Nome maior do ateísmo discutiu na Flip seu livro ‘Deus, um delírio’.
Biólogo evolucionista usou bastante humor em sua participação.
Shin Oliva Suzuki
Do G1, em Paraty
Os que conhecem Richard Dawkins só pelo título de “o maior ateu do mundo” e suas batalhas com os religiosos podem pensar que se trata de um homem agressivo e amargo. Mas, como mostram algumas passagens de seus livros, o biólogo evolucionista britânico soube usar de humor e de clareza em sua participação na Flip para defender por que não tem motivos para acreditar em Deus.
Na noite desta quinta-feira (2), ele conversou com o jornalista Silio Boccanera e também respondeu perguntas da plateia sobre seus trabalhos, em especial “Deus, um delírio”, best-seller que provocou bastante polêmica pelo mundo.
“Há a percepção de que você não pode criticar as religiões”, disse Dawkins, “e isso faz com que tudo que você fale contra soe agressivo”.
Em uma de suas tiradas humorísticas, dignas de uma comédia do igualmente britânico grupo Monty Python, o evolucionista ironizou a primazia da religião como origem de tudo: “Quer dizer que foi assim na Bíblia? Moisés trouxe uma tábua escrita ‘Não matarás’ e o povo que ouvia disse: ‘puxa, realmente essa é uma boa ideia”.
“Algumas pessoas argumentam que a religião traz consolo e conforto, mas isso não torna o que ela prega uma verdade. É como quando você vai ao médico: alguns querem saber se o caso é grave e outros não”, disse o britânico, que vestia na palestra uma camiseta florida de turista em férias no Brasil.
Em uma das partes mais aplaudidas pela platéia da Flip, Dawkins disse: “É um desperdício terrível viver a sua vida pensando no que vem depois”. “Não desperdice a única vida que você tem.”
Quase ao final da participação da Flip, Dawkins respondeu a mais famosa pergunta que se faz a um ateu. E se você encontrar Deus depois da morte. "Primeiro eu diria: que tipo você é? Um deus grego, um deus asteca, um deus nórdico...?", disse o biólogo, arrancando risadas do público. Depois ele repetiu uma passagem citada em "Deus, um delírio", uma conhecida frase do filósofo Bertrand Russell, para responder a mesma questão: "Não havia provas o suficiente, Deus, não havia provas o suficiente!"
O britânico ainda não deixou de abordar os 150 anos de publicação de "A origem das espécies", de Charles Darwin, ao comentar a clareza do texto, em distinção a textos normalmente feito por acadêmicos.
E quis deixar claro que o fato de ser identificado como darwinista, ou o próprio título de seu livro "O gene egoísta", não significa que ele concorde com a ideia de que "só os mais fortes sobrevivem" para a vida em sociedade: "O nosso cérebro cresceu e evoluiu o suficiente para nos rebelarmos contra essa herança darwinista".
sexta-feira, 3 de julho de 2009
É um grande desperdício pensar no que vem após a vida, diz Dawkins
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