domingo, 28 de junho de 2009

Buenos Aires 2011 – Capital Mundial do Livro


por Kelly de Souza em 26 de Junho, no blog da Livraria Cultura

A UNESCO anunciou que Buenos Aires será a “Capital Mundial do Livro” em 2011. Melhor impossível. A proximidade Brasil-Argentina proporcionará a muitos aproveitar a fantástica quantidade de eventos, feiras e congressos que essa nomeação permitirá. Buenos Aires, na escolha da UNESCO, ganhou de Caracas, Lagos (Nigeria), Havana, Porto Novo (Benin), Sharjah (Emirados Árabes) e Teerã.

Segundo dados da Secretaria de Comunicação da Presidência, a Argentina possui mais 8 mil editoras de livros, jornais e revistas, 160 selos musicais, 500 cinemas, 3.200 livrarias e mais de 740 museus. Conforme estimativas oficiais, esse mercado cultural responde por quase 6% do PIB do País. Quanto ao número de livrarias, existe alguma controvérsia, já que várias entidades no Brasil afirmam superioridade em quantidade (nós teríamos cerca de 2.680), mas isso é irrelevante, los hermanos leem como poucos na América Latina. Segundo a Associação Internacional de Leitura Conselho Brasil Sul, enquanto o brasileiro lê em média um livro por ano, os argentinos leem quatro (nada comparado aos países desenvolvidos que leem cerca de 20).

A nomeação de uma cidade como Capital Mundial do Livro é feita todos os anos pela UNESCO em conjunto com as três principais associações mundiais da indústria editorial. A capital argentina é a 11ª cidade nomeada com esse título, sendo que todas as que já o receberam (Madrid/2001, Alexandria/2002, Nova Delhi/ 2003, Antuérpia/2004, Montreal/2005, Turim/2006, Bogotá/2007, Amsterdam/2008, Beirute/ 2009 e Liubliana/2010) ficam a distâncias consideráveis para o nosso “bico”. Assim, sendo aqui ao lado, poderemos aproveitar muito mais. Até porque a festa começará bem mais cedo: em 2010 a Argentina chegará ao seu Bicentenário e irá promover uma enorme quantidade de eventos culturais voltados à comemoração. E tem o que comemorar: a produção de livros na Argentina em 2006, por exemplo, alcançou 85 milhões de exemplares, com mais de 18 mil novos títulos.

Ainda segundo a UNESCO, Buenos Aires foi selecionada em função da qualidade e variedade do programa apresentado em sua candidatura. A nomeação não implica em qualquer prêmio financeiro, mas é o reconhecimento simbólico de uma cidade que serve e servirá como exemplo por sua atenção aos livros e à leitura.

Não vou me lembrar de todos, mas tem uma turma da pesada que com certeza agradece a homenagem da UNESCO, vejam só: Jorge Luiz Borges, Ernesto Sábato, Julio Cortázar, Manuel Puig, Juan José Saer e Haroldo Conti, Juan Gelman, Olga Orozco, Alejandra Pizarnik, Héctor Germán Oesterheld, Quino, Osvaldo Soriano, Osvaldo Lamborghini, Néstor Perlongher, Daniel Moyano, Osvaldo Bayer, Antonio Di Benedetto, Haroldo Conti, Germán Oesterheld, Rodolfo Walsh, César Aira, Ricardo Piglia, Andrés Rivera, Angélica Gorodischer, Sergio Bizzio, Daniel Guebel, Washington Cucurto, Juan Terranova, Fabián Casas, Oliverio Coelho, Mariana Enríquez e muitos outros.

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