quarta-feira, 1 de julho de 2009

Conselho Nacional aprova fim da divisão por disciplinas no ensino médio


Estados têm autonomia para decidir se adotam mudanças.

A proposta do Ministério da Educação (MEC) de eliminar a divisão em disciplinas do currículo do ensino médio foi aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) nesta terça-feira (30).

O MEC pretende apoiar experiências curriculares inovadoras no ensino médio. Segundo a assessoria de imprensa do ministério, a partir de 2010, cerca de cem escolas deverão receber financiamento do ministério para implantar mudanças curriculares, que passariam a ser interdisciplinares e mais flexíveis, na tentativa de melhorar a qualidade da educação.

A atual estrutura deve ser substituída pela organização dos conteúdos em quatro eixos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura, com o objetivo que o conteúdo ganhe maior relação com o cotidiano e faça mais sentido para os alunos. O objetivo da mudança é atrair o interesse do estudante de ensino médio, área crítica da educação .


Outra mudança a ser estimulada é a flexibilidade do currículo: 20% da grade curricular deve ser escolhida pelo aluno.

“Esperamos que essa proposta seja acompanhada e avaliada e possa se tornar uma política universal”, disse a secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda. De acordo com ela, a intenção é que o programa seja estendido e que todas as escolas que oferecem ensino médio possam adotar as mudanças curriculares debatidas.

“Nossa intenção não é ter escolas modelos, mas que todas possam oferecer ensino de mais qualidade”, completou o coordenador-geral do ensino médio da Secretaria de Educação Básica, Carlos Artexes Simões.

O texto também prevê o aumento da carga horária mínima do ensino médio – de 2,4 mil horas anuais para 3 mil – além do foco na leitura, que deve perpassar todos os campos do conhecimento. A proposta ainda estimula experiências que instiguem a participação social dos alunos, além do desenvolvimento de atividades culturais, esportivas e de preparação para o mundo do trabalho.

Nos próximos 40 dias, o MEC deverá definir o volume de recursos disponível para o programa e a forma de financiamento, se diretamente à escola ou se por meio de convênio com as secretarias estaduais.

A implantação no sistema público de ensino dependerá dos Estados, que têm autonomia para aderir ou não. A proposta também vem ao encontro das alterações no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) , que terá uma divisão por quatro grandes áreas.

*Do portal G1

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