quinta-feira, 22 de outubro de 2009

“Caim” é livro mais falado embora não tenha sido lido, ironiza Saramago



José Saramago ironizou, esta quarta-feira, que “Caim” é o livro mais falado embora não tenha sido lido. O Prémio Nobel da Literatura acusou ainda a Igreja Católica de tentar impor uma leitura única da Bíblia.

António Pinto Rodrigues, da agência TSF resume as declarações de José Saramago:

A propósito do seu último livro, José Saramago afirmou, no fim-de-semana, que a Bíblia é um «manual de maus costumes» e um «catálogo de crueldades», o que suscitou inúmeras críticas.

Perante as reacções, José Saramago acusou, esta quarta-feira, numa conferência de imprensa em Lisboa, a Igreja Católica de tentar impedir leituras diversas sobre a Bíblia, tentando impor uma leitura única.

Para o autor de “Caim”, o Deus da Bíblia não é de fiar, é vingativo, rancoroso e má pessoa.

O escritor sublinhou ainda que o que disse da Bíblia no fim-de-semana é aquilo que toda a gente sabe, ou seja, que há «carnificina», incesto e violência de todo o género.

O Prémio Nobel da Literatura ironizou ainda que até parece que fez uma revelação insólita ou disse uma espécie de calúnia ao afirmar que a Bíblia é um «manual de maus costumes» e um «catálogo de crueldades».

Saramago ironizou também que “Caim” é o livro mais falado embora não tenha sido lido, tendo suscitado «incompreensões» e «ódios velhos».

«Desperto muitos anti-corpos», acrescentou.

O escritor frisou ainda que nunca andou atrás de polémica, mas que não pode rejeitar convicções próprias. Saramago disse também que até parece que «é feio» fazer publicidade de livros em Portugal.

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