quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vida e obra do poeta Manoel de Barros é tema de "Só Dez Por Cento É Mentira"


Depois de um longo percurso por mostras e festivais do país, como o Festival do Rio, a Mostra de São Paulo, o É Tudo Verdade a Flip, o documentário "Só dez por cento é mentira", de Pedro Cezar, foi exibido na noite desta terça no 2º Festival de Paulínia. O filme, que tem estreia prevista para setembro, foi um dos mais aplaudidos pelo público na competição de documentários.


O poeta Manoel de Barros é retratado no documentário "Só Dez Por Cento É Mentira"
No começo da projeção, um susto: a imagem sumiu da tela, deixando o público apenas com o áudio por alguns minutos. O problema foi resolvido rapidamente e o filme recomeçou de um ponto anterior ao problema. Foi um pequeno e pouco comprometedor incidente na projeção do Teatro Municipal de Paulínia, cuja qualidade tem sido elogiada quase todas as noites pelos realizadores dos filmes em competição.

"Só dez por cento é mentira" investiga um pouco da vida e muito da obra do escritor sul-mato-grossense Manoel de Barros, o poeta que mais vende livros no Brasil. Avesso a entrevistas, Barros conversou com o diretor Pedro Cezar em quatro oportunidades diferentes. No documentário também estão os depoimentos de artistas envolvidos de alguma forma com o trabalho do poeta, familiares e até mesmo depoimentos ficcionais, no espírito do próprio Manoel de Barros, que escreve: "Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira".

Cezar disse que sua ideia inicial era estrear o filme no aniversário de 90 anos do poeta, mas se deu conta de que seu material resultaria em um filme muito discursivo. "Tinha muita falação. Durante dois anos paramos tudo e fomos vamos buscar o universo visual da poesia de Manoel de Barros", disse o diretor, que citou o próprio autor: "As imagens são palavras que nos faltaram".

Uma das soluções encontradas pelo diretor foi mostrar na tela as poesias curtas de Manoel de Barros. "A partir do momento em que a gente deixa um verso escrito na tela, a gente também está usando imagem", disse Cezar, que se surpreendeu com a recepção que seu filme teve no festival de Paulínia: "Fiquei impressionado com o público reagindo com o texto, dando risada com os versos. Foi uma reação parecida com a da Flip, de um povo que gosta de literatura", comentou.

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