sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vazamento do Enem era "uma tragédia anunciada" há meses, avalia coordenador de cursinho


Fonte: UOl Vestibular

O vazamento da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2009 foi avaliado pelo coordenador do curso Etapa, Carlos Eduardo Bindi, como uma "tragédia anunciada" há meses.

Segundo o professor, "a tragédia só não foi mais brutal, porque ocorreu antes de o exame ser aplicado". "Houve um 'terremoto' e o tsunami só não foi tão grande, porque ninguém fez a prova", disse.

"Em abril, quando tomaram a decisão de usar o Enem como vestibular de universidades federais, não havia a licitação pronta para aplicar a prova. Órgãos mais experientes de vestibular se recusaram a organizar o exame", avaliou.

Apenas o Connasel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção) participou do processo licitatório. O consórcio é formado pela Consultec (Consultoria em Projetos Educacionais e Concursos Ltda), pela Funrio (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência) e pelo Instituto Cetro (Instituto Nacional de Educação Cetro), com matrizes em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.


Experiência de processos de seleção
Na opinião de Bindi, é um risco muito grande as faculdades colocarem a seleção nas mãos de terceiros. Segundo ele, os responsáveis por grandes processos seletivos costumam ser professores com história acadêmica de pesquisa e trabalho nas universidades.

"Essa prova talvez não tenha sido cuidada com todo o carinho que devia ter sido. Isso não pode acontecer. É um absurdo", opina.


Mais longe o vestibular unificado
Para o professor Luís Ricardo Arruda de Andrade, coordenador da unidade Tamandaré do cursinho Anglo, em São Paulo, o cancelamento do Enem adia também a ideia de transformar o exame no vestibular unificado das universidades federais: "É uma demonstração de que essa decisão é muito mais difícil do que se imagina, é um alerta para que eles [o MEC] não se apressem", diz. Para ele, as mudanças do Enem foram anunciadas precipitadamente.

Andrade espera que a nova data do Enem não coincida com as datas dos grandes vestibulares, que estão previstos para serem aplicados em novembro, como a Unesp (Universidade Estadual Paulista) , em 8/11, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em 15/11 e a Fuvest, em 22/11. "O ideal é que a prova fosse marcada até o meio de outubro", afirma.

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