domingo, 26 de julho de 2009

Sarney na Academia Brasileira de Letras é falta de decoro literário!


A presença de Sarney na Academia Brasileira de Letras sempre me deixou perplexo. O que esse homem escreveu? Por que sua obra literária não é tão comentada quanto suas 'realizações' politicas? Bom, isso já não me deixa tão perplexo.

A respeito de "Brejal dos Guajas", Millôr disse que se tratava de "uma obra-prima sem similar na literatura de todos os tempos, pois só um gênio poderia fazer um livro errado da primeira à última frase". Afirmou ainda que "em qualquer país civilizado Brejal dos Guajas seria motivo para impeachment".

Selecionei uma matéria do portal UOL para termos algumas informações sobre a carreira literária de Sárney e sobre a repercussão dos escândalos políticos em sua reputação na Academia.


Colegas de Sarney na ABL se calam sobre escândalos no Senado

A ABL conta com 40 cadeiras, a reportagem do UOL Notícias procurou 19 "imortais", como são conhecidos os membros do grupo. Apenas um aceitou conversar sobre o colega Sarney: o escritor Moacir Scliar.

Autor de diversos contos e livros, como "A Majestade do Xingu", "Um Centauro no Jardim" e "Exército de Um Homem Só", Scliar é membro da ABL há seis anos. Em meio a pedidos de renúncia feitos inclusive pelos colegas de Sarney no Senado, o escritor evitou condená-lo antes que as investigações sobre todas as denúncias sejam concluídas.

"Temos instrumentos democráticos e é importante confiar neles para resolver quando vivemos crises", afirmou em entrevista por telefone. Ele acrescentou também que "a crise envolve o Sarney político, não o membro da ABL".

Scliar afirmou que a onda de denúncias nos jornais constrange os brasileiros e abala a fé deles de que haverá punição pelos eventuais desvios éticos que tenham sido cometidos com envolvimento de senadores.

"Como cidadão, confio nas investigações que vão se fazer, temos que respeitar todos os ritos de maneira democrática. Me coloco do lado de todos os brasileiros. Nós temos que aguardar e nossa maneira de intervir nesse processo é basicamente pelo voto, que repercute nos mesmos mecanismos que apresentam esses problemas hoje", disse.

Scliar afirmou não recordar de outro momento em que um dos membros da casa tenha sido envolvido numa série de denúncias tão grave quanto as dirigidas a Sarney, com quem disse ter tido pouca convivência. Ele pondera que conhece várias outras pessoas se envolveram com problemas políticos e que fica "consternado por elas e pelo país".

Sarney é acusado de usar sua influência para favorecer familiares e assessores e é presidente de uma Casa que sofre denúncias de mau uso de recursos públicos. Sustenta-se no cargo graças à influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu aliado, e de setores da base de apoio do Palácio do Planalto que defendem sua permanência em favor da governabilidade.

Obra literária
O antecessor de Sarney na cadeira 38 da ABL foi o escritor José Américo de Almeida (1887-1980), autor do livro "A Bagaceira", publicado há 81 anos. Especialistas consideram essa obra do autor paraibano como o marco fundador do romance regionalista do movimento modernista brasileiro.

Escritor foi o único em 19 membros da ABL que comentou sobre Sarney

Para Moacir Scliar, Sarney não deve ser pré-julgado, mas a crise no Senado já abala a confiança dos brasileiros na democracia
Em seu discurso de posse na ABL, Sarney, que já era senador e mais tarde se tornaria um dos artífices da candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República, ocupando posto de vice em sua chapa, admitiu que sua cadeira era "marcada pela política". "Ela foi o fato capaz de, alcançando um tratamento transcendente, entrar nos domínios da arte, por intermédio da participação literária de seus ocupantes."

Quando foi indicado, tinha publicado os livros "A Canção Inicial" (1952), "Norte das Águas" (1969) e "Marimbondos de Fogo" (1978), que não foram grande sucesso de público ou de crítica no Brasil nem no exterior.

Depois da posse na ABL, publicou reedições dessas obras e escreveu outras: "10 Contos Escolhidos" (1985), "Brejal dos Guajas e Outras Histórias" (1985), "O Dono do Mar" (1995), "A Onda Liberal na Hora da Verdade" (1999), "Saraminda (2000), "Saudades Mortas" (2005) e "Tempo de Pacotilha" (2004), além de compilações de suas colunas em jornais.

Enquanto ocupou o Palácio do Planalto, depois de Tancredo nem sequer assumir o cargo, Sarney teve "Norte das Águas" traduzido para inglês, espanhol, francês, alemão, russo, chinês, búlgaro e romeno. Depois de passar o cargo a Fernando Collor, viu "O Dono do Mar" ser vertido para inglês, francês, espanhol, grego, árabe e romeno. Mais tarde mereceu até filme em 2007, dirigido por Odorico Mendes.

Especialistas consideram "O Dono do Mar" o melhor texto da carreira literária de Sarney. Os rivais preferem fazer piada ao dizerem que o livro deveria se chamar "O Dono do Mar Anhão". A história se desenvolve ao redor do pescador Antão Cristório, que perdeu o filho, Jerumenho, graças à vingança de um marido traído.

O personagem central é Antão Cristório, um pescador que desde pequeno aprendeu a conhecer o mar e suas armadilhas. Há alguns anos, perdeu seu filho Jerumenho, vítima da vingança de um marido traído. A falta de perspectiva o faz viver do passado e ele passa a misturar fantasia com ficção.

O site da ABL, que não inclui a atual passagem dele pela presidência do Senado, informa que Sarney é também membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, da Academia Maranhense de Letras, da Academia Brasiliense de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa.


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É isso, caros leiores. Não esria o caso de um impeachment na ABL? Afinal, com os escândalos recentes, é grande a possibilidade de Sárney abandonar a carreira política para dedicar-se exclusivamente à literatura...

Um comentário:

  1. Mas será que o Sarney contratou o Ghost Writer certo? Os livros são uma porcaria, meu Deus. E a Academia Brasileira de Letras é uma eterna panelinha de pseudo-intelectuais,isto é um fato.
    Rog

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