segunda-feira, 15 de junho de 2009

SuperEnem abre inscrições hoje sob polêmica

A discussão ganhou força com a supressão dos testes de língua estrangeira no exame deste anoMaicon Bock | maicon.bock@zerohora.com.br

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começam hoje em meio à polêmica. Por incentivo do Ministério da Educação (MEC), universidades federais do país estão criando formas para substituir definitivamente o vestibular pela prova única do Enem. A proposta revoluciona a atual seleção para acesso ao Ensino Superior no país, um exame instituído em 1911.

Hoje, a preocupação de instituições, professores, pais e alunos não é a mudança em si, mas a falta de tempo para adaptação e preparação à prova, que será aplicada em 3 e 4 de outubro. A discussão ganhou força com a supressão dos testes de língua estrangeira no exame deste ano e uma ação civil pública do Ministério Público Federal contra a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) para que a instituição não utilize apenas o Enem como seleção.

Em 25 de março deste ano, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que só dois meses depois foram especificadas em edital. Além de ampliar o exame de 63 para 180 questões, mais redação, o ministro estimulou as universidades federais a utilizarem a avaliação federal como única forma de acesso já no próximo processo seletivo. Para isso, ofereceu mais recursos às instituições que substituíssem o antigo vestibular pelo novo Enem. A verba repassada à assistência estudantil dobrou, atingindo R$ 400 milhões.

No Estado, três das seis federais decidiram usar exclusivamente o Enem na seleção. Com isso, em vez de aplicarem suas provas em dezembro ou janeiro, usarão as notas do Enem, a ser realizado em 3 e 4 de outubro. A decisão revoltou estudantes, sob a alegação de que a preparação para o vestibular havia sido prejudicada.

– Tudo foi mudado no meio do processo, tivemos de nos adaptar. Não acho justo nem correto, pois estão menosprezando todo o nosso empenho – queixa-se Joana Noschang, 34 anos, que tenta uma vaga em Medicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), que usará o Enem em vez do vestibular tradicional.

Na tentativa de manter o processo de seleção antigo pelo menos até o próximo vestibular, estudantes da Capital pretendem entrar na Justiça contra a decisão da UFCSPA.

Com apoio da Câmara de Vereadores, devem solicitar a intervenção do Ministério Público Federal contra a substituição do antigo modelo de seleção pelo Enem.

A mobilização é inspirada na dos colegas de Pelotas, que conseguiram em caráter liminar derrubar o uso do Enem como única forma de acesso na Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Até o momento, paira a incerteza entre os vestibulandos da cidade pelotense, uma vez que a Justiça ainda não julgou o mérito da ação civil pública ajuizada pelo procurador Max Palombo, do Ministério Público Federal.

Vestibulandos participarão de audiência com vereadores

Na sexta-feira, às 9h30min, vestibulandos da Região Metropolitana que se sentem prejudicados com a decisão da UFCSPA participarão de audiência da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude da Câmara de Vereadores. Depois do encontro, os estudantes planejam protestar, seguindo em passeata até a sede da universidade, na Rua Sarmento Leite.

Em abril, a reitora Miriam da Costa Oliveira recebeu um abaixo-assinado com 1,5 mil assinaturas contra o uso do Enem. No mesmo dia, a universidade aprovou seu uso exclusivo a partir da próxima seleção. Nesta semana, os abaixo-assinados foram retomados.

A mobilização estudantil é vista como uma esperança para Bianca Juliana Remedi, 19 anos, de Canoas.

– Tomara que dê resultado. Comecei a me preparar em março pensando em janeiro e não outubro (mês em que será realizado o Enem) – afirma a jovem, que tenta uma vaga em Nutrição na UFCSPA.

*Texto do jornal Zero Hora

Um comentário:

  1. o Brasil so sera independente quando cada cidadao tiver os mesmos direitos de educaçao de qualidade,mas para isso,teriamos que colocar nossos professores a par dessa situaçao.A primeira coisa que se deve saber e que somos todos brasileiros e que e nosso direito ter bons professores,ou seja,queremos ser respeitados e que diminuam os preconceitos,pois e o que mais se ve nas escolas publicas.Quando tivermos esse nivel de encino,seremos um pais livre e poderemos viver a democracia que Tancredo Neves anunciou quando saimos da ditadura,sera que saimos?Sera que somos pelo menos livres?Acho que seremos a partir que tivermos um pais culto,ainda bem que o Lula começou a mudar esse quadro,prova disso e que pobres,Negros,Indios...ja podem fazer uma faculdade,e podemos ter esperanças,o Brasil ainda sera um pais de primeiro mundo,ainda que seja para os meus netos,mais ja e um começo.

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