segunda-feira, 19 de outubro de 2009

García Márquez foi vigiado durante 20 anos pelos serviços secretos do México


O escritor colombiano Gabriel García Márquez foi espiado pelos serviços secretos do México e qualificado de "agente de propaganda" de Cuba em 1982, revelou hoje o jornal El Universal.

De acordo com o diário mexicano, o Prémio Nobel da Literatura em 1982 foi vigiado pela Direcção Federal de Segurança do México de 1967 até meados dos anos 1980.


Na documentação da polícia política dada a conhecer pelo actual governo mexicano refere-se o papel de García Márquez como mediador entre movimentos da esquerda latino-americana e o então presidente de França, François Miterrand, que visitaria o país em 1982.

Há ainda referência a uma conversa telefónica entre "Gabo" e o director da agência de notícias de Cuba, Jorge Timossi, na qual o escritor afirma ceder os direitos do livro "Crónica de uma Morte Anunciada" ao governo de Cuba.

Entre as décadas de 1960 e 1980, a polícia política mexicana, equivalente à CIA e ao KGB, levou a cabo várias operações de espionagem em busca de elementos subversivos e defensores das ideologias de esquerda entre as figuras das artes e da cultura.

Apesar destas revelações, o governo mexicano mantém em segredo as informações referentes ao escritor desde 1985 até à actualidade.

Gabriel García Márquez, actualmente com 82 anos, vive no México desde os anos 1960.

Em 1981, um ano antes de ser galardoado pela Academia Sueca, o escritor pediu oficialmente asilo ao México depois de ter sido acusado pelo governo colombiano de colaborar com a guerrilha do seu país.


Agência lusa

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