sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Gonçalo M. Tavares elogia escolha de Nobel para Herta Mueller


O escritor Gonçalo M. Tavares elogiou hoje a Academia Sueca por ter atribuído à autora romeno-alemã Herta Mueller o Prémio Nobel da Literatura 2009, porque a sua escrita «não é nada doce», comparando-a a Elfriede Jelinek e Rosa Liksom

«É uma escritora muito, muito forte. Acho que tem um estilo muito radical, com frases curtas, muito forte. O que eu acho que é importante dizer é que ela pertence a um grupo de escritoras de uma violência de escrita muito grande», disse à Lusa Gonçalo M. Tavares.

Nesse grupo, o autor de Jerusalém colocaria, além de Herta Mueller, também Elfriede Jelinek, que também foi Prémio Nobel, e uma escritora finlandesa que é pouco conhecida, Rosa Liksom.

«A Herta Mueller pertence um bocado a esta família de escritoras cuja escrita não é nada doce. E eu acho que é muito significativo o facto de o Prémio Nobel premiar escritoras com este grau de risco na escrita», sublinhou.

Gonçalo M. Tavares escreveu há cerca de um ano uma coluna no Jornal de Letras sobre Herta Mueller, depois de ler as duas obras da autora publicadas em Portugal: A Terra das Ameixas Verdes (Cotovia) e O Homem é um Grande Faisão Sobre a Terra (Difel).

«O Homem é um Grande Faisão Sobre a Terra é um livro fortíssimo e é, dos dois livros dela que eu li, aquele que mais me marcou, porque é muito fragmentado, tem um tipo de escrita que me agrada, porque tenta dizer rapidamente o que quer dizer», frisou o escritor de 39 anos, que publicou a sua primeira obra em 2001, venceu o Prémio José Saramago e é um dos mais prolíficos autores portugueses, com 25 títulos publicados em oito anos.

A escritora romeno-alemã Herta Mueller, de 56 anos, foi quinta-feira distinguida pela Academia Sueca com o Prémio Nobel da Literatura 2009, por uma obra que, «com a concentração da poesia e a franqueza da prosa, pinta as paisagens dos desfavorecidos».

Lusa / SOL

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