O poeta Manuel Alegre, em declarações à TSF, defendeu o Nobel José Saramago, lamentando que o país não perdoe «a grandeza» e aqueles que se distinguem. Alegre declarou ainda que Saramago continua a ser «um grande escritor».
Manuel Alegre sublinhou em declarações à TSF que José Saramago é um grande escritor e tem o direito de expressar as suas opiniõesManuel Alegre considera que Portugal é um país que não perdoa a grandeza e aqueles que se distinguem
Está longe de terminar a polémica que envolve o escritor José Saramago e as suas declarações sobre a Bíblia. Esta tarde, em Lisboa, o Nobel reafirmou tudo o que disse, acrescentando que «o Deus da Bíblia não é de fiar, já que é vingativo e má pessoa».
Contacto esta noite pela TSF, o poeta Manuel Alegre tomou o partido de José Saramago, afirmando que o Nobel continua a ser um grande escritor.
«Isto é uma história portuguesa cheia de preconceitos e fantasmas. Em primeiro lugar é preciso ler o livro de José Saramago. Ele é um grande escritor, mas parece que não se perdoa a Saramago, ser um grande escritor da língua portuguesa, ser um Prémio Nobel e não ser um homem religioso», afirmou.
«Ele escreveu um livro, mas não vejo ninguém discutir o livro. Só vejo discutir as opiniões que com todo o direito ele expressou sobre a Bíblia», considerou o poeta.
Contra preconceitos, Manuel Alegre sublinhou ainda que José Saramago não deve ser criticado por dizer o que pensa e lamentou que Portugal não perdoe a grandeza e aqueles que se distinguem.
«As pessoas podem não estar de acordo com aquilo que ele diz, mas como é que se pode pôr em causa a seriedade de um homem que diz aquilo que pensa», questionou Alegre, que considerou «isto um preconceito» e «resquícios de dogmatismo».
«Não lhe podem negar o direito de escrever um livro e também não se pode crucificar o Saramago por exprimir as suas opiniões e menos ainda por ser um grande escritor, e menos ainda por ser um Prémio Nobel», declarou.
«E ao Saramago não se perdoa ser um português que se atreveu a ganhar o Prémio Nobel da Literatura e que diz que não acredita em Deus», concluiu
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O poeta Manuel Alegre considera que Portugal não perdoa «grandeza»
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