seus estudos aquilo que o ENEM costuma enfatizar em sua prova: linguagem literária (essencialmente as figuras de linguagem), gêneros literários, e características gerais dos períodos literários (sem se preocupar muito especificamente com autores e obras).
O que deve ler, então, o nosso vestibulando? Tudo o que puder! Jornais e revistas ajudam a reconhecer os diversos gêneros textuais, ampliam o conhecimento geral e a visão de mundo, e contribuem para aprimorar a linguagem.
Mas se o ENEM não tem uma lista de livros obrigatórios, isso não significa que devemos deixar de lado os textos literários! Pelo contrário, quem lê literatura, seja Crepúsculo ou Dom Casmurro (sempre dando preferência aos clássicos), constrói uma bagagem cultural muito maior, e ainda se torna um leitor muito mais competente para a compreensão de textos mais complexos. Isso certamente será decisivo na hora de resolver dezenas de testes em um tempo tão curto como acontece na prova do MEC.
Nas próximas postagens recomendarei algumas leituras para começar!
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Acafe recebe inscrições para o processo seletivo 2010 de inverno
Fonte: UOL
A Acafe (Associação Catarinense das Fundações Educacionais) abre, nesta segunda-feira (12), o período de inscrição para o vestibular 2010 de inverno. As inscrições deverão ser realizadas pela internet, até as 18h do dia 17 de maio. A taxa custará R$ 58.
Neste processo serão oferecidas 5.574 vagas em 185 cursos de 8 instituições participantes:
FURB - Universidade Regional de Blumenau;
UnC - Universidade do Contestado;
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense;
UNIPLAC - Universidade do Planalto Catarinense;
UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina;
UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí;
UNIVILLE - Universidade da Região de Joinville;
UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina.
A prova objetiva, com 60 questões e 1 redação, será realizada no dia 13 de junho, das 13h às 18h, em 14 cidades de Santa Catarina e nas cidades de Curitiba e Porto Alegre.
A divulgação dos resultados está prevista para 22 de junho.
Leituras obrigatórias ACAFE
Confira as obras literárias indicadas para este processo seletivo:
A Vitrina de Luzbel - Aulo Sanford de Vasconcellos;
Eles Não Usam Blacktie - Gian Francesco Guarnieri;
O Homem Que Calculava - Malba Tahan;
O Presidente Negro - Monteiro Lobato;
Treze Cascaes - Adolfo Boss e outros.
Outras informações podem ser consultadas no edital do vestibular ou pelo site da Acafe.
MEC garante que questões do Enem tratarão apenas de assuntos nacionais
Professores têm de rever previsão de conteúdos para atender programa do exame
Com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a caminho de consolidar-se como única porta de acesso às instituições federais de Ensino Superior no país, professores, alunos e escolas gaúchas terão uma difícil questão pela frente, sem muitas opções de resposta. Por que estudar os regionalismos se o Ministério da Educação garante que a prova tratará somente de assuntos nacionais?
Para professores de história, geografia e literatura, disciplinas onde o Rio Grande do Sul sempre teve espaço, a situação é delicada.
A incidência de questões sobre o Estado nessas provas, historicamente, sempre obrigou escolas a tratarem de escritores gaúchos, de episódios da história local, até mesmo da formação de Porto Alegre, e de peculiaridades do clima. Mas, se o Enem não cobrar mais isso, o temor é de que não haja mais motivo para os estudantes quererem aprender esses conteúdos.
– O MEC resolveu de forma muito simples dizendo apenas que o Enem não abordará regionalismos. Mas o que é regionalismo? Isso eles não esclareceram, é um conceito implícito e não debatido. Nesse contexto, por exemplo, Simões Lopes Neto é um autor que deve desaparecer do cenário – afirma o professor de literatura Luís Augusto Fischer.
Apesar de considerar positiva a ideia da mobilidade de estudantes provocada pelo Enem e ser contra qualquer tipo de xenofobia, o professor teme que formas de cultura não hegemônicas como a gaúcha percam espaço. Acostumado com a ansiedade de vestibulandos, o professor de história do Unificado José Carlos Tamanquevis considera difícil convencer os alunos a estudarem temas que não serão cobrados no concurso.
– O Rio Grande do Sul tem uma das produções historiográficas mais ricas do Brasil graças ao número e à qualidade dos mestrados e doutorados que temos aqui. Com essa forma do Enem, o Ensino Médio deve deixar tudo isso de lado. Tirando esses conteúdos das provas, ninguém vai querer estudá-los. Um povo que não conhece seu passado pode repeti-lo – adverte Tamanquevis.
Na geografia, a preocupação se repete. Saul Chervenski, também professor do pré-vestibular, prevê uma perda de interesse de ensinar e de aprender os fenômenos a partir da visão local. Segundo ele, isso culminará em uma legião de jovens esquecendo de sua relação com a comunidade.
– A geografia do Rio Grande do Sul se tornará tema apenas para quem já está na faculdade. As diferenças da metade norte e sul do Estado, a nossa hidrografia, as diferenças do nosso clima, por exemplo, ficarão de fora. Será como assistir a um noticiário de TV que não traz notícias da sua região – afirma.
Sem chance de abordar temas do RS
Questionada pelo caderno Vestibular, a assessoria especial no ministro da Educação, Fernando Haddad, foi enfática: não há hipótese de o Enem contemplar assuntos locais. A exceção ocorrerá quando o tema tiver repercussões nacionais. Nesse critério, afirma o MEC, a Revolução Farroupilha estaria garantida, assim como o escritor Erico Verissimo. O ministério reafirma que a prova será a mesma do Oiapoque ao Chuí.
Há mais de 10 anos, a professora Roselane Zordan Costella analisa o Enem. Ela lamenta que temas caros aos gaúchos fiquem de fora. Professora de geografia de escolas particulares da Capital e do Grupo Unificado, ela vê temas ricos que poderiam ser abordados. Entretanto, observa que uma discussão é necessária entre professores, escolas e estudantes.
– Para que serve o Ensino Médio? Apenas preparar candidatos para uma prova classificatória? Se a nossa resposta for sim, estaremos caindo no vazio – alerta Roselane.
Ela afirma que o Ensino Médio deve formar jovens que compreendam o mundo a partir das identidades locais. E se os temas não hegemônicos ficam fora do Enem, outro estímulo terá de ser buscado. O que não pode, defende a educadora, é deixar o Estado fora da aula.
– Precisamos nos perguntar se temos professores preparados para esse Ensino Médio. Se o profissional não sabe para que serve o ensino, não conseguirá incentivar o estudo dos assuntos do Rio Grande do Sul – afirma.
Estaria aí uma resposta para a melhor classificação dos estudantes paulistas. Segundo ela, as escolas daquele Estado já adotam o conceito de que o Ensino Médio serve para desenvolver competências e habilidades a serem usadas em qualquer situação da vida.
– Fiz trabalhos e pesquisas em escolas paulistas, sei como estão trabalhando. Eles não se pautam mais apenas por uma prova de vestibular. Não sou a favor dessa logística do Enem, mas não podemos abortá-lo por isso. Temos de mudar o nosso ensino.
Fonte: Zero Hora
terça-feira, 30 de março de 2010
ITA define datas do vestibular 2011; confira
O ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos (SP), definiu, nesta terça-feira (30), as datas para o processo seletivo 2011.
As inscrições serão realizadas entre 1º de agosto e 15 de setembro, pela internet . A aplicação das provas acontecerá no período de 14 a 17 de dezembro. E o resultado final será divulgado no dia 30 de dezembro.
Mais informações devem ser divulgadas em breve pela instituição.
MEC quer realização do Enem só após as eleições
Data proposta é nos dias 06 e 07 de novembro
O Ministério da Educação quer que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja realizado apenas após as eleições deste ano. A data proposta é nos dias 06 e 07 de novembro - o primeiro turno ocorrerá no dia 3 de outubro e o segundo, no dia 31. A data final da prova será confirmada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
- É pouco recomendável fazer o Enem entre o primeiro e o segundo turno das eleições - disse na semana passada o ministro da Educação, Fernando Haddad, após participar de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara.
No ano passado, o Governo Federal foi obrigado a cancelar o exame, previsto para o início de outubro, e remarcar uma nova data, em dezembro, porque a prova vazou. A data de realização da prova não agradará a todos. Conforme a "Tic Brasil", as universidades de São Paulo são favoráveis à aplicação do Enem o mais cedo possível, mas os demais Estados defendem que a prova seja feita depois das eleições.
Haddad voltou a afirmar que o MEC desistiu de fazer um Enem no primeiro semestre deste ano depois da descoberta de fraude no exame nacional da Ordem dos Advogados (OAB) do Brasil, em março. Em seu depoimento à comissão de Educação, Haddad garantiu ainda que a sobra de vagas nas universidades federais será de cerca de 2% do total de 48 mil vagas oferecidas - ou seja, em torno de mil vagas. Ele rebateu ainda as críticas de que São Paulo estaria "exportando" estudantes para universidades públicas de outros Estados.
- São Paulo tem poucas vagas em universidades públicas em relação a sua população e, por isso, é natural que os jovens procurem oportunidades em estados vizinhos, como Minas Gerais - disse Haddad.
Pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o candidato pode usar a nota do Enem para ingresso nas universidades que adotaram o exame como vestibular. Segundo dados do MEC, São Paulo foi o Estado que mais se beneficiou do sistema unificado de seleção. O Estado recebeu 169 estudantes de fora em suas universidades federais e enviou um total de 2.531 alunos para outras regiões. Minas Gerais foi o principal destino, com 730 matrículas, seguido do Rio Grande do Sul, Amazonas, Piauí e Mato Grosso.
Fonte: ClicRBS
Morre Armando Nogueira, um dos maiores poetas da crônica esportiva
Fonte: Jornal do Brasil
O Jornalismo perdeu, segunda-feira, um mestre, um criador. Um poeta. Por volta das 7h, em seu apartamento, na Lagoa, Zona Sul do Rio, faleceu, vítima de câncer no cérebro, Armando Nogueira, de 83 anos. O sepultamento será terça-feira, às 12h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Sobrevivente de uma era dourada, Mestre Armando Nogueira se junta agora a lendas como Sandro Moreira, Nélson Rodrigues e João Saldanha – nomes que contribuíram em larga escala para o esporte.
Armando Nogueira nasceu em Xapuri, no Acre, no dia 14 de janeiro de 1927, e se mudou para o Rio aos 17 anos, onde se formou em Direito. Sua paixão, no entanto, era o jornalismo e, em 1950, foi trabalhar na editoria de esportes do Diário Carioca, colaborando com o Diário da Noite, Revista Manchete e Revista O Cruzeiro.
Em 1959, ingressou no Jornal do Brasil, onde trabalhou como redator e assinou a coluna diária Na grande área até 1973. Voltaria a escrever a coluna no início dos anos 2000.
– O Armando também foi pauteiro e as pautas dele mereciam ser publicadas de tão bem escritas. Era o Machado de Assis da crônica esportiva – disse o jornalista Sérgio Cabral, presente ao velório na Tribuna de Honra do Maracanã.
A convite de Walter Clark, foi para a Rede Globo, em 66, ficando até 90. Ao lado de Alice Maria, que esteve segunda-feira no velório, implantou o telejornalismo em rede nacional. Ele criou Jornal Nacional, o Globo Repórter e o Globo Esporte, passando a ocupar o cargo de diretor da central Globo de Jornalismo.
– O telejornalismo deve tudo a ele porque tudo nasceu desse poeta, que deve estar feliz de se despedir de nós, aqui no Maracanã – disse Alice Maria, ex-estagiária do mestre.
Em 1992, integrou a equipe da Rede Bandeirantes nos Jogos Olímpicos de Barcelona. Em 1994, ingressou no SporTV à frente do programa Papo com Armando Nogueira, participando dos programas Esporte Real e Redação SporTV.
Desde a Copa do Mundo de 54, esteve na cobertura de todos os Mundiais. O “poeta do futebol “deixou uma vasta coleção de livros, como Drama e glória dos bicampeões, A Ginga e o Jogo e A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar, entre outros.
Armando era torcedor do Botafogo. Foi dele o apelido de Gênio das Pernas Tortas dado a Mané. Era prodigioso em criar grandes frases. Entre elas, “Pelé é tão perfeito que se não tivesse nascido gente, teria nascido bola”, “Para Mané Garrincha, o espaço de um pequeno guardanapo era um enorme latifúndio” e “A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico, com cheiro de gol”.
Em 2007, já com câncer no cérebro, afastou-se da profissão. Seu último trabalho foi como colunista do jornal Lance!. Ganhou homenagem da Suderj, inaugurando com seu nome um espaço com seu nome no hall da fama do Maracanã. Sua última aparição foi em 18 de maio de 2009, na inauguração da sala de imprensa de General Severiano, que leva seu nome.
Amigos se emocionam no adeus ao Mestre
O corpo do mestre da crônica esportiva brasileira não poderia ser velado em outro local senão na tribuna de honra do templo do futebol: o Maracanã, onde ele está imortalizado com o 'Espaço Armando Nogueira', inaugurado há exatos dois anos: no dia 30 de março de 2008.
Desde às 14h30, os dois telões do estádio exibiam fotos e célebres frases criadas pelo Mestre, sensibilizando amigos e parentes que foram ao estádio lhe dar o último adeus.
– Começamos juntos no Jornal do Brasil, em 59, e viramos amigos. Além de talentoso, o Armando era prestativo. Em 62, fui demitido por fazer greve e ele pediu um empréstimo bancário em seu nome para ajudar um desempregado – lembrou o jornalista Sérgio Cabral, que considerava Armando um gênio. – Tentei imitá-lo, mas não consegui – admitiu ele.
O velório se estenderá até 11h, com o enterro marcado para 12h, no Cemitério São João Batista. O Maracanã passou a noite com seus refletores acessos, como última homenagem ao mestre dos jornalistas.
– No meu primeiro dia como comentarista, o Armando me orientou: "Você pode elogiar sem bajular e criticar sem ofender. Faça isso" – lembrou o ex-jogador Júnior. – Ele respeitava a todos, tomei isso como norte e não me arrependo.
Entre as dezenas de coroas de flores, duas chamavam à atenção no velório: uma de Pelé, outra do Botafogo. Dois temas que Armando não se cansou de enaltecer em suas crônicas.
Além das coroas, as bandeiras do Brasil, Rio de Janeiro, Botafogo e do Acre (onde ele nasceu) ornamentavam o hall da tribuna de honra. À beira do caixão, um banner com uma poesia do Mestre sobre o Maracanã, que ele escreveu no livro O Vôo das Gazelas, de sua autoria e que está exposta no Espaço Armando Nogueira.
O Maracanã completa 60 anos dia 21 de junho e a secretária estadual de Esporte, Turismo e Lazer, Márcia Lins, disse que qualquer homenagem seria pouco para enaltecer quem foi Armando Nogueira.
– Ele ajudou a escrever a história do Maracanã, onde torceu muito pelo Botafogo. Por isso, o adeus dele tinha que ser aqui. Mas nem dois Maracanãs lotados seriam suficientes para retribuir tudo o que ele sempre representará – disse Márcia.
Filho único do mestre, Armando Augusto Nogueira Filho, o Manduca, afirmou.
– O câncer que ele teve foi de nível quatro numa escala de cinco. Ou seja, foi grave. Das pessoas que operam, 30% ficam na mesa de operação. Os outros 70% sobrevivem só mais um ano e ele viveu mais três – lembrou Manduca. – Meu pai era muito forte. Fazia esteira, caminhada em volta da Lagoa. Por isso, resistiu tanto tempo e morreu com todos os sinais vitais funcionando.
Armando Nogueira vai dar nome ao Parque Olímpico, que será construído para as Olimpíadas de 2016, no Autódromo Nélson Piquet, em Jacarepaguá. Segunda-feira, o vereador Eider Dantas (DEM) enviou projeto de lei que passará por votação na Câmara de Vereadores.
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho
O Armando Nogueira tinha vários amores: o esporte, a palavra, a música e os amigos. Era mestre na prática de todos eles. Um polivalente, como se diz de alguém que é “craque” em todas as posições. Conheci-o na TV Rio inovando não só no jornalismo esportivo, mas no telejornalismo em geral. Na TV Globo, trabalhamos juntos por 23 anos.
Uma amizade sólida e sincera ficará para sempre, ultrapassando as barreiras da morte. Os finais de ano o Armando passava comigo, em Angra. Encantava a todos.
Com o Armando, começamos a implantar as bases do telejornalismo na televisão brasileira. O Armando não admitia que a televisão não cultivasse o preciosismo do texto, apesar de a imagem ser a base principal. Participamos juntos da criação do Jornal Nacional, do Globo Repórter e do Fantástico. O Armando é a mais importante personalidade do telejornalismo. A Globo deve muito a ele.
Os amigos que o Armando fez na vida conseguiram dar a ele um final digno. Eu ficarei para sempre com as palavras carinhosas e a expressão de felicidade do Armando, voando, tocando sua gaita, bebendo um bom vinho, escrevendo e distribuindo amor entre os amigos.
Hoje, sou testemunha do carinho com que a Globo, através do Octávio Florisbal, vinha dando ao Armando com apoio irrestrito que deu ao seu tratamento de saúde.
Leia a seguir uma das mais memoráveis crônicas de Armando Nogueira, celebrando a conquista do tri, em 70.
Na grande área
Armando Nogueira
México, 1970
E as palavras, eu que vivo delas, onde estão? Onde estão as palavras para contar a vocês e a mim mesmo que Tostão está morrendo asfixiado nos braços da multidão em transe? Parece um linchamento: Tostão deitado na grama, cem mãos a saqueá-lo. Levam-lhe a camisa, levam-lhe os calções. Sei que é total a alucinação nos quatro cantos do estádio, mas só tenho olhos para a cena insólita: há muito que arrancaram as chuteiras de Tostão. Só falta, agora, alguém tomar-lhe a sunga azul, derradeira peça sobre o corpo de um semi-deus.
Mas, felizmente, a cautela e o sangue-frio vencem sempre: venceram, com o Brasil, o Mundial de 70, e venceram, também, na hora em que o desvario pretendia deixar Tostão completamente nu aos olhos de cem mil espectadores e de setecentos milhões de telespectadores do mundo inteiro.
E lá se vai Tostão, correndo pelo campo afora, coberto de glórias, coberto de lágrimas, atropelado por uma pequena multidão. Essa gente, que está ali por amor, vai acabar sufocando Tostão. Se a polícia não entra em campo para protegê-lo, coitado dele. Coitado, também, de Pelé, pendurado em mil pescoços e com um sombrero imenso, nu da cintura para cima, carregado por todos os lados ao sabor da paixão coletiva.
O campo do Azteca, nesse momento, é um manicômio: mexicanos e brasileiros, com bandeiras enormes, engalfinham-se num estranho esbanjamento de alegria.
Agora, quase não posso ver o campo lá embaixo: chove papel colorido em todo o estádio. Esse estádio que foi feito para uma festa de final: sua arquitetura põe o povo dentro do campo, criando um clima de intimidade que o futebol, aqui, no Azteca, toma emprestado à corrida de touros.
Cantemos, amigos, a fiesta brava, cantemos agora, mesmo em lágrimas, os derradeiros instantes do mais bonito Mundial que meus olhos jamais sonharam ver. Pela correção dos atletas, que jogaram trinta e duas partidas, sem uma só expulsão. Pelo respeito com que cerca de trezentos profissionais de futebol se enfrentaram, músculo a músculo, coração a coração, trocando camisas, trocando consolo, trocando destinos que hão de se encontrar, novamente, em Munique 74.
Choremos a alegria de uma campanha admirável em que o Brasil fez futebol de fantasia, fazendo amigos. Fazendo irmãos em todos os continentes.
Orgulha-me ver que o futebol, nossa vida, é o mais vibrante universo de paz que o homem é capaz de iluminar com uma bola, seu brinquedo fascinante. Trinta e duas batalhas, nenhuma baixa. Dezesseis países em luta ardente, durante vinte e um dias — ninguém morreu. Não há bandeiras de luto no mastro dos heróis do futebol.
Por isso, recebam, amanhã, os heróis do Mundial de 70 com a ternura que acolhe em casa os meninos que voltam do pátio, onde brincavam. Perdoem-me o arrebatamento que me faz sonegar-lhes a análise fria do jogo. Mas final é assim mesmo: as táticas cedem vez aos rasgos do coração. Tenho uma vida profissional cheia de finais e, em nenhuma delas, falou-se de estratégias. Final é sublimação, final é pirâmide humana atrás do gol a delirar com a cabeçada de Pelé, com o chute de Gérson e com o gesto bravo de Jairzinho, levando nas pernas a bola do terceiro gol. Final é antes do jogo, depois do jogo — nunca durante o jogo.
Que humanidade, senão a do esporte, seria capaz de construir, sobre a abstração de um gol, a cerimônia a que assisto, neste instante, querendo chorar, querendo gritar? Os campeões mundiais em volta olímpica, a beijar a tacinha, filha adotiva de todos nós, brasileiros? Ternamente, o capitão Carlos Alberto cola o corpinho dela no seu rosto fatigado: conquistou-a para sempre, conquistou-a por ti, adorável peladeiro do Aterro do Flamengo. A tacinha, agora, é tua, amiguinho, que mataste tantas aulas de junho para baixar, em espírito, no Jalisco de Guadalajara.
Sorve nela, amiguinho, a glória de Pelé, que tem a fragrância da nossa infância.
A taça de ouro é eternamente tua, amiguinho.
Até que os deuses do futebol inventem outra.
Fuvest divulga datas do vestibular 2011
A Fuvest, que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo), para a Academia de Polícia Militar do Barro Branco e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, divulgou nesta terça-feira (30) as datas do vestibular 2011.
O manual do vestibular 2010 estará disponível na web para consulta a partir do dia 2 de agosto. As inscrições vão de 27 de agosto a 10 de setembro, também pela internet.
As provas específicas serão realizadas de 10 a 15 de outubro. A primeira fase será no dia 28 de novembro e a 2ª fase ocorre nos dias 9, 10 e 11 de janeiro.
Leituras obrigatórias FUVEST 2011
A Fuvest também confirmou a lista de livros obrigatórios para o exame de 2011. Será mantida a mesma seleção de 2010. Veja quais são os títulos:
Auto da barca do inferno - Gil Vicente;
Memórias de um sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida;
Iracema - José de Alencar;
Dom Casmurro - Machado de Assis;
O Cortiço - Aluísio Azevedo;
A cidade e as serras - Eça de Queirós;
Vidas secas - Graciliano Ramos;
Capitães da areia - Jorge Amado;
Antologia poética (com base na 2ª ed. aumentada) - Vinícius de Moraes.
Fonte: UOL