terça-feira, 19 de maio de 2009

Casa das Rosas integra ‘corrente’ de troca de livros



Desde o início de maio, espaço aderiu ao BookCrossing.
Projeto é um movimento de 'libertação' de livros em locais públicos.


Do G1, em São Paulo





A Casa das Rosas, espaço de literatura e poesia localizado na Avenida Paulista, se tornou um espaço para troca de livros. Desde o início de maio, a casa aderiu ao projeto BookCrossing, movimento de “libertação” de livros em locais públicos para serem achados por outros leitores, e se tornou uma “crossing zone” (na tradução, zona de troca de livros).

Funciona assim: qualquer leitor pode deixar um livro na Casa das Rosas para outros leitores, enquanto também pode escolher outra obra que estiver disponível no espaço para levar embora e ler, mas, com o compromisso de passá-la adiante.

A Casa das Rosas é a sexta “crossing zone” do Brasil, sendo a terceira na cidade de São Paulo. Em média, 200 livros da literatura brasileira, especialmente de poesia, compõem essa espécie de biblioteca circulante.

Como participar

O doador da obra entra no site do movimento, que tem adesão de leitores de mais de 130 países, e cria um perfil - o site é em inglês; uma página na web em português está em construção. Com o livro em mãos, registra e anota na contracapa o código de identificação gerado.

Após o cadastramento, é preciso deixar o livro na Casa das Rosas ou em uma das outras zonas oficiais, ou ainda, se preferir, pode deixá-lo em um espaço público qualquer.

A pessoa que pegar o livro deve informar o paradeiro da obra no próprio site, e se quiser pode também registrar a sua opinião sobre a leitura.

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Opinião do professor

É isso aí, caros leitores! O movimento bookcrossing reflete a tendência da nossa época: compartilhar. É a democratização do acesso a cultura com o compartilhamento de arquivos na internet (músicas, vídeos) e agora... um espaço não virtual, mas concreto para a livre circulação das letras.

A idéia tem tudo para dar certo (sejamos otimistas, leitores conscientes dificilmente roubariam os livros socializados) e para cumprir um importante função social em um país como o nosso, afinal, o livro no brasil é um artigo de luxo. É... políticas para a formação de leitores não costumam ser implementadas na periferia do mundo.

Pense como não seria tão difícil: há algum tempo, o poeta Waly Salomão propôs a inclusão do livro como item da cesta básica do brasileiro (afinal, não deixa de ser alimento, em cero sentido). Não existe a "farmácia popular", não há o subsídio do governo para a construção civil? Por que não criar uma editora nacional e promover publicações de baixo custo, acessíveis a todos? Títulos de domínio público poderiam ser distribuídos à população. Isso não pesaria tanto aos cofres públicos quanto os incentivos concedidos a multinacionais (isso sem falar em outras farras que se fazem com o dinheiro público).

Bueno, se não há iniciativas governamentais (devemos lutar para que haja), podemos começar pelo nosso bairro, ou pela nossa cidade. O bookcrossing é uma forma viável de se difundir a leitura.



http://www.bookcrossing.com/

http://www.bookcrossing-portugal.com/

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