terça-feira, 7 de julho de 2009

Faleceu escritor Vassili Aksionov


O escritor russo Vassili Aksionov faleceu hoje, (6/7) aos 77 anos, informou o director do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Burdenko.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

“Vassili Aksionov encontrava-se em estado crítico devido a um grave traumatismo num acidente de viação”, precisou.

Vassili Aksionov nasceu em 1932 em Kazan, cidade nas margens do Volga. Filho de Pavel Aksionov, funcionário municipal, e Evguenia Guisburg, conhecida jornalista e escritora, o futuro escritor passou a infância na Sibéria, para onde os seus pais foram deportados por motivos políticos.

Em 1956, termina a Faculdade de Medicina de Leninegrado, tendo exercido a profissão de médico durante três anos. Em 1960, torna-se conhecido depois da publicação do seu romance «Colegas», adaptado ao cinema em 1963. Na década de 60, publicou cerca de vinte obras literárias, entre as quais romances, novelas e peças de teatro - «Pássaro de Aço», «Sempre à venda», «Em busca do género», entre outros.

Na década de setenta, teve problemas com a censura soviética que proibiu a publicação de obras como «Queimadura» e «Ilha da Crimeia».

Expulso da União Soviética e privado da cidadania soviética em 1980, Aksionov instalou-se nos Estados Unidos, onde leccionou Literatura em várias universidades.

Após a derrocada da URSS em 1991, o escritor volta a ver as suas obras publicadas no seu país. Em 2004, escreve o romance «Volterianismo e Volterianos», onde explora os problemas dos limites da autonomia e da liberdade, tendo sido premiado com o Prémio Booker russo.

Em 2004, termina a triologia «Saga de Moscovo», que foi levada ao cinema, e, em 2007, publica o romance «Elementos Terrestres Raros».

No ano seguinte, foi galadoardo com a Ordem de Artes e Letras, um dos mais importantes prémios de França.

A sua obra provoca reacções diversas entre crírticos e leitores russos. Uns consideram-no um combatente contra o totalitarismo comunista, enquanto outros vêem nele um escritor anti-russo e politicamente tendencioso.

Os seus temas principais são o destino da intelectualidade na sociedade totalitária, a limitação da liberdade. Por isso, não escondia o seu desagrado face à actual política do Kremlin.

Na sua escrita, Aksionov recorreu frequentemente a métodos surrealistas e absurdos.

O Presidente e o primeriro-ministro russos, Dmitri Medvedev e Vladimir Putin respectivamente, enviaram condolências à família do escritor.

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